Pesquisar

Luh Ferreira

Educadora Popular, ativista, doutora em Educação

Encantada com o mundo, indignada com a situação dele

João Marcelo Trindade e Luiz Cláudio (Lula) de Melo, do Somos Todos Muribeca

* A conversa contou também com a presença de Israel José da S. Filho, morador e fundador do Somos Todos Muribeca.

O que é transformação? Como e quando ela ocorre? Afinal o que queremos transformar? O que nós transformamos e o que transformamos em nós? Na palavra em questão, transformação, pelo menos três palavras atravessam a pessoa ativista: transformaação. Colocar-se em movimento. Fazer e ser feito. Deixar-se ou não na forma. Longe de dar respostas, as perguntas movimentaram corpo e pensamento de Claudia Visoni, Keila Simpson, Teca, Fabio Paes, João Marcelo, Lula Trindade e Tio Antônio e orientaram o comentário final de Ana Biglione.

João e Lula

MURIBECA 

No início de 1982, a política habitacional tirou parcelas da população da região central do Recife para alocá-las nas periferias da cidade. Foi quando o Banco Nacional de Habitação (BNH) construiu os prédios de Muribeca, um distrito do município de Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife. Os prédios, à época 70, totalizavam 2.240 unidades habitacionais e uma população residente de quase 9 mil pessoas. Após muita luta, veio a infraestrutura urbana de água, afastamento de esgoto, iluminação pública e transporte público.

O ano de 1991, devido à divulgação da possibilidade de se transformar Muribeca em ZEIS [Zona Especial de Interesse Social], foi um marco do crescimento da comunidade. Apareceram novas casas e comércios em construção desordenada (por assim dizer) do ponto de vista do planejamento urbano. Tanto a parte interna quanto a externa do conjunto habitacional Muribeca (espaços entre prédios, espaços destinados à circulação, estacionamento, etc…) foram ocupadas por imóveis. O comércio pujante atendia praticamente todas as necessidades dos moradores.

Por volta de 2003, após laudos apontando risco de colapso e sob a pressão de muitos protestos, a justiça decretou a desocupação de todos os prédios em troca de auxílio-moradia, que gerou êxodo da comunidade, exceto das famílias em posse irregular. Por volta de 2005, a Caixa Econômica Federal, tendo assumindo o antigo BNH, assume também a responsabilidade pelos imóveis, agora conhecidos como prédios-caixão. A demolição exigia um raio de área livre de 12 metros que, no caso de Muribeca, encontra-se toda ocupada por edificações diversas. Em 2015 a juíza manda demolir e todas as casas neste raio de 12 metros dos prédios são desocupadas com força policial.

Desconfiados do processo, das brechas e da jogada política contra o povo, alguns moradores começaram a se movimentar e estudar os processos e as artimanhas por trás deles. Tais moradores criam a associação Somos Todos Muribeca. Desde então, a luta por moradia digna, por justiça, por habitar um pedaço de chão onde uma história de vida se edifica tem sido a tônica do nosso grupo.

DESCONSTRUÇÃO [LULA]

Um exemplo de transformação está no contexto da desconstrução. Antes de enveredar para esses caminhos do ativismo, do senso comum de comunidade, eu tinha uma visão apenas de família. Aquilo que eu poderia fazer de bom, fazia para a minha família: minha mãe, meu irmão, minhas primas, etc. Se é da minha família, então eu vou ajudar. E, aqui no Somos Todos Muribeca, pude perceber que esse caminho pode vir a ser até nocivo, porque você acaba fazendo apenas pelos seus e o resto que se exploda.

O Somos Todos Muribeca transformou a minha visão a respeito daquilo que eu posso fazer: antigamente era mais limitado, mas hoje eu vejo a situação de forma mais ampla. E mudei muito também durante esses anos de relação com a região de Muribeca. Antes, minha percepção estava mais situada, era de mim, da minha rua para a comunidade. Mas isso vem mudando porque fui percebendo o entorno muito mais pela ótica da comunidade, pela ótica das igrejas, dos colégios, do lazer, do comércio, das necessidades de uma comunidade em si. Até então eu não fazia ideia do quanto é importante ter comércio aqui, um comércio local que movimenta a economia, que faz circular um dinheiro aqui mesmo em Muribeca. Não precisávamos sair para acessar o comércio, pois tínhamos tudo aqui. Eu não percebia o quanto é importante termos aqui tudo que nos era necessário. Até casa lotérica tinha em Muribeca.

CABULOSO [MARCELO] 

Eu sou um cara que não consegue ficar parado. Sempre fui assim. Então, transformação é uma palavra recorrente para mim. Transformação é uma coisa que faz parte do ser humano porque o ser humano está em processo de transformação. Mas a palavra “transformação” está sempre mudando também. O oposto disso é estar sempre estagnado. Eu acordo com uma ideia em um dia e, no dia seguinte, já estou questionando essa minha ideia. Transformação é estar sempre se questionando: o que eu estou fazendo é legal? o que eu estou fazendo está ajudando apenas a mim? a minha família? a coletividade?

Desde pirralho eu sou “cabuloso” assim: questionador. Eu sempre achei que o sistema nos impõe um caminho que não é necessariamente correto. Acho que a desconstrução citada pelo Lula é por aí. Quando você questiona alguma coisa, você está desconstruindo e reconstruindo algo que você mesmo construiu.

[LULA] Que você mesmo construiu ou que te foi imposta. Que foi colocada para você ao longo de décadas de criação familiar, de escola, de igreja, etc. Dessas coisas que nos cercam enquanto sociedade. Esses padrões.

[MARCELO] Pois é. As igrejas que a gente frequentou, aquilo que você vê na mídia e das redes sociais… Os padrões da moda, sim…. Nós mesmos, inclusive, somos gente que passou por profundas transformações. Veja, por exemplo, as profundas transformações ocorridas nos veículos de informação. Aqui no Somos Todos Muribeca, vimos as transformações das revistas, dos jornais e da televisão, antes veículos quase que exclusivos, para o período das redes sociais por conta da popularização da internet. Questionar as coisas é perceber tais transformações e colocar as verdades em dúvida, é estar na suspeita, é não aceitar que existam verdades absolutas. Na minha opinião – não sei o que pensa o Lula – quem não questiona as coisas está morto. Questionar é um primeiro passo para transformar alguma coisa. Para dar um outro exemplo, não basta adotar as ideias de Paulo Freire; temos que adaptá-las, melhorá-las com a nossa prática. Porque na sua época ele mesmo fez um melhoramento naquilo que ele propôs; e nós, porque estamos vivos, estamos pensando e melhorando as coisas. Cabe a nós melhorar as coisas, transformar as coisas, mas a base são as ideias que Paulo Freire passou.

CONSTRUÇÃO [LULA] 

A desconstrução da minha visão, que foi de dentro da minha bolha para a comunidade à minha volta, aconteceu como consequência da desconstrução do entorno. É bom destacar que as transformações aqui em Muribeca nos foram impostas, não foram uma escolha nossa. Isso tudo, desconstrução e construção, é mudança, é transformação. E o que mais importa é replicar a vivência que eu tenho tido nesses anos de Somos Todos Muribeca para que as pessoas compreendam o que é ser ativista. Há que se tomar cuidado, pois a postura questionadora muitas vezes é confundida como agressão, quando não é sobre isso. Precisamos desconstruir uma visão “criminosa” do ativismo, que todo ativista é um filhinho de papai, que é um drogado e não quer nada com a vida. Muita gente tem essa visão ainda, e não é por aí. Quero mostrar que lutar pela sua comunidade é ser ativista, que não apenas o Greenpeace ou o Somos Todos Muribeca são ativismos, mas que a pessoa que limpa a rua, que limpa a canaleta da rua inteira antes das chuvas, na medida em que melhora a comunidade, que melhora a vida das pessoas que moram ali, está fazendo um ativismo também. Neste sentido, todo mundo pode ser ativista.

[MARCELO] Lula falou uma coisa que me tocou. Disse que ele se transformou a partir das mudanças do coletivo, que as mudanças no coletivo afetam o pessoal dele. Quero continuar nesse raciocínio… Quando eu me transformo, e se for uma coisa boa, isso automaticamente transforma o mundo ao meu redor porque vai atingindo outras pessoas. Mas a transformação pode ser para pior. Então, me pergunto: o que é uma transformação boa? É aquela que atinge o coletivo, é aquela que melhora para a maioria. É mais ou menos assim que entendemos essa questão aqui no Somos Todos Muribeca, porque, sendo assim, não é mais sobre o Marcelo, o Lula, Israel… é sobre as mais de vinte mil pessoas que moram aqui.

COMUNIDADE [LULA]

Quero tornar as pessoas um pouco mais receptivas à coletividade. O senso de cidadania, de cuidado, de pertencimento à comunidade, identificação com a comunidade. Fazer com que as pessoas entendam que Muribeca é tua, é nossa, que a gente tem que cuidar dela. E que esse sentimento se replique para outras comunidades. Mas o que eu quero, partindo para o campo individual, é criar os meus filhos aqui como eu fui criado. Eu amo esse lugar, amo essa comunidade. Essa é minha casa. E a nossa luta principal é manter essa comunidade viva. Então não podemos esperar apenas a ação dos poderes públicos. Nós buscamos estabelecer parcerias com a Escola de Ativismo, com o Centro Popular de Direitos Humanos, com o Meu Recife, entre outros grupos que nos auxiliam.

O poder público só entende Muribeca pelo viés jurídico. Já são 13 anos nesse trabalho. Nos dez anos iniciais, nenhuma parceria externa chegou aqui. Fomos entendendo que nossa luta inclui o jurídico, mas vai além dele. Nossa luta é política, entendendo a política em sentido ampliado. Não aquela politicagem de fulano de tal que é amigo de um vereador e que pode quebrar um galho. Não é isso. Penso numa política que nos organize enquanto comunidade para chegar nos objetivos que traçamos – que são, basicamente, melhorar a vida. Então, quero mudar a visão das pessoas, trabalhar para ampliar a visão das pessoas a respeito do que é comunidade e do que é ativismo.

Eu quero mesmo é transformar um final trágico em um final feliz, justo e menos danoso. O que ocorrer aqui em Muribeca pode ocorrer em outras comunidades Brasil afora. Só aqui em Pernambuco, a Caixa Econômica Federal tem problemas com algo em torno de quase 6 mil prédios do tipo caixão, iguais aos aqui de Muribeca.

[MARCELO] Lula foi muito feliz nas colocações dele. Eu acrescentaria a importância de questionar. É importante que as pessoas comecem a questionar tudo e todos. Nesses últimos dez anos neste processo de Muribeca, muitas coisas deixaram de ser questionadas. Estou falando desde o morador do apartamento e o morador da casa até o pastor da igreja, o comerciante… além de não questionar, achavam que só a justiça resolveria o problema. Na verdade, não é assim, porque a justiça não entende as questões do povo. Ela não consegue entender a problemática, ela não consegue fazer a parte humana da coisa. A partir do momento em que o Somos Todos Muribeca começou a questionar “por que vai demolir sem dizer o motivo?”, “por que falar em demolição sem falar de indenização?”… não podemos baixar a cabeça e bater palma para o Judiciário e o Ministério Público. Essas instituições merecem nosso respeito, mas não devemos nos curvar a elas, temos que questionar.

PEDAGOGIA DA PERGUNTA [MARCELO]

Exatamente. A gente precisa questionar e se questionar o tempo todo. É incrível como que 15 mil, 20 mil pessoas que aqui viviam, como deixaram nas mãos de dez pessoas tomar conta de todo um destino. Não estou dizendo que elas fizeram pouco ou fizeram errado, não é isso. Elas fizeram com o que tinham às mãos naquela época. Me pergunto como deixamos nas mãos de tão pouca gente, é pouco representativo isso. Ao mesmo tempo, não fosse essas poucas pessoas, talvez a situação fosse ainda pior, não podemos saber.

Há uma cultura no Brasil – pelo menos aqui em Muribeca nós sentimos muito isso – que é deixar nas mãos de outras pessoas, delegar para alguns poucos as decisões dos destinos de toda uma coletividade. E o Somos Todos Muribeca não está aqui para isso, muito pelo contrário, nós queremos é mudar isso, queremos transformar essa realidade.

Tio Antônio do Vão Grande

Agricultor

O que é transformação? Como e quando ela ocorre? Afinal o que queremos transformar? O que nós transformamos e o que transformamos em nós? Na palavra em questão, transformação, pelo menos três palavras atravessam a pessoa ativista: transformaação. Colocar-se em movimento. Fazer e ser feito. Deixar-se ou não na forma. Longe de dar respostas, as perguntas movimentaram corpo e pensamento de Claudia Visoni, Keila Simpson, Teca, Fabio Paes, João Marcelo, Lula Trindade e Tio Antônio e orientaram o comentário final de Ana Biglione.

[*] O Território Quilombola Vão Grande está localizado a 74 km do Município de Barra do Bugres e aproximadamente a 240 km de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso. As serras das Araras protegem as comunidades de Morro Redondo, São José do Baixio, Camarinha, Vaca Morta e Retiro. O local, de fauna e flora exuberantes, é cortado pelo rio Jauquara, seus cânions e cachoeiras. É ali que escutamos Tio Antônio.

TIO ANTÔNIO 

Depois nós vamos ali falar com a minha irmã mais velha. Eu sou o filho caçula. Ela que me criou. Era eu mamando num peito e o filho dela no outro, ao mesmo tempo assim, os dois batendo as cabecinha. Eu chamo ela de mãezinha Hortênsia. Tenho muita dó de ver ela assim tão velhinha. O filho dela trabalha de mestre nessas energias aqui [pequenas centrais hidrelétricas]. Ele foi embora daqui, sentou praça em Cáceres, mais de dois anos. Saiu de lá, foi pra Tangará da Serra trabalhar na rede de energia. Hoje ele é chefe… e foi chamando os meninos mais novos, tenho um monte de sobrinho nascido aqui que foi trabalhar em Tangará na rede elétrica. A turma foi estudando e quis arrumar emprego porque querem trabalhar, e acabam casando… toda essa rapaziada que trabalha. Qualquer problema que dá aqui nessas energias, é mais eles que vem arrumar aqui.

QUE ENERGIA É ESSA 

Essa energia chegou aqui naquele ano que a Dilma [Roussef] se candidatou. Mas antes disso, esse fazendeiro aqui (que outro dia vendeu a fazenda), o Arlindo, já tinha energia. Prá cá não tinha. Porque eles tinham dinheiro. Pra nós não tinha energia. Os fazendeiros conseguiam esticar as redes para as fazendas deles. A Dilma, do PT, lançou esse projeto Luz para Todos que trouxe a luz até aqui. E foi direto na escola [2], depois foi chegando nas casas da comunidade toda. Tem lugar no meio desse mato que a rede ainda é precária. E quando chegou a luz nós não tinha muito aparelho pra cá. E com o tempo o pessoal foi comprando. Hoje muita gente tem geladeira onde dá pra guardar o peixe que pescamos. Mas na quadra de dia primeiro de ano, quadra de natal, o pessoal sofre muito porque a energia vai embora. Todo ano passamos sem energia. A rede está fraca. E no tempo de chuva, as vezes cai pau de árvore e derruba a rede. Na escola, por exemplo, o ar condicionado não foi instalado porque a rede não aguenta. Falta a trifase. A empresa que começou a obra da escola faliu, e demorou para que outra empresa terminasse. A escola ficou parada um tempo, mas ficou pronta. Já o posto de saúde está lá, quase acabado o prédio mas não tem equipamento. Estamos esperando os equipamentos para começar a funcionar.

[2] Escola Quilombola José Mariano Bento, no Território Quilombola Vão Grande.

A CASA 

Ãhâ! Você vê que minha casa é meio preparada para a festa. Aqui o pessoal reúne para rezar, para festar, para encontrar e assuntar. Eu cresci vendo meu pai fazendo a festa pra São José porque ele adoeceu muito e minha avó prometeu para o santo que se ele curasse, faria festa pro santo. Ele melhorou. Ele se chamou José. E foi assim até ele morrer. E agora eu e meu irmão continuamos fazendo a devoção da reza. O que meu pai fazia, a gente continua fazendo até hoje, todo dia 18 pra 19 de março. Claro que é difícil fazer uma festa mas a comunidade toda ajuda, todo mundo traz um pouco de comida e se vier 500 pessoas, se vier mil pessoas todo mundo come. É simples mas cabe todo mundo que vem. E festa da consciência negra também.

As casa da cidade é tudo murada, e aqui é aberto, vendo a natureza, vendo as plantas, os matinho aí, os bambu, tudo verdinho… Como diz o ditado: aqui até onde não chove a mata é verde.

APRENDIZADOS 

Ùhû. Filho aprende olhando os mais velhos. Nossos filhos também aprenderam comigo e com Rosenil [esposa]. Eles sabem roçar, pescar, respeitar. Eles também recebem bem todo mundo que chega aqui em casa. Porque quem conversa direito, respeita, pergunta do outro, manda recado, pergunta se está bem e como vai, será respeitado também. Nós nascemos e crescemos dormindo em rede. Todo mundo dormia em rede feita pela mão. Plantava o algodão, colhia, fiava, tecia até fazer a rede. Hoje tem uns bicos para pagar a conta de luz e a gasolina da moto, quem tem, pra comprar óleo, sal, açúcar, café, mas o grosso mesmo vem da roça, da pesca, da criação de galinha e porco. Antigamente a gente caçava, hoje não pode mais. Também porque não tem mais os bichos que tinha.

Eu tava falando: peixe tem pra todo mundo. Vai no Jauquara e pega seu peixinho pro almoço, e o que sobra, coloca no congelador e guarda pra outro dia. Aqui não se vende peixe, não pode. Mas também porque não se pega mais peixe grande. Antigamente tinha muito jaú de 70 quilos, hoje tem que bater duro para pegar um jaú de 15 quilos. A gente pescava com flecha, aprendemos. Antigamente não tinha tarrafa, rede; hoje vem gente de fora, escondido pra tarrafiar. E tem a diminuição das comidas naturais pros peixes, não dá tempo do peixe crescer muito.

QUILOMBO 

Ãhâ! Nós somos uma região de quilombo. Nós moramos em comunidade. Noutro tempo nós morava aqui nesta casa, numa comparação [e risca no chão com o dedo]. Chegava um morador aqui e dizia: “vou roçar ali”, fincava uma casa e fazia morada. Aí vinha outro e mesma coisa. E assim ia juntando uma comunidade. Quando ia mudar daqui, pro lado de lá do Jauquara e fazer roça lá, ninguém impedia. Tudo trabalhava junto. Cada um tinha sua roça, mas era tudo emendado e nós roçava junto. Aqui era meu, aqui era seu, aqui de ciclano…. Se quisesse mudar, tudo bem. Cada um tinha seu rancho, punha as sementes e vivia. Com os tempo vai chegando os fazendeiros e aqueles cabeça fraca cai na conversa, vende um pedaço da terra. Os fazendeiros têm dinheiro, comprava o lote aqui mas colocava as divisa mais pra frente. Aqui é terra voluta. [3] E quem vai mexer com os fazendeiros? Depois vinha outro, e outro. E assim foi desmanchando. Nossa área era tudo isso que vocês estão vendo. Hoje nossos lotes são bem menores e os fazendeiros têm muita terra. E quando a gente descobriu, muita gente foi embora ou foi trabalhar para os fazendeiros. Mas teve muita gente nossa que resistiu. Teve muita briga. E depois veio o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] e outros órgãos para demarcar as nossas terra. Meu pai e meus irmãos mais velhos, o pai da Lindalva, seu Francisco e outras pessoas mais velhas que moravam aqui. E as autoridades foram enxergando nossa história nesta terra. O que eu tenho, eu quero pros meus filhos e pros meus netos. Para eles conhecerem as belezas que a natureza criou. Hoje esses meninos tudo estão estudados na escola. Antigamente não tinha escola. Feliz mesmo daqueles que está estudando e trabalhando pra ficar aqui no nosso lugar. Tem os que fazem faculdade e vão arrumando emprego por aí, mas trabalham com a gente na nossa luta. Aqui era muita gente mesmo e na época todo mundo vivia braçal, não tinha esse negócio de empresa nem nada. Todo mundo vivia do seu braço, do seu suor, quem era nascido e criado aqui. Eu nunca trabalhei de carteira assinada. Hoje minha coluna já não aguenta muito o trabalho pesado. Meu negócio é minha roça e minha pesca. É do meu suor na lavoura. Mas hoje a tecnologia está demais, essa rapaziada quer vestir bem, quer aparecer bem, eles vão trabalhar na cidade, na firma, tem uma empresa. Lá eles casam e ficam. Alguns vão esquecendo daqui também. Mas eles voltam e eu gosto quando eles estão aqui. Infelizmente não tenho roça suficiente para manter eles todos aqui com suas famílias, mas bem que eu queria. E sempre que estão aqui a gente come uma mandioca, come um peixinho, pesca, banha no rio e anda por esses matos tudo aí.

[3] Devoluta. 

SEMENTES 

Você criava as galinhas soltas aí, nem vizinho… Hoje, se o meu porco vai na sua casa, você vai falar: o seu Antônio tem que fazer um chiqueiro porque o porco dele está bagunçando o meu terreno. Noutro tempo nós criava tudo junto. Os porco deles criava cá com o meu e os meu com os deles. Um dia que ia comer, a gente ia lá e pagava um, ou eles vinha aqui e pegava criação deles. Isso tem uns 40 anos atrás. Inda peguei esse tempo. Tinha uns 14 anos de idade.

Com o tempo você vai reparando mais nas coisas, observando melhor a natureza e escuitando mais o que os velhos falam. Por exemplo: as sementes antigas não tem mais. As sementes nascidas e criadas aqui no Vão, muita já acabou. Porque vem outras sementes. Nós tem a roça, nós planta e guarda a semente. Mas não é mais a semente antiga. Ela vai acabando porque vai aparecendo outras sementes. Meu pai falava: com o tempo vai aparecer outras sementes vindas não se sabe da onde, que vai abrangindo as sementes que nós planta. Porque rende melhor mas ocupa o lugar das sementes antigas.

Antes tinha mais da mandioca Aipim, Mucuna e Olho de Pomba. Hoje mais que tem é mandioca Três Mês e a Liberata. E a mandioca Cacau que apareceu agora. Mas igual a mandioca Aipim eu nunca encontrei; ela até desmancha na boca. A Mucuna é boa pra farinha. Banana Sarta Viaco eu nem conhecia. Papai e mamãe plantava banana Maranhão: hoje eu assunto as pessoas por aí, mas quase ninguém conhece. Hoje não existe mais. As frutas, as banana era muito doce, tinha até mel porque tinha muita Bojuí, abelha Borá, Europa. As banana até pretejava no pé. Daí começou os bananeiro, apareceu a Sarta Viaco e as nossas foram sumindo. Então eu vi essa mudança. Bem que meu pai falava: as nossa banana vai sumir tudo. E assim foi com a mandioca, com o feijão. Não tem mais banana Maranhão de jeito nenhum. É quase tudo Sarta Viaco. A banana maçã que tem nos mercado tudo por aí, nós tinha a Apertadinha. E tem também as doença que meu pai falava que faz sumir umas espécies também.

Antigamente o pessoal só comia gordura de porco. Hoje tem o óleo porque muita gente cria soja. E o pessoal compra porque tem as conveniência. Antes você andava por aí e só via mata, hoje vê braquiária e canavial, e soja e pasto. Antes era bananal, milharal, arroizal, mandiocal e o povo vivia disso. E dava pra produzir e vender um pouco na cidade e, com o dinheirinho, comprar sal, calçado, uma roupa ou pano pra fazer roupa. Depois dos fazendeiros, a gente pegava uma empreita de uma semana, um mês.

TEMPO 

Vi muita coisa mudar aqui. Eu nasci no mato, hoje tem mais é pasto dos fazendeiros. Era só mato, capim nativo. Não tinha cerca, criação crescia tudo misturado, inclusive os pouco gadinho de cada compadre. Cerca protegia a lavoura porque os porco come tudo mesmo. Tinha muita fruta. Sem as frutífera os passarinho não vem. Ainda tem passarinho, mas antes era muita exuberância de planta, fruta, bicho, gente. A simplicidade continua. Meu pai não sabia assinar o nome, minha mãe também, mas me ensinaram tudo o que eu sei da vida.

Com os tempo, veio a proibição de cortar os matos, bom que veio essa lei… agora tem uma reserva, aqui mesmo atrás dessas serras é reserva e é bom que tenha reservinha pra ver se junta as matas, cresce as fruteiras e os passarinhos, os bichos vai juntandinho ali, devagar… senão os córregos vai secando. Essas reserva agora segura as cabeceiras dos córregos. Muitos córregos e lagoas que tinha nesta região, eu cresci vendo água nesses córgo, nas lagoa. Hoje, onde tem terra mecanizada, já cortou os córrego. Hoje eles estão secos, antigamente era uma água bonita, córrego forte. Nós tinha o Córgo do Mato aqui que corria água bonita. Nesta época de julho era tanta água que pra conversar ali perto era só falando gritado. É as árvore grande que segura os capão de mato. Ele joga água no Jauquara, mas agora é uma aguinha assim: té té té. Mesmo assim estão querendo colocar uma barragem aqui no Jauquara. E daí? como vamos viver?

PCH [4]

Quero nem pensar nisso. E nós estamos lutando para isso não acontecer. Pensar nisso até me faz mal, dá uma gastura aqui dentro assim. Porque esse lugar é a nossa vida, é a vida dessas comunidades tudo aí. A vida toda vem da água, e a água mais importante pra nós, a fonte de água mais importante pra nós é o Jauquara. E quando essa barragem estourar vai matar todo mundo. E a natureza está equilibrada, então diminuir a água significa matar as florestas, diminuir toda a vida dos bichos, dos peixes. E se não estourar enquanto for nova, vai descer um fiozinho de água. Esse vão de serra é onde essa água se mexe, aqui alaga, inunda, e esse equilíbrio que está na mão de Deus, na natureza que é essa beleza toda, não pode ficar na ponta dos dedos dos homens que cuidam do computador da PCH. Não tem empresa que segura o Jauquara, só Deus mesmo. Porque é isso, todo o equilíbrio da natureza a partir das águas do Jauquara aqui no Vão Grande ou no Vãozinho. [5]

[4] Abreviatura de “pequena central hidrelétrica”.

[5] Comunidade a jusante.

Vai secar a vida quando secar a água do Jauquara. A veia da vida de nós é a veia da água do Jauquara. Se mexer no rio vai acabar com a nossa vida. Vou repetir: A veia da água, da vida do pessoal é o Jauquara. Da cabeceira até a barra dele, toda a vida aqui depende dele. E onde não tem a água, não tem a vida.

Com o tempo a gente não aguenta mais trabalhar mesmo. Hoje, se você trabalha numa firma, você não é clandestino, tudo é fichado. Tudo é mandado pela mão do dono. Eu nunca gostei de trabalhar na mão de ninguém, não. Eu trabalho sob a minha mão e a mão de Deus. Não quero sair daqui. Quero ficar aqui no meu cantinho, cultivando da minha roça e cuidando da minha reserva. Pegando uns peixinho no Jauquara e comendo com mandioca. Quero o meu sossego. Quero ouvir esse barulho da água do rio correndo, o canto do sabiá. Passo o dia inteiro aqui escuitando essa passagem, ó! Olha como é bonito o barulho da água. Mesmo quando a pescaria não dá nada, nós está feliz sentindo o cheiro da água, a “sumarana” da água e nessa conversa aqui. No dia que nós quer trabalhar na roça, trabalha; no dia de pescar, pesca; e todo dia tem comida e nunca falta comida. Nunca passamos fome.

Meu pai falava que era pra cuidar da natureza. Pra cuidar dos mais novos. E nós estamos fazendo isso. Por isso não queremos barragem aqui nem nada. Queremos nosso sossego pra viver a vida aqui nesse cantinho. Pra manter a nossa vida tocando a lavourinha de cada um. Porque aqui tem água boa, um peixinho pra comer e pronto. Queremos a liberdade e a tranquilidade aqui deste lugar. Eu me sinto livre aqui.

O que é, afinal, a transformação no ativismo?

Ana Biglione

“A mudança necessária é tão profunda que se costuma dizer que ela é impossível. Tão profunda que se costuma dizer que ela é inimaginável. Mas o impossível está por vir. E o inimaginável nos é devido.”

Paul B. Preciado [1]

É um dia frio e nublado em São Paulo, em meio à fatídica semana cinza que nos faz ainda mais ativistas pela Amazônia. Abro meu computador para ler os textos que inspirarão a escrita deste texto. Logo no primeiro parágrafo, Cláudia afirma: “O ativismo visa a transformação, mas é fácil perdermos isso de vista. A reflexão nos ajuda a lembrar por que estamos aqui.”

 1 Citação na contracapa da publicação de Carla Ferro. É necessário, o impossível. Carla Ferro Livros, 2017.

Minha alma acorda. Sim, a transformação que tanto desejamos enquanto ativistas pode ser óbvia, mas ela nos escapa recorrentemente. Talvez estar ciente disso seja o mais importante trabalho (e desafio) do ativista. Reconheço – em mim e em muitos ativistas – um padrão do qual não é simples fugir. Alguma questão ou situação nos sensibiliza e passamos a nos engajar, a atuar para transformar isso que nos sensibilizou. E aí entramos tão fundo, que nossa atuação se torna uma luta. E então a ação de lutar fica tão grande que nos perdemos em uma miríade de ações estruturantes da luta, sendo que em certos momentos talvez nem fosse essa a necessidade. A luta ocupa nosso ativismo. Acabamos por ofuscar nossa clareza sobre a tão desejada transformação. 

Aprendi a reconhecer, com Allan Kaplan e Sue Davidoff (também ativistas, sul africanos) que todos nós, ativistas, andamos sobre esse terreno contraditório e estamos sob a máxima do que a Gestalt nomeia como teoria da mudança paradoxal, onde quanto mais tentamos mudar um comportamento, mais ele permanece o mesmo. “No ativismo, a estridência, a convicção de se estar certo, acompanhada pela determinação de mudar o que está errado são tão comuns, que a determinação, ao ficar estridente, pode passar a mimetizar as mesmas forças que estávamos querendo mudar” [2]. Como então podemos nos aventurar a transformar algo?

2 Allan Kaplan e Sue Davidoff. O ativismo delicado. The Proteus Initiative. 2014, p 4.

Na medida em que vou lendo os textos e ouvindo as diferentes vozes ativistas, vou me dando conta de máximas dessa transformação que tanto desejamos. “Não vai passar. Não é uma transformação que tem final. Nunca nos transformamos o suficiente. Se a transformação fosse uma máxima, talvez seria ‘continuar se transformando’. Não é um projeto de reforma de uma casa, que tem começo, meio e fim. É um movimento contínuo, pois estamos lidando com seres humanos, que são seres cuja dimensão exata não conseguimos compreender”, é o que diz Keila. “Transformação é estar sempre se questionando”, afirma Marcelo.  

Aventurar-se a transformar algo está intimamente ligado a essas qualidades e a esse caráter continuamente reflexivo e questionador do ativismo – um desassossego interessado. É a partir dele, na sua relação com o mundo, que as pessoas se tornam ativistas, mas vai muito além disso: é a capacidade contínua e infindável de reflexão e questionamento – do mundo e de nós mesmos, das nossas próprias ações – que faz com que prestemos atenção ao que está de fato acontecendo, ajudando a nos despertar de padrões (como o da luta), a compreender melhor as situações complexas com que lidamos, e a nos movermos para direções e ações (ou não ações) que sejam repletas de sentido, despertando a transformação. 

Nesse sentido, um ativista não descansa de desconfiar da sua ação e de mudá-la, não se deixa entregar à presunção de que ele tem as respostas certas para aquela determinada situação; é, sim, um ser ativamente atento ao que acontece no mundo, um constante perguntador, um inconformado, que busca compreender com profundidade o que está acontecendo, que precisa dialogar e se encontrar com os demais – incluindo os diferentes – pra ver mais e além. Ou seja, mais do que nas respostas ou ações em si, é na incessante busca por ações e respostas que o ativista zela para que uma real transformação vá acontecendo. A transformação não é algo estanque; ela se dá no constante movimento de busca por si mesma. 

Ao mesmo tempo, falar da essência da transformação no ativismo é também reconhecer uma inevitável mudança de paradigma – algo profundo e duradouro, que acontece no hoje e que reverbera no amanhã. Estamos todos embrenhados em um mundo cujo paradigma atual seja, talvez, nosso maior desafio de transformação. Temos que lidar com um mundo burocrático, hierárquico, utilitarista e, nesse lidar, corremos o risco de nos tornarmos como ele: ativistas burocratas ou gestores de problemas, cooptados pela lógica instrumentalista de transformar o mundo a partir de fora dele, fortalecendo um paradigma gerencial que provê serviços de transformação social como uma commodity. Será isso transformação?

Me parece que reconhecer que o jeito como escolhemos agir e o tipo de ativismo que praticamos é tão significativo quanto a causa em que atuamos. A cada vez que nos perdemos disso, somos cooptados por um fazer desconectado de sentido, que não instiga a busca, nem abre passagem para o movimento de mudança, mas mantém o status quo e deixa de transformar.

Por fim, todos temos a vivência de que a transformação que desejamos é tanto impossível, quanto extremamente simples. Atuamos em sua complexidade e a reconhecemos na sua simplicidade. Fábio sabe que ainda que leis, projetos e sistemas sejam necessários, o que muda a vida das pessoas é a teia de cuidado informal, que vive nas relações. Teca sabe que o imediatismo por soluções não se sustenta. Tio Antônio sabe que sem as árvores frutíferas os passarinhos simplesmente não vêm. A transformação no ativismo é enorme, depende de uma multiplicidade de fatores (internos e externos) e, ainda assim, acontece no um a um, a cada pequeno passo. E esse parece ser mais um dos seus paradoxos, mais uma das bases moventes pelas quais os ativistas caminham. 

Aliás, a mais árdua verdade carregada pelo ativismo é essa: a transformação que sonhamos enquanto ativistas é um grande mistério para todos nós. Se a gente soubesse exatamente como ela acontece, quais os caminhos, como ela nos afeta e qual sua cara – ela não seria transformação. Voltamos à ideia de que é justamente a busca, ativa, atenta e cuidada, por possibilidades que passam por direitos, por diálogos, por lutas, por desconstruções, por reflexões, por mobilizações e desmobilizações, pelas mais diversas ações, que vão nos mostrando, nos revelando, a partir do jeito como são vividas, a sua feição, sua forma e também aquilo que ela não é, ou não deveria ser. A busca de hoje vai transformando o amanhã, quase que ao revés. É como se o ativismo fosse uma janela para que a transformação possa ir acontecendo, para que um futuro mais coletivo e saudável a todos possa ir adentrando a nossa realidade atual e conformando-a nessa direção – que tem um rumo, mas não tem uma única resposta certa, que é de cada um, de cada causa e de todos, e que, quando atentos, vamos juntos humildemente descobrindo qual vai sendo. E seguindo. 

TÁTICA / Ação individual (ou quase)

No ativismo, há espaço para o ato individual disruptivo, carregado de força simbólica e capaz de inspirar, geração após geração. A seguir, três casos ilustrativos do poder da intervenção de uma única pessoa (ou duas) contra o Estado, as instituições planetárias, o poder e as máquinas de guerra.

XINGU VIVE

É dezembro de 2011. A então estudante Ana Gabriela Person está numa solenidade no Palácio do Planalto para receber o Prêmio Jovem Cientista das mãos da presidenta Dilma Roussef. Tudo aconteceria conforme o manjado script das cerimônias de premiação: entrega do troféu, discurso, foto com a “autoridade”. Porém, Ana Gabriela traz o rosto pintado com um grafismo indígena e a expressão “Xingu Vive” escrita no braço. A presidenta é obrigada a fazer a foto e o protesto contra a construção da Usina de Belo Monte se materializa.

A ação foi noticiada na imprensa (a imagem do protesto foi produzida por um repórter fotográfico do jornal O Estado de São Paulo) e espalhada pelas mídias sociais. Foi uma intervenção simples de poucos elementos: uma palavra-de-ordem, um pintura corporal, presença física e o momento preciso, numa típica foto-oportunidade (a tática consiste em realizar uma ação para produzir uma imagem que sintetize a mensagem política e seja distribuída pelas mídias). Naquele instante, o protesto de Ana Gabriela transformou-se num ícone do movimento pelo Xingu e contra Belo Monte.

O fato de ser “individual”, assim, não retira desse tipo de ato seu vínculo com a ação coletiva. Neste caso, a relação com um movimento mais amplo é direta. A intervenção deixa de ser “solitária” e “isolada” na medida em que se conecta a processos de luta e mobilização pré-existentes e na medida em que a repercussão do ato retroalimenta esses processos. Mesmo que hipoteticamente a pessoa que faz a ação não seja uma “militante” do movimento, não deixa, de alguma forma, de pertencer a ele. Uma noção mais alargada e extensiva de pertencimento a um coletivo pode emergir daí.

Como complemento, a conversa que a estudante teve com a presidenta também foi objeto de comentários nas mídias sociais. Gabriela pediu a Dilma que o governo desistisse de Belo Monte e salvasse o Xingu. “Ah, tá!”, respondeu a presidenta. A hashtag #ahtaatingiu os trendingtopicsno Twitter e se transformou na chave irônica do repúdio coletivo ao projeto crescimentista do governo.

Reside na ironia, aliás, boa parte da força da ação. Na foto que se tornou icônica, a jovem segura o troféu ao lado de uma Rousseff sorridente, que lhe abraça, as mãos tocando o mesmo braço que leva a mensagem “Xingu Vive”. A presidenta parece ora alheia, ora cínica em relação à palavra de ordem. E vê-se forçadamente a ser garota-propaganda de uma causa que implica diretamente seu governo.

PANTERAS NAS OLIMPÍADAS

Jogos Olímpicos do México, 1968. No segundo dia de competições, dois atletas negros norte-americanos (e um australiano, branco) sobem ao pódio depois de vencer as finais do atletismo nos 200 metros rasos. No momento de entrega das medalhas, quando o hino dos Estados Unidos começou a tocar, Tommie Smith (ouro) e John Carlos (bronze) ergueram um punho fechado com luvas pretas, as cabeças ligeiramente abaixadas, num gesto conhecido do grupo radical negro norte-americano Panteras Negras, em protesto contra a pobreza e a discriminação da população negra. O australiano não ergueu o braço, mas apoiou a intervenção. O Comitê Olímpico Internacional condenou o ato e os atletas viveram perseguição e ostracismo nos anos seguintes.

A iniciativa teve relação direta com a luta antirracista nos EUA, e não pode ser caracterizada exatamente como espontânea. Naquele ano, os atletas negros consideraram fazer o boicote dos Jogos (a pressão culminou com a exclusão da Rodésia, hoje Zimbábue, e da África do Sul). Também havia sido criado o Olympic Project for HumanRights(Projeto Olímpico pelos Direitos Humanos – OPRH) para combater o racismo. A ação estava prevista para o caso de os atletas vencerem suas provas. Deu certo, ultrapassando todas as expectativas. O protesto tornou-se, sem dúvida, a imagem mais famosa das Olimpíadas daquele ano e um dos ícones do ativismo negro dos anos 60. 

COMO PARAR TANQUES DE GUERRA

Um ato individual ganha mais relevância quando lido à luz do contexto político no qual ele ocorre e do qual ele é sempre uma manifestação singular. É assim que se pode compreender o extraordinário ato solitário do homem que bloqueia uma coluna de tanques militares na Praça da Paz Celestial, no centro de Pequim, na China, em 5 de junho de 1989. Sozinho, com duas sacolas de compras nas mãos, o homem impede o avanço das máquinas de guerra um dia depois de ocorrer, naquele mesmo local, um banho de sangue perpetrado pelas forças do governo. Os protestos estudantis, iniciados devido à morte de um líder reformista, levaram uma multidão à região central de Pequim naqueles dias. A reação do governo chinês, depois de um período de impasse, foi avassaladora: tiros e bombas disparados contra a multidão, blindados passando por cima das pessoas, manifestantes detidos e executados nos dias seguintes, em número até hoje não esclarecido. Estima-se que até 10 mil pessoas tenham sido assassinadas naquela ocasião.

O ato foi fotografado e filmado e correu o mundo como uma das imagens mais impactantes do século XX. Apesar de existirem diversas versões da história, até hoje não se sabe a identidade do autor do bloqueio, que é chamado de Rebelde Desconhecido ou de TankMan (O homem dos tanques). O governo chinês nunca forneceu informações sobre o caso. Até pelo menos 2016, ainda havia pessoas encarceradas na China por causa daqueles protestos. 

QUEM COLABORA NESTA EDIÇÃO

Ana Biglione é formada em administração pela FGV-SP. Trabalha com a prática social reflexiva, uma abordagem inspirada no pensamento de Goethe. Atua com transformação social, desenvolvimento de pessoas e organizações pela Noetá, iniciativa da qual é fundadora.

Ana Lígia Leite e Aguiar é professora de Literatura Brasileira da Universidade Federal da Bahia. Trabalha com Crítica Biográfica, Literatura Comparada, Estudos sobre a Nação e Estudos da Imagem. Suas pesquisas se voltam ao estudo das teorias e artes anticoloniais nos Trópicos.

Cássio Martinho atua como consultor de ONGs e movimentos sociais em trabalho em rede e mobilização social. Integra a Escola de Ativismo.

Claudia Visoni, paulistana, é jornalista, permacultora e agricultora urbana há 11 anos, e ambientalista desde sempre. Atualmente está como co-deputada estadual no mandato coletivo da Bancada Ativista.

Fábio Paes é graduado em Teologia e Filosofia. Trabalhou por 12 anos como assessor nacional de Advocacy na organização Aldeias Infantis SOS Brasil. Atuou como conselheiro do Conanda por quatro anos e como seu presidente no ano de 2016.

immanens é pedagogo, atuando na encruzilhada entre educação, cultura e assistência social. Vem pesquisando a diferença e a formação de educadores em várias formas de realizar educação. Integra a Escola de Ativismo.

Jean Tible é militante e professor de Ciência Política na Universidade de São Paulo. Autor de “Marx selvagem” e do “Cordel Marx indígena, preto, feminista, operário, camponês, cigano, palestino, trans”. É também co-organizador de “Junho: potência das ruas e das redes”, “Cartografias da emergência: novas lutas no Brasil” e “Negri no Trópico”.

João Marcelo Trindade é tecnólogo em redes de computadores. Ligado a causas sociais (Coletividade é tudo). Fundador do Muribeca é Logo Ali e Somos Todos Muribeca. Um nerd assumido. Leitor de quadrinhos. Jogador de RPG (Vampiro a Idade das Trevas e D&D). Amante de Magic the Gathering e Pokemon TCG. Jogos de Tabuleiro, Computador e PS4.

Keila Simpson é travesti e ativista do movimento organizado LGBT desde 91. É Presidenta da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e também secretária da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Pessoas Intersexuais (ABGLT). Foi a primeira travesti a receber o prêmio Direitos Humanos 2013 da Presidência da República na sua 19ª edição.

Laurinda Gouveia é ativista angolana e participou no movimento de luta contra a ditadura de José Eduardo dos Santos. Luta pelos direitos de mulheres em situação de vulnerabilidade por meio da plataforma Ondjango Feminista.

Luciana Ferreira é educadora popular, doutoranda em educação. Curiosa com os temas água, terra e território, agroecologia, educação popular e processos de subjetivação. Integra a Escola de Ativismo.

Luciano da Silva é assentado da reforma agrária, agricultor agroecológico e técnico agrícola ligado ao Movimento dos trabalhadores, assentados e quilombolas – CETA.

Luiz Cláudio (Lula) de Melo é pai de Tainá e Iago, preza por uma sociedade justa e inclusiva e tem como base os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). É fundador do Somos Todos Muribeca. Gosta de leitura, vídeo games, board games e RPG.

Marcelo Marquesini é ativista por direitos, engenheiro florestal, mestre em ecologia e manejo de florestas tropicais, integra a Escola de Ativismo, eterno aprendiz. 

Mikael Peric é bacharel em Ciências Biológicas e Mestre em Ciências pela USP. Focou sua pesquisa na Evolução Humana e nos Sistemas Complexos. Trabalha com ativismo há 10 anos, estudando e praticando a não-violência. Nas horas vagas, programa e estuda análise de dados. Integra a Escola de Ativismo.

Paola Amaris é colombiana e educadora matemática.

Sofía Marcía é nascida em Honduras, mas é nômade e tem seu coração na América Latina. É coordenadora de pesquisa na organização política feminista Luchemos, mas seu principal projeto político é sua filha Camila. Contra hegemônica, acompanha as lutas antirracistas e anticapitalistas e crê no poder das pessoas que lutam.

Suennya Seixas é uma mulher lésbica de 26 anos, gravurista e moradora de Maranguape, bairro na periferia de Olinda. Integra o coletivo Gravos e estuda artes visuais no Instituto Federal campus Olinda.

Teca (Maria Tereza Viana de Freitas Corujo) é ambientalista. Atua nos movimentos SOS Serra da Piedade, Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela e Movimento pelas Serras e Águas de Minas (Movsam).

Tio Antonio é Antonio de Souza Bento. Tem seis filhos e cinco netos. Reside na comunidade Baixio, no Território Quilombola Vão Grande, em Barra do Bugres/MT. Pescador, lavrador, mateiro e festeiro. Membro do comitê popular do Rio Jauquara. Devoto de São José para quem realiza tradicional festa, todos os anos, no dia 19 de Março.

Yadira Ansoar é cubana, cientista e fotógrafa.

Não somos mais os mesmos

Fábio Paes conta como a pandemia provocou o SEFRAS – Serviço Franciscano de Solidariedade a ampliar a escala e, principalmente, o espírito de movimento das suas ações

Caráter massivo

Ao invés de interromper suas ações após o anúncio da pandemia do novo coronavírus, o SEFRAS – Serviço Franciscano de Solidariedade decidiu ampliá-las. Criamos um plano imediato de enfrentamento junto a grupos invisíveis: crianças, adolescentes e famílias de periferias, ocupações e aldeias indígenas, comunidades imigrantes, pessoas em situação de rua e idosos sozinhos. Concedemos quarentena aos funcionários pertencentes a grupos de risco, mantivemos os demais mobilizados, criamos uma frente de voluntários e demos início às etapas do plano.

Começamos as ações com a seguinte pergunta norteadora: em um país com dramáticas estatísticas de miséria e violações de direitos, a quarentena é para quem? é um direito ou um privilégio? A partir dessa questão, vislumbramos duas atuações prioritárias: o enfrentamento da fome; e a construção de uma economia alternativa, na qual as pessoas possam produzir, consumir e redistribuir a partir da sua própria força comunitária. E, como a demanda das populações invisíveis não para de crescer nesse momento, percebemos que a metodologia do nosso trabalho não poderia mais ser baseada em um projeto de organização, nem contar com serviços oferecidos pelo poder público: teria que ser de caráter massivo, uma espécie de “estratégia de guerra”.

Ações

Na cidade de São Paulo, os franciscanos começaram a transformar os espaços de seus próprios conventos em cozinhas sociais, contando com a participação de cozinheiros voluntários. Recebemos um contêiner refrigerado de 40 pés (ou 12 metros) de comprimento para armazenar doações refrigeradas e podermos apoiar as cozinhas. A partir da mobilização de empresários, conseguimos uma tenda de 200 metros quadrados para servir 3.000 refeições diárias, que se somam às 1.500 refeições servidas nos outros pontos de entrega. Organizamos sete pontos de recebimento de doações, triagem e distribuição de alimentos. Além disso, temos entregado cestas básicas e kits de higiene a mais de 5.000 famílias em 57 comunidades, em parte graças à articulação com coletivos comunitários e movimentos sociais como a Uneafro e o Projeto de Meninos e Meninas de Rua.

O Núcleo de Convivência de Pessoas em Situação de Rua da Rua Riachuelo, que antes oferecia alimentação, banho e acompanhamento psicossocial a 800 pessoas diariamente, teve sua capacidade expandida para receber mais 500 a 600 pessoas por dia. Em parceria com a Prefeitura de São Paulo, foram abertos mais dois espaços: um, próximo do bairro da Liberdade, para atender mais 250 pessoas em situação de rua; e outro para oferecer condições de quarentena a até 50 imigrantes, complementando o acolhimento já oferecido a mais de 100 deles no Projeto Casa de Assis.

Também estamos nas periferias do Rio de Janeiro, onde realizamos distribuição de alimentos e acompanhamento das famílias. Em breve, abriremos uma tenda humanitária no centro da capital fluminense. Ela servirá  para distribuição de marmitas e acompanhamento da população de rua em parceria com iniciativas locais.

Por fim, recentemente lançamos a campanha #AçãoFranciscana para arrecadar doações, mobilizar voluntários, incidir politicamente e divulgar dados sobre as populações invisíveis.

Grupos de trabalho

O SEFRAS criou um Comitê de Emergência organizado em seis grupos de trabalho. O primeiro deles está dedicado exclusivamente à questão do voluntariado. O segundo está voltado para a questão da informação e da prevenção frente ao coronavírus, com foco nos voluntários, participantes e trabalhadores. Tem um caráter de comunicação e também de alinhamento técnico relativo ao número de pessoas estão com coronavírus e à importância de materiais de prevenção. O terceiro GT cuida das doações de alimentos. O quarto está focado na mobilização e incidência política, buscando conscientizar e mobilizar a sociedade e pressionar o Estado a responder às necessidades dos grupos invisíveis. O quinto é um grupo de gestão que cuida dos aspectos organizacionais, financeiros e administrativos dos nossos processos de enfrentamento à crise. Por fim, o sexto GT, também chamado de Casa Franciscana, é responsável pela metodologia e acompanhamento de todos os projetos e ações.

Incidência política

Como parte do trabalho do quarto GT, criamos uma carta aberta ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de São Paulo exigindo a descentralização do orçamento da criança, para que fundos sejam destinados a projetos ligados àquelas que estão em situação de rua.

Também criamos um pacto pela saúde da população de rua, que reúne medidas públicas para enfrentar a pandemia. Esse pacto resultou no compromisso da Secretaria de Saúde de criar uma tenda de atendimento para vacina da influenza A e acompanhamento direto de casos. E, principalmente, ele levou a uma definição do fluxo, inédito, entre as políticas de assistência e saúde neste momento de crise.

O SEFRAS, inclusive, conta com um protocolo institucional próprio caso haja algum caso de Covid-19 em nossos espaços e ações, definido em conjunto com a Prefeitura de São Paulo. Ele permite o encaminhamento direto das pessoas doentes para a rede municipal e prevê ações de monitoramento diário de enfermeiros e técnicos da saúde para acompanhar voluntários, trabalhadores e participantes.

De ONG a movimento

O desafio do contexto é impressionante. Temos que ter muita inteligência e rapidez nas respostas. De maneira impactante, os franciscanos do SEFRAS estão saindo da postura de ONG e passando a atuar como uma organização humanitária, de voluntariado, ativismo, mobilização e ação direta. Reorganizamos os espaços: ao invés de apenas ter um espaço próprio, passamos a ocupar espaços públicos para atender a demanda da população. É o caso da Tenda com a qual ocupamos o Largo São Francisco, no centro de São Paulo.
 
 A imprensa tem dado visibilidade ao grande trabalho realizado pelos frades e freiras que, de hábito, distribuem refeições na cidade. Contudo, com eles há uma multidão de pessoas compondo essa rede franciscana de vários rostos e idades. Nosso escritório, por exemplo, se transformou em um espaço de campanha, onde voluntários trabalham e fazem rodízio com profissionais de campo na comunicação, publicidade, organização de doações e até gestão de processos. Na ponta, estamos com mais de 230 voluntários nas ações diretas e 210 trabalhadores. Se contabilizarmos quem nos apoia em casa, nas mais variadas funções (da fabricação de máscaras ao fortalecimento da comunicação), já ultrapassamos 500 pessoas mobilizadas. 

O SEFRAS não é mais o mesmo: foi instaurada em nós uma estrutura de movimento, de caráter humanitário. Nós nos transformamos em uma grande corrente feita por homens, mulheres e muita juventude.

O SEFRAS – Serviço Franciscano de Solidariedade é uma organização social sem fins lucrativos, iniciativa de frades franciscanos com o objetivo de mobilizar pessoas e instituições para a promoção e defesa de direitos humanos e ambientais no Brasil. Realiza ações diretas junto a populações mais vulneráveis, desenvolvimento de competências de pessoas e grupos e advocacy.

Fábio Paes é filósofo, ativista de direitos humanos e atual responsável pelo desenvolvimento institucional do SEFRAS .

SAIBA MAIS

SEFRAS e campanha #AçãoFransciscana: http://www.sefras.org.br/novo/ e https://www.facebook.com/sefras.org/

Canal do SEFRAS no YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCdt8OiCb6uyLYuPvYWUi43Q

Como ajudar: https://franciscanos.org.br/noticias/sefras-veja-como-fazer-doacoes-para-ajudar-populacao-em-situacao-de-rua.html

Carta Aberta ao  Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo (CMDCA): http://www.sefras.org.br/novo/carta-aberta-ao-cmdca-de-sao-paulo/

Projeto Meninos e Meninas de Rua: http://www.sefras.org.br/novo/servicos/#saopaulo

UNEAFRO: https://uneafrobrasil.org/

Boletim #30

* Versión en español a continuación.

Especial: Coronavirus

A Pandemia pegou a maioria de nós despreparades, a quantidade de informações a que estamos sendo expostos é massiva e muitas vezes pode disparar ansiedade, medo e desesperança. Se esse é seu caso, busque desconectar (na medida do possível) e se alimente de notícias que vão na contramão do alarmismo e do catastrofismo.

Trazemos iniciativas que nos inspiram e alimentam nossa esperança, mas também notícias que nos ajudam a entender as mudanças do contexto, as novas ameaças digitais e psicoemocionais que esses tempos nos trazem. Por isso vamos sinalizar as sessões que podem ser gatilho para quem já está a flor da pele com “[gatilho – vibe ruim]” e as sessões que podem promover cuidados psicossociais com “[gatilho – boas vibrações]”.

A edição ficou gigante e nossa dica é explorar ao longo dos dias os links que te interessarem, aproveite que o próximo boletim só sai em 1 mês.

E por último, vale lembrar que algumas notícias bloqueadas por paywall podem ser acessadas via Navegador TOR 😉

 

Resistências[gatilho: boas vibrações]

Pequeno recado da Escola de Ativismo

Agir pelo que queremos transformar, largar e construir é uma forma de explicar o ativismo. E ter isso em mente vem sendo fundamental neste momento que nos desafia a repensar teorias e práticas. Escola, pra nós, é um espaço sem muros. Escola é encontro. E não é a distância física que vai determinar se estamos juntxs ou não. Aquilo que pode encontrar novas formas, vamos transformar. Adiando o que precisa ser adiado. Não há recuo aqui. A luta precisa continuar e vai.

Como organizar a favela em tempos de coronavírus

Nesta vídeo entrevista, André Constantine e Dafne Ashton tentam traçar soluções para enfrentar a crise nos territórios de favela no cenário distópico de pandemia, e como a cultura de construção política comunitária, o espírito coletivo e de solidariedade sempre presentes nesses territórios serão fundamentais para amenizar o impacto da pandemia. Assista na TV 247.

Periferia criativa no combate ao Covid19

Na ausência de políticas públicas efetivas do Estado, as periferias brasileiras tem usado sua criatividade de sempre para informar e combater o avanço do vírus entre as populações negras e pobres do Brasil. Confira na reportagem da Agência Pública.

Sociedade contra o corona

Mais de 100 organizações da sociedade civil estão unidas e engajadas para enfrentar os efeitos da crise do coronavírus, mapeando as necessidades de comunidades em situação de vulnerabilidade, articulando esforços para que recursos financeiros e materiais cheguem a essas localidades, apoiando a ciência, os órgãos de pesquisa e as universidades e incidindo em políticas públicas que sejam eficazes contra o avanço do vírus. Acesse Sociedade contra Corona.

Quero apoiar comunidades e organizações, como faço?

A Rádio Aconchego 88,5 Livre do Recife listou grupos, organizações e coletivos do Recife que estão atuando no combate e conscientização sobre os riscos do corona vírus. Se você quer ajudar e não sabe como, acessa o site e entra em contato com os grupos ali presentes. Matéria compartilhada também pela iniciativa Apoio Mútuo.

 

Sonhar o futuro [gatilho: boas vibrações]

Mundo pós-pandemia terá valores feministas no vocabulário comum

Antropóloga Debora Diniz, afirma que conceitos como cuidado, proteção social, interdependência e saúde terão que ser discutidos no mundo pós-pandemia. O desamparo está no centro dos debates sobre política e economia e não há salvação se não criarmos mecanismos coletivos de amparo. Essa pandemia colocou como tópico prioritário da agenda a compreensão do mundo, a sobrevivência e a nossa interdependência. Teremos de falar de cuidados, proteção social, saúde. Matéria completa na Folha.

Reflexões Sistemicas – Pensando o mundo pós coronavirus [es]

Papo entre Alberto Acosta (equador), Maristella Svampa (argentina) e Pablo Solón (Bolivia) trocando suas impressões sobre as causas, consequências e oportunidades que a pandemia mundial traz para a humanidade e reflexões e mudanças possíveis nos sistemas estruturais de exploração humana e da Terra. Assista no canal da Fundacion Solon.

Vandana Shiva: Estamos em guerra contra a estupidez

Nesse breve vídeo Vanda Shiva fala sobre a sobrevivência da Terra, a importância das mulheres e seus importante valores e conhecimentos para esse novo momento! E conselhos para os jovens! Veja o vídeo no OA News.

 

Informações seguras sobre coronavirus

Rede Latino-Americana e do Caribe de Informação em Saúde

A rede traz informações seguras e dados científicos sobre o coronavirus do Brasil e alguns países da América Latina, apresenta protocolos tanto para profissionais de saúde quanto para público em geral. Acesse portal da BVS.

 

Notícias [gatilho: vibe ruim]

Facebook apaga post de Bolsonaro com fake news

Depois de dar declarações falsas sobre o usso da hidroxicloroquina, Bolsonaro tem seu post apagado em redes sociais pela própria empresa que alegaram ter removido já que essas informações podem contribuir para danos físicos iminentes. Confira a reportagem de Folha.

Estariam os políticos brasileiros sendo grampeados pelo próprio governo?

No artigo Merval Pereira relata conversas e especulações sobre a possibilidade do governo Bolsonaro estar grampeando deputados e ministros do seu governo. O assunto volta à tona justamente quando nos tornamos mais atentos a aplicativos e ferramentas digitais. Confira, se puder no Globo.

Empresa recifense usa informações de geolocalização para dar alertas sobre Covid19

Num momento onde o Senado impede que a Lei Geral de Proteção de Dados avance, a start up recifense In Loco que já está usando uma tecnologia de geolocalização para trabalhar com a Prefeitura de Recife, quer implementar no território nacional suas ferramentas de monitoramento, provocando um debate sobre privacidade. Entenda lendo o El País.

Radar Legislativo: Especial COVID-19 e Tecnologia

Em menos de um mês, o Congresso Nacional propôs 18 novos projetos de lei relacionados à Internet e ao uso de tecnologia em tempos pós-coronavírus, é necessário compreender essas mudanças que estão sendo propostas em um contexto emergencial e que devem delinear as interações em um mundo pós-COVID-19. Saiba mais com a Coding Rights.

Polícia Federal descobre invasão de babas eletrônicas e câmeras residenciais

Aproveitando o período de isolamento social decorrente da pandemia do coronavírus, criminosos estão invadindo dispositivos eletrônicos residenciais em diversas regiões do País. Segundo as investigações, os criminosos conseguem ter acesso, em tempo real, às filmagens das “babás eletrônicas” e dispositivos chamados de “câmeras IP”, passando a ter acesso à rotina diária da família para praticar crimes, como extorsão. Matéria completa no UOL.

 

Artigos e Análises [gatilho: boas vibrações]

Sobre esperança e medo: Aiton Krenak e a cosmovisão indígena

Em entrevista ao O Globo, o intelectual líder indígena Ailton Krenak nos conduz a um pensamento menos fatalista e mais reflexivo diante da crise que se instaura. Ele destaca a nossa relação com a natureza, nossa arrogância diante do mundo e quais podem ser os aprendizados. Vale a pena a leitura do artigo no Geledés.

A sociedade civil apela aos governos da América Latina e do Caribe para que assegurem que as tecnologias digitais aplicadas à pandemia da COVID-19 respeitem os direitos humanos [es]

Reconhecendo a gravidade desta crise sanitária e a possibilidade legal de os governos tomarem medidas excepcionais para controlar a pandemia, é importante lembrar que estas medidas devem ser levadas a cabo no estrito respeito das normas em matéria de direitos humanos isso inclui também qualquer desenvolvimento digital ou implementação tecnológica que nossos governos possam querer implementar. Mais no site Derechos Digitales.

Estado suicidário, covid19 e black bretch: os planos de emergência do Teatro Negro

Em seu artigo para os Jornalistas Livres, a professoa Rosane Borges analisa a responsabilidade dos Estados modernos e quais são as alternativas do ponto de vista dos ditos atores marginalizados, frente ao cenário das artes. Matéria completa no Jornalistas Livres.

 

Privacidade [gatilho: vibe ruim]

Apesar da propaganda, não há criptografia de ponta a ponta nas reuniões feitas pelo Zoom [pt, en]

O serviço Zoom de videoconferência cujo uso disparou durante a pandemia de covid-19, afirma utilizar a forma considerada mais segura de comunicação pela internet, a criptografia de ponta a ponta, que protege as conversas contra todos os terceiros externos. Mas a empresa tem acesso a áudio e vídeo não criptografados das reuniões. Matéria completa no Intercept.

Mais no NY Times [en]: Uma funcionalidade sobre o Zoom Mostra dados ocultos dos perfis do People’s LinkedIn.

Veja no The Guardian [en]: Zoom é malware”: porque é que os peritos se preocupam com a plataforma de videoconferência .

Hipervigilância em tempos de pandemia [es]

O panóptico coronavírus rastreia os seus contactos. Já se fala de “coronopticon”, referindo-se à nova invasão de privacidade. Como a tecnologia centraliza a informação dos cidadãos e entra num conflito sem precedentes com as liberdades individuais: o Big Brother no seu bolso. Matéria completa no Clarín.

Veja os relatórios públicos disponibilizados pelo google, através da análise de dados capturados pela empresa.

Brasil

Protecção de dados na época da COVID-19: os riscos da vigilância no Brasil. Matéria na Policy Review [en].

Governo vai usar dados de operadoras para monitorar aglomeração na pandemia. Acordo foi firmado com cinco grandes empresas; ministério diz que haverá proteção à privacidade . Veja no UOL.

Governo de São Paulo se une a Vivo para rastrear celulares e garantir isolamento. Leia no IG.

Recife, Governo vai usar dados de operadoras para monitorar deslocamentos na pandemia. Matéria completa no Olhar Digital.

Mundo

Vimos o software Covid-19 da NSO em acção – Várias empresas de tecnologia de vigilância estão a dar o seu contributo para a localização de cidadãos infectados com coronavírus. Os peritos estão preocupados por estarem apenas a tentar explorar uma crise para expandir os seus negócios questionáveis, saiba tudo na Vice. [en]

Israel recurre al espionaje para vigilar los movimientos de los infectados por coronavirus. No El País [es].

Oito operadores concordam em partilhar dados de localização com a UE para ajudar a localizar a COVID-19. No Digital Policy Law [es]

Como o COVID-19 se espalha para 50 estados este mês, o governo dos EUA está em conversações com empresas de tecnologia, incluindo Google e Facebook, sobre a possível utilização de dados de localização dos celulares dos americanos para rastrear a propagação do coronavírus. No The Markup [en].

Como a Guatemala, El Salvador e Honduras estão cumprindo a quarentena do coronavírus, de acordo com o Google. Leia no Prensa Libre.

 

Racialidades

Comunidades, Algoritmos e Ativismos Digitais: Olhares Afrodiaspóricos

O livro “Comunidades, Algoritmos e Ativismos Digitais: olhares afrodiaspóricos” busca combater uma lacuna na academia brasileira: reflexões sobre a relação entre raça, racismo, negritude e branquitude com as tecnologias digitais como algoritmos, mídias sociais e comunidades online. Organizado por Tarcízio Silva e publicado pela editora LiteraRUA.

“Nossos idosos são nossa memória”: o medo da covid-19 nos quilombos

Cada espaço de resistência criado por remanescentes de escravizados é mantenedor da cultura e da história afro-brasileira. Todo quilombo é memória viva e carregam em seu cotidiano aquilo que os livros não contam. São, por si só, espaços educacionais preciosos. E o descaso e até a inconstitucionalidade do Estado comprometem vidas de remanescentes, além do acesso ou preservação de suas terras, natureza e ensinamentos ancestrais. Veja no UOL.

 

Feminismos

“Pela vida de nossas mães”: o manifesto de filhos de domésticas sem quarentena

Filhas e filhos de empregadas e empregados domésticos e diaristas lançaram um manifesto para pedir medidas de proteção a esses trabalhadores e suas famílias. A carta tem como objetivo acionar a política do bem comum, em que ações individuais são primordiais para o bem-estar da coletividade e exige dispensa remunerada para cumprir o isolamento social, adiantamento das férias e não colocar em situação de risco aqueles e aquelas que moram no mesmo local de trabalho. Leia no Periferia em Movimento.

À medida que as cidades do mundo inteiro se encerram, as vítimas de violência doméstica procuram uma saída [en]

Para as pessoas que são vítimas de violência doméstica, a quarentena prenderam-nas nas suas casas com os seus agressores, isoladas das pessoas e dos recursos que as poderiam ajudar. A vice-directora das Nações Unidas Mulheres, diz que “embora apoiemos em absoluto a necessidade de seguir estas medidas de distanciamento e isolamento social, reconhecemos também que constitui uma oportunidade para os abusadores libertarem mais violência”. Leia mais.

Autodefesa e Arquitetura Corporal para Mulheres e LGBTQIs

Heloíse Fruchi dá orientações para auxiliar pessoas agredidas em situação de violência doméstica no Brasil, retomando alguns conceitos fundamentais da autodefesa feminista e queer que podem ser eficientes e protetivos. Assista no instagram da Icamiaba Autodefesa.

 

Saúde [gatilho: boas vibrações]

Para evitar pandemia, cadeia global de alimentos deve ser revista

Como os alimentos podem ser a porta de entrada para diferentes doenças e porque o tema de segurança alimentar é prioritário para que a população mundial redefina seus hábitos e previna a chegada de outras pandemias globais. Aritgo da UOL com um vasto debate sobre o mercado da alimentação. Leia no UOL.

Reflexões em tempos de pandemia

O que são vírus, a sua relação com nossa alimentação e como a nutrição humana pode frear os avanços de novas doenças de escala global. O artigo apresenta uma análise toda empírica sobre o uso dos minerais e de como outras substâncias presentes em frutas e hortaliças podem ajduar a previnir doenças no geral. Leia no Instituto de Agricultura Biológica.

A crise que definiria nossa geração

Uma análise de como a crise do corona vírus pode redefinir nossa ação a partir de agora e nos motivar a de fato transformar os rumos dessa sociedade. Em uma referência ao livro A Peste, a autora descreve os acontecimentos e reflete tentando nos mostrar quais precisam ser nossas prioridades agora. Saiba mais no El País.

O coronavírus não é uma epidemia apenas sanitária

Num pequeno artigo, uma análise sobre como o covid19 não é apenas um risco a nossa saúde, mas sobretudo ao nosso modo de vida. O medo e a solidão se tornam elementos centrais num cenário de isolamento e risco iminente de morte. Leia no site IHU.

 

Cuidado coletivo e autocuidado [gatilho: boas vibrações]

Doações, segurança e solidariedade online

Uma das consequências mais imediatas da crise sanitária global e do isolamento social é o impacto direto na renda de trabalhadores/as do mundo todo. Muitas pessoas tem preferido fazer a doação financeira online, e há muitos pedidos de doações e campanhas, principalmente via WhatsApp e mídias sociais, com contas bancárias, nome do titular e CPF. Isso é um risco para a segurança de todos com resultados a curto prazo. Veja no blog do Gus.

Sobrevivendo ao Vírus: Um Guia Anarquista

A pandemia não vai passar nas próximas semanas. Para nos preparar para esse momento, vamos nos proteger da ameaça do vírus, pense nas questões sobre risco e segurança que a pandemia nos traz, e confronte as consequências desastrosas de uma ordem social que nunca foi projetada para preservar nosso bem-estar. Leia no CrimeThinc.

Guias na promoção de saúde (e para ficar longe do virus)

Um guía colaborativo para o cuidado com COVID-19 [es, en].

Um Guia Anarquista para Sobreviver ao Coronavírus – COVID-19.

Guía de apoyo psicosocial durante el brote del coronavirus [es].

 

Trabalho remoto [gatilho: boas vibrações]

Proteção física, emocional e digital enquanto estiver trabalhando de casa em tempos de COVID-19 [pt, es, en]

É difícil definir uma solução única para todas as situações, especialmente em se tratando de proteção física e emocional. Essas orientações são oferecidas como inspiração para avaliar e melhorar a proteção de sua situação específica. Leia no FrontLineDefenders.

Quarentena sim, trabalhando também!

Nessa página você encontra sugestões de como artistas e outrxs profissionais autônomxs podem contornar digital e humanamente a quarentena recomendada frente ao COVID19 – e quiçá repensar seus planos de trabalho a longo prazo. Mais no Taipa.

Trabalho remoto e segurança pessoal

Essa é uma situação nova e preocupante em que estamos no mundo todo. Enquanto uma organização internacional remota que desenvolve ferramentas para a segurança online, nós gostaríamos de compartilhar algumas dicas sobre como fazer home office e preservar os seus direitos à privacidade e liberdade de expressão. Leia no blog do.

 

Arte e Jogos [gatilho: boas vibrações]

Brinquedos didáticos ecotecnológicos

Coleção de brinquedos didáticos open source (de código aberto): são blocos de montar para construir estruturas e aprender brincando sobre geometria, matemáticas, arquitetura, mecânica, física, química e muito mais. A iniciativa maker está focada no design e produção de brinquedos didáticos faça você mesmo. Saiba tudo no Alquimetricos.

Funk do Coronavirus

Fantástico funk e vídeo para conscientizar a favela. Escute no Twitter.

 

Mídias [gatilho: boas vibrações]

Pandemia sem neurose: podcast do Alma Preta

Frente a crise do covid nas periferias das cidades, o Alma Preta lança uma série de podcast para abordar diferentes temas, sendo o último sobre o auxilio emergencial do governo. Escute no Alma Preta Jornalismo.

Blogueiras Negras #CoronaVírusNasPeriferias

As Blogueiras Negras iniciaram uma série de podcasts sobre o impacto da crise de covid19 nas periferias e nas mulheres negras. O segundo podcast fala sobre a Carta Pela Vida de Nossas Mães, uma denúncia e um apelo pela vida das empregadas domésticas. Mais em Blogueiras Negras.

Mamilos: Como proteger vidas e salvar a economia

O tradicional podcast do Brainstorm9 coloca em pauta possibilidades e estratégias diferentes visando um bem comum: construir um presente que nos permita ter um futuro sustentável. Na reportagem, Yane Mendes da favela do Totó, no Recife! Escute no Brainstorm9.

Documentário Concernig Violence: uma reflexão sobre resistência e revolução

Baseado no ensaio “Sobre a Violência”, parte do famoso livro Os Condenados da Terra (1961) do filósofo, psiquiatra e militante anti-colonial Frantz Fanon, narrado por Lauryn Hill, mostra cenas raras resgatadas da brutal violência colonial e das resistências e lutas de libertação, principalmente nas colônias portuguesas na África. Assista no FB do Anarquismo Colonial.

 

Ferramentas

Instrumentos de presença remota para o distanciamento social [en]

Com o mundo a entrar na “fase exponencial”, todos devem tomar precauções e limitar a prática da Distanciação Social. Mas isto não significa que devamos cavar um buraco na nossa caverna: ainda podemos falar uns com os outros na Internet, e existem ferramentas excelentes e gratuitas para o fazer. Leia no blog Anarc.at.

 

Aprendizagem e lazer [gatilho: boas vibrações]

Fizemos uma lista de cursos e atividades gratuitas online:

Veja no CatracaLivre 40 sites que oferecem cursos online gratuitos para ocupar a mente na quarentena.

Udemy disponibiliza 40 cursos da área de programação e tecnologia [en].

Assista filmes gratuítos da IDFA (Festival Internacional de Filmes Documentários de Amasterda).

O site Domestika disponibiliza uma selecção de cursos gratuitos.

O Jornal Diáspora Negra disponibiliza 22 cursos de História e Cultura africana e afro-brasileira para estudar em casa.

Janelas para adiar o fim do mundo – Festival Amazônias nas redes, de 17 a 19 de abril. Se nada mais será igual, que juntas e juntos possamos criar janelas para vislumbrar novos mundos possíveis. Instagram e Facebook.

 

Edital

O Fundo Brasil lançou o Fundo de Apoio Emergencial: Covid-19.

Sabemos que, neste momento de crise profunda, são os grupos, coletivos e organizações de base, as defensoras e os defensores de direitos humanos que mobilizam ajuda humanitária e defendem os direitos das populações mais vulneráveis. Queremos fortalecer essas iniciativas de enfrentamento ao novo coronavírus. Veja no Fundo Brasil.

Fundo de Soluções COVID-19 – Fundação Mozzila [en]

A Mozilla anuncia hoje a criação de um Fundo de Soluções COVID-19 como parte do Mozilla Open Source Support Program (MOSS). Através deste fundo, iremos providenciar prémios até 50.000 dólares cada para projectos de tecnologia open source que respondam de alguma forma à pandemia da COVID-19. Veja na Mozzila.

Fundo de Resposta Rápida à COVID-19 – OTF [en]

O Fundo de Resposta Rápida da OTF está sempre aberto, e está continuamente a aceitar e a rever os pedidos. Dada a magnitude da crise global da COVID-19, tornaram mais acessível o financiamento àqueles que mais precisam, aumentando a reserva total de financiamento disponível através do Fundo de Resposta Rápida e dando prioridade para intervenções relacionadas com a pandemia COVID-19. Veja no Open Tech Fund.

Direitos digitais na América Latina

A Indela apoia projetos que promovem políticas e leis de direitos digitais na América Latina e a aplicação e exercício desses direitos. As incrições estão abertas até 30 de abril. Site da Indela.

Fórum Nacional de Reforma Urbana lança edital para iniciativas de apoio local nas periferias

Com o objetivo de fortalecer o combate e prevenção à pandemia do novo coronavírus nas comunidades e periferias, o Fórum Nacional de Reforma Urbana, em parceria com a União Europeia, um edital para iniciativas locais de apoio nas periferias. Com abrangência nacional, o edital vai conceder apoios de até R$9.000,00 para 10 organizações da sociedade civil, para possibilitar a realização de ações no combate emergencial ao COVID-19. Site do Fórum da Reforma Urbana.

Fundo Frida apresenta fundo para iniciativas de internet livre e aberta [es]

O Fundo Frida oferece apoios e prêmios para organizações e grupos que desenvolvem inciativas inovadoras e de impacto para a promoção de uma internet livre e aberta. Pra saber quais são os requisitos, acessa logo. As inscrições vão até 22 de maio. Programa Frida.

 

Iniciativas da sociedade civil

Separamos algumas iniciativas da sociedade civil para aqueles que querem ajudar e não descobriram como:

Página de divulgação das ações dos movimentos populares urbanos em luta por direitos e em solidariedade.

Saiba como ajudar indígenas e povos da floresta no combate ao coronavírus no site do ISA.

Conheça as campanhas que arrecadam dinheiro para populações indígenas em meio à pandemia no site De Olho nos Ruralistas.

Coletivos lançam campanhas de apoio a grupos e territórios mais ameaçados pela pandemia veja no Marco Zero.

Psicanalistas oferecem atendimento gratuito online; saiba onde encontrar no site da Folha.

Frena la curva, juntxs somos mais forte. Para proporcionar ajuda mutua entre vizinhos [es].

No Corre Local, feito para promover o consumo local e fortalecer o corre da galera autônoma.

Equipamentos de proteção individual (EPIs) para os profissionais de saúde na linha de frente do combate à COVID-19.

 

BOLETÍN #30

 

Especial: Coronavirus

La pandemia agarró a la mayoría de nosotros despreparades, la cantidad de información a la que estamos siendo expuestos es masiva y muchas veces puede disparar ansiedad, miedo y desesperanza. Si este es su caso, trate de desconectarse (en la medida de los posible) y aliméntese de noticias que van en contramano del alarmismo y del catastrofismo.

Traemos iniciativas que nos inspiran y alimentan nuestra esperanza, pero también noticias que nos ayudan a entender los cambios de contexto, las nuevas amenazas digitales y psicoemocionales que estos tiempos nos traen. Por eso vamos a señalar las sesiones que pueden servir de gatillo para quien ya está a flor de piel con “[gatillo – mala onda]” y las sesiones que pueden promover cuidados psicosociales con “[gatillo – buenas vibraciones]”.

La edición resultó grande y nuestra sugerencia es explorar a lo largo de los días los enlaces que le interesan, aproveche que el próximo boletín solo saldrá dentro de 1 mes.

Y, por último, vale recordar que algunas noticias bloqueadas por paywall pueden accederse por el Navegador TOR 😉

 

Resistencias[gatillo: buenas vibraciones]

Pequeño mensaje de la Escola de Ativismo:

Actuar por lo que queremos transformar, abandonar y construir es una forma de explicar el activismo. Y tener esto en cuenta ha sido fundamental en este momento que nos desafía a repensar las teorías y prácticas. Escuela, para nosotros, es un espacio sin paredes. Escuela es encuentro. Y no es la distancia física lo que determinará si estamos juntos o no. Lo que pueda encontrar nuevas formas, lo transformaremos. Posponiendo lo que necesita posponerse. No hay retroceso aquí. La lucha necesita continuar y continuará.

Cómo organizar la favela en tiempos de coronavirus

En esta video entrevista, André Constantine y Dafne Ashton intentan trazar soluciones para enfrentar la crisis en los territorios de favela en el escenario distópico de la pandemia, y como la cultura de construcción política comunitaria, el espíritu colectivo y de solidaridad siempre presentes en estos territorios serán fundamentales para amenizar el impacto de la pandemia. Mire TV 247.

Periferia creativa en combate al Covid19

Frente a la ausencia de políticas públicas efectivas del Estado, las periferias brasileñas han usado su creatividad de siempre para informar y combatir el avance del virus entre las poblaciones negras y pobres de Brasil. Verifique en el reportaje de la Agencia Pública.

Sociedad contra el corona

Más de 100 organizaciones de la sociedad civil están unidas y comprometidas para enfrentar los efectos de la crisis del coronavirus, mapeando las necesidades de las comunidades en situación de vulnerabilidad, articulando esfuerzos para que recursos financieros y materiales lleguen a esas localidades, apoyando la ciencia, los órganos de investigación y las universidades e incidiendo en políticas públicas que sean eficaces contra el avance del virus. Acceda a Sociedad contra Corona.

Quiero apoyar comunidades y organizaciones, ¿cómo lo hago?

La Radio Aconchego 88,5 Livre de Recife listó grupos, organizaciones y colectivos de

Recife que están actuado en el combate y concientización sobre los riesgos del coronavirus. Si usted quiere ayudar y no sabe cómo, acceda a la página web y entre en contacto con los grupos allí presentes. Materia compartida también por la iniciativa Apoyo Mutuo.

 

Soñar el futuro [gatillo: buenas vibraciones]

Mundo postpandemia tendrá valores feministas en su vocabulario común

La antropóloga Debora Diniz, afirma que conceptos como cuidado, protección social, interdependencia y salud tendrán que ser discutidos en el mundo postpandemia. El desamparo está en el centro de los debates sobre política y economía y no hay salvación si no creamos mecanismos colectivos de amparo. Esta pandemia puso como tópico prioritario de la agenda la comprensión del mundo, la supervivencia y nuestra interdependencia. Tendremos que hablar de cuidados, protección social y salud. Materia completa en Folha.

Reflexiones Sistémicas – Pensando el mundo postcoronavirus [es]

Charla entre Alberto Acosta (Ecuador), Maristella Svampa (Argentina) y Pablo Solón (Bolivia) intercambiando sus impresiones sobre las causas, consecuencias y oportunidades que la pandemia mundial trae para la humanidad y reflexiones y cambios posibles en los sistemas estructurales de explotación humana y de la Tierra. Mire el canal de la Fundación Solon.

Vandana Shiva: Estamos em guerra contra la estupidez

¡En este breve video Vanda Shiva nos habla de la supervivencia de la Tierra, la importancia de las mujeres y sus importantes valores y conocimientos para este nuevo momento! ¡Y consejos para los jóvenes! Mire el video en OA News.

 

Informaciones seguras sobre coronavirus

Red Latinoamericana y del Caribe de Información en salud

La red trae información segura y datos científicos sobre el coronavirus en Brasil y algunos países de América Latina, presenta protocolos tanto para profesionales de la salud como para el público en general. Acceda a portal de BVS.

 

Noticias [gatillo: mala onda]

Facebook borra post de Bolsonaro con fake news

Después de dar declaraciones falsas sobre el uso de la hidroxicloroquina, Bolsonaro tiene su post borrado de las redes sociales por la propia empresa que alegó haberlo removido ya que esta información puede contribuir para daños físicos inminentes. Vea el reportaje de Folha.

¿Estarían los políticos brasileños siendo interceptados por el propio gobierno?

El artículo Merval Pereira relata conversaciones y especulaciones sobre la posibilidad de que el gobierno Bolsonaro esté interceptando llamadas telefónicas de diputados y ministros de su gobierno. El asunto resurge justamente cuando nos ponemos más atentos a aplicaciones y herramientas digitales. Si es posible, verifique en Globo.

Empresa recifense usa informaciones para dar alertas sobre Covid19

En un momento donde el Senado impide que la Ley General de Protección de Datos avance, la start up recifense In Loco que ya está usando una tecnología de geolocalización para trabajar con la Municipalidad de Recife, quiere implementar en el territorio nacional sus herramientas de monitoreo, provocando un debate sobre privacidad. Entienda más leyendo El País.

Radar Legislativo: Especial COVID-19 y Tecnología

En menos de un mes, el Congreso Nacional propuso 18 nuevos proyectos de ley relacionados a Internet y al uso de la tecnología en tiempos postcoronavirus, es necesario comprender estos cambios que están siendo propuestos en un contexto de emergencia y que deben delinear las interacciones en un mundo postCOVID-19. Sepa más con Coding Rights.

Policía Federal descubre invasión de niñeras electrónicas y cámaras residenciales

Aprovechando el periodo del aislamiento social debido a la pandemia de coronavirus, delincuentes están invadiendo dispositivos electrónicos residenciales en diversas regiones del país. Según las investigaciones, los criminales logran tener acceso, en tiempo real, a las grabaciones de las “niñeras electrónicas” y dispositivos llamados “cámaras IP”, pasando a tener acceso a la rutina diaria de la familia para practicar crimines, como extorsión. Materia completa en UOL.

 

Artículos y análisis [gatillo: buenas vibraciones]

Sobre esperanza y miedo: Aiton Krenak y la cosmovisión indígena

En entrevista a O Globo, el intelectual líder indígena Ailton Krenak nos conduce a un pensamiento menos fatalista y más reflexivo frente a la crisis que se instaura. Este resalta nuestra relación con la naturaleza, nuestra arrogancia frente al mundo y cuáles pueden ser las enseñanzas. Vale la pena la lectura del artículo en Geledés.

La sociedad civil apela a los gobiernos de América Latina y del Caribe para que garanticen que las tecnologías digitales aplicadas a la pandemia de COVID-19 respeten los derechos humanos [es]

Reconociendo la gravedad de esta crisis sanitaria y la posibilidad legal de que los gobiernos tomen medidas excepcionales para controlar la pandemia, es importante recordar que estas medidas deben ser llevadas a cabo en el restricto respeto a las normas en materia de derechos humanos, esto incluye también cualquier desarrollo digital o implementación tecnológica que nuestros gobiernos puedan querer implementar. Más en la página web Derechos Digitales.

Estado suicida, covid19 y black bretch: los planes de emergencia del Teatro Negro

En su artículo para Jornalistas Livres, la profesora Rosane Borges analiza la responsabilidad de los Estados modernos y cuáles son las alternativas del punto de vista de los dichos actores marginalizados, frente al escenario de las artes. Materia completa en Jornalistas Livres.

 

Privacidad [gatillo: mala onda]

A pesar de la propaganda, no hay encriptación de punta a punta en las reuniones hechas por Zoom [pt, en]

El servicio Zoom de videoconferencia cuyo uso se disparó durante la pandemia de covid-19, afirma utilizar la forma considerada más segura de comunicación por internet, la encriptación de punta a punta, que protege las conversaciones contra todos los terceros externos. Pero la empresa tiene acceso a audio y video no encriptados de las reuniones. Materia completa en Intercept.

Más en NY Times [en]: Una funcionalidad sobre Zoom muestra datos ocultos de los perfiles de People’s LinkedIn.

Mire en The Guardian [en]: “Zoom es malware”: porque es que los peritos se preocupan con la plataforma de videoconferencia .

Hipervigilancia en tiempo de pandemia [es]

El panóptico coronavirus rastrea sus contactos. Ya se habla de “coronopticon”, refiriéndose a la nueva invasión de privacidad. Como la tecnología centraliza la información de los ciudadanos y entra en un conflicto sin precedentes con la libertad individual: Big Brother en su bolsillo. Materia completa en Clarín.

Vea los informes públicos proporcionados por Google, a través del análisis de datos capturados por la empresa.

Brasil

La protección de datos en la época de COVID-19: los riesgos de la vigilancia en Brasil. Materia en Policy Review [en].

El gobierno usará datos de operadoras para monitorear aglomeraciones durante la pandemia. Acuerdo fue firmado con cinco grandes empresas; ministerio declara que habrá protección a la privacidad. Vea en UOL.

Gobierno de São Paulo se une a Vivo para rastrear celulares y garantizar el aislamiento. Lea en IG.

Recife, Gobierno va a usar datos de operadoras para monitorear desplazamientos durante la pandemia. Materia completa en Olhar Digital.

Mundo

Vimos el software Covid-19 de NSO en acción – Varias empresas de tecnología de vigilancia están a dar su aporte para la localización de ciudadanos infectados con coronavirus. Los peritos están preocupados por estar apenas intentando explorar una crisis para expandir sus negocios cuestionables, sepa todo en Vice. [en]

Israel recurre al espionaje para vigilar el movimiento de los infectados por coronavirus. En El País [es].

Ocho operadores concuerdan en compartir datos de localización con la UE para ayudar a localizar COVID-19. En Digital Policy Law [es]

Como COVID-19 se dispersa a 50 estados este mes, el gobierno de los Estados Unidos está en negociaciones con empresas de tecnología, incluyendo Google y Facebook, sobre la posible utilización de datos de localización de celulares de los norteamericanos para rastrear la propagación del coronavirus. En The Markup [en].

Cómo Guatemala, El Salvador y Honduras están cumpliendo la cuarentena de coronavirus, de acuerdo con Google. Lea en Prensa Libre.

 

Racialidades

Comunidades, Algoritmos y Activismos Digitales: Miradas Afrodiaspóricas

El libro “Comunidades, Algoritmos y Activismos Digitales: miradas afrodiaspóricas” busca combatir un vacío de la academia brasileña: reflexiones sobre la relación entre raza, racismo, negritud y blanquitud con las tecnologías digitales como algoritmos, medios sociales y comunidades online. Organizado por Tarcízio Silva y publicado por la editorial LiteraRUA.

“Nuestros mayores de edad son nuestra memoria”: el miedo de covid-19 en quilombos

Cada espacio de resistencia creado por sobrevivientes de esclavizados es mantenedor de la cultura y de la historia afrobrasileña. Todo quilombo es memoria viva y carga en su cotidiano aquello que los libros no cuentan. Son, por sí solos, espacios educacionales valiosos. Y el descaso y hasta la inconstitucionalidad de Estado comprometen vidas de sobrevivientes, además del acceso o preservación de sus tierras, naturaleza y enseñanzas ancestrales. Vea en UOL.

 

Feminismos

“Por la vida de nuestras madres”: el manifiesto de hijos de empleadas domésticas sin cuarentena

Hijas e hijos de empleadas y empleados domésticos y diaristas lanzaron un manifiesto para pedir medidas de protección para estos trabajadores y sus familias. La carta tiene como objetivo accionar la política del buen común, en que acciones individuales son primordiales para el bienestar de la colectividad y exige que sean dispensados y remunerados para cumplir el aislamiento social, adelanto de vacaciones y no poner en situación de riesgo a aquellos y aquellas que viven en el mismo local de trabajo. Lea en Periferia en Movimiento.

A medida que las ciudades del mundo entero se cierran, las víctimas de violencia doméstica buscan una salida [en]

Para las personas que son víctimas de violencia doméstica, la cuarentena las encerró en sus casas con sus agresores, aisladas de las personas y de los recursos que podría ayudarlas. La vicedirectora de las Naciones Unidas Mujeres, dice que “aunque apoyemos en absoluto la necesidad de seguir estas medidas de distanciamiento y aislamiento social, reconocemos también que esto constituye una oportunidad para que los abusadores practiquen más violencia”. Lea más.

Autodefensa y Arquitectura Corporal para Mujeres y LGBTQIs

Heloíse Fruchi da orientaciones para ayudar a personas agredidas en situación de violencia doméstica en Brasil, retomando algunos conceptos fundamentales de la autodefensa feminista y queer que pueden ser eficientes y de protección. Visite el Instagram de Icamiaba Autodefesa.

 

Salud [gatillo: buenas vibraciones]

Para evitar la pandemia, la cadena global de alimentos debe ser revisada

Cómo los alimentos pueden ser la puerta de entrada para diferentes enfermedades y por qué el tema de seguridad alimentar es prioritario para que la población mundial redefina sus hábitos y prevenga la llegada de otras pandemias globales. Artículo de UOL en un vasto debate sobre el mercado de la alimentación. Lea en UOL.

Reflexiones en tiempos de pandemia

Qué son los virus, su relación con nuestra alimentación y cómo la nutrición humana pode frenar los avances de nuevas enfermedades de escala global. El articulo presenta un análisis completamente empírico sobre el uso de los minerales y de cómo otras sustancias presentes en frutas y hortalizas pueden ayudar a prevenir enfermedades en general. Lea en Instituto de Agricultura Biológica.

La crisis que definiría nuestra generación

Un análisis de cómo la crisis de coronavirus puede redefinir nuestra acción a partir de ahora y motivarnos a de hecho transformar los rumbos de esta sociedad. En una referencia al libro La Peste, la autora describe los acontecimientos y reflexiona intentando mostrarnos cuales necesitan ser nuestras prioridades ahora. Sepa más en El País.

El coronavirus no es solo una epidemia sanitaria

En un pequeño artículo, un análisis sobre como covid19 no es solo un riesgo a nuestra salud, sino también a todo nuestro modo de vida. El miedo y la soledad de vuelven elementos centrales en un escenario de aislamiento y riesgo inminente de muerte. Lea en la página web IHU.

 

Cuidado colectivo y autocuidado [gatillo: buenas vibraciones]

Donaciones, seguridad y solidaridad online

Una de las consecuencias más inmediatas de la crisis sanitaria global y del aislamiento social es el impacto directo en los ingresos de trabajadores/as de todo el mundo. Muchas personas han preferido hacer donaciones financieras online, y hay muchos pedidos de donaciones y campañas, principalmente vía WhatsApp y medios sociales, con cuentas bancarias, nombre del titular y CPF (clave fiscal). Esto es un riesgo para la seguridad de todos con resultados a corto plazo. Vea en blog do Gus.

Sobreviviendo al Virus: Una Guía Anarquista

La pandemia no va a pasar en las próximas semanas. Para prepararnos para ese momento, vamos a protegernos de la amenaza del virus, piense en cuestiones sobre el riesgo y la seguridad que la pandemia nos trae, y confronte las consecuencias desastrosas de un orden social que nunca fue proyectado para preservar nuestro bienestar. Lea en CrimeThinc.

Guías de promoción de la salud (y para ficar lejos del virus)

Una guía colaborativa para el cuidado con COVID-19 [es, en].

Una Guía Anarquista para Sobrevivir al Coronavirus – COVID-19.

Guía de apoyo psicosocial durante el brote del coronavirus [es].

 

Trabajo remoto [gatillo: buenas vibraciones]

Protección física, emocional y digital mientras esté trabajando de casa en tiempos de COVID-19 [pt, es, en]

Es difícil definir una solución única para todas las situaciones, especialmente tratándose de protección física y emocional. Estas orientaciones son ofrecidas como inspiración para evaluar y mejorar la protección de su situación específica. Lea en FrontLineDefenders.

¡Cuarentena sí, trabajando también!

En esta página usted encuentra sugerencias de como artistas y outrxs profesionales autónomxs pueden contornar digital y humanamente la cuarentena recomendada frente al COVID19 – y quizá repensar sus planes de trabajo a largo plazo. Más en Taipa.

Trabajo remoto y seguridad personal

Esta es una situación nueva y preocupante en la que estamos en todo el mundo. Mientras una organización internacional remota desarrolla herramientas para la seguridad online, nos gustaría compartir algunos consejos sobre cómo hacer teletrabajo y preservar sus derechos a privacidad y libertad de expresión. Lea en el blog de.

 

Arte y Juegos [gatillo: buenas vibraciones]

Juegos didácticos ecotecnológicos

Colección de juegos didácticos open source (de código abierto): son bloques de montar para construir estructuras y aprender jugando sobre geometría, matemática, arquitectura, mecánica, física, química y mucho más. La iniciativa maker está enfocada en el diseño y producción de juegos didácticos hágalo usted mismo. Sepa todo en Alquimetricos.

Funk del Coronavirus

Fantástico funk y video para concientizar a la favela. Escuche en Twitter.

 

Medios [gatillo: buenas vibraciones]

Pandemia sin neurosis: podcast de Alma Preta

Frente a la crisis de covid19 en las periferias de las ciudades, Alma Preta lanza una serie de podcast para abordar diferentes temas, siendo el último sobre la ayuda de emergencia del gobierno. Escuche Alma Preta Jornalismo.

Blogueiras Negras #CoronaVírusNasPeriferias

Blogueiras Negras inició una serie de podcasts sobre el impacto de la crisis de covid19 en las periferias y en mujeres negras. El segundo podcast habla sobre la Carta Por la Vida de Nuestras Madres, una denuncia y un apelo por la vida de las empleadas domésticas. Más en Blogueiras Negras.

Mamilos (Pezones): Como proteger vidas y salvar la economía

El tradicional podcast de Brainstorm9 pone en pauta posibilidades y diferentes estrategias que buscan un bien común: construir un presente que nos permita tener un futuro sostenible. ¡En el reportaje, Yane Mendes de la favela de Totó, en Recife! Escuche Brainstorm9.

Documental Concernig Violence: una reflexión sobre resistencia y revolución

Basado en el ensayo “Sobre la Violencia”, parte del famoso libro Os Condenados da Terra (Los condenados de la Tierra) (1961) del filósofo, psiquiatra y militante anticolonial Frantz Fanon, narrado por Lauryn Hill, muestra escenas raras rescatadas de la brutal violencia colonial y de las resistencias y luchas de libertad, principalmente en las colonias portuguesas de África. Vea más en FB de Anarquismo Colonial.

 

Herramientas

Instrumentos de presencia remota para el distanciamiento social [en]

Con el mundo entrando en la “fase exponencial”, todos deben tomar precauciones y limitar la práctica de la Distanciamiento Social. Pero esto no significa que debamos cavar un agujero en nuestra caverna: todavía podemos hablar los unos a los otros en Internet, y existen herramientas excelentes y gratuitas para hacerlo. Lea en blog Anarc.at.

 

Aprendizaje y ocio [gatillo: buenas vibraciones]

Hicimos una lista de cursos y actividades gratuitas online:

Vea en CatracaLivre 40 páginas web que ofrecen cursos online gratuitos para ocupar la mente durante la cuarentena.

Udemy ofrece 40 cursos del área de programación y tecnología [en].

Mire películas gratuitas de IDFA (Festival Internacional de Filmes Documentales de Ámsterdam).

La página web Domestika ofrece una selección de cursos gratuitos.

Jornal Diáspora Negra ofrece 22 cursos de Historia y Cultura africana y afrobrasileña para estudiar en casa.

Ventanas para posponer el fin del mundo – Festival AmazôniaS en la red, del 17 a 19 de abril. Si nada más será igual, juntos y juntos podemos crear ventanas para vislumbrar nuevos mundos posibles. Instagram e Facebook.

 

Convocatoria

El Fundo Brasil lanzó el Fundo de Apoyo de Emergencia: Covid-19.

Sabemos que, en este momento de crisis profunda, son los grupos, colectivos y organizaciones de base, las defensoras y los defensores de los derechos humanos que movilizan ayuda humanitaria y defienden los derechos de la población más vulnerable. Queremos fortalecer estas iniciativas de enfrentamiento al nuevo coronavirus. Vea en Fundo Brasil.

Fondo de Soluciones COVID-19 – Fundación Mozzila [en]

Mozilla anuncia hoy la creación de un Fondo de Soluciones COVID-19 como parte de Mozilla Open Source Support Program (MOSS). A través de este fondo, iremos providenciar premios de hasta 50.000 dólares cada uno para proyectos de tecnología open source que respondan de alguna forma a la pandemia de COVID-19. Sepa más en Mozzila.

Fondo de Respuesta Rápida a COVID-19 – OTF [en]

El Fondo de Respuesta Rápida de OTF está siempre abierto, y está continuamente aceptando y revisando los pedidos. Dada la magnitud de la crisis global de COVID-19, tornaron más accesible el financiamiento a aquellos que más lo necesitan, aumentando la reserva total de financiamiento disponible a través del Fondo de Respuesta Rápida y dando prioridad a intervenciones relacionadas con la pandemia COVID-19. Vea en Open Tech Fund.

Derechos digitales en América Latina

Indela Apoya proyectos que promueven políticas y leyes de derechos digitales en América Latina y la aplicación y ejercicio de estos derechos. Las inscripciones están abiertas hasta el 30 de abril. Página web de Indela.

Fórum Nacional de Reforma Urbana lanza convocatoria para iniciativas de apoyo local en las periferias

Con el objetivo de fortalecer el combate y prevención a la pandemia del nuevo coronavirus en las comunidades y periferias, el Fórum Nacional de Reforma Urbana, junto con la Unión Europea, lanza una convocatoria para iniciativas locales de apoyo en las periferias. Con alcance nacional, la convocatoria va a conceder apoyos de hasta R$ 9.000,00 para 10 organizaciones de la sociedad civil, para hacer posible la realización de acciones en el combate de emergencia al COVID-19. Página web del Fórum de la Reforma Urbana.

Fondo Frida presenta fondo para iniciativas de internet libre y abierta [es]

El Fondo Frida ofrece apoyos y premios para organizaciones y grupos que desarrollan iniciativas innovadoras y de impacto para la promoción de internet libre y abierta. Para saber más cuales son los requisitos, acceda luego. Las inscripciones son hasta el 22 de mayo. Programa Frida.

 

Iniciativas de la sociedad civil

Separamos algunas iniciativas de la sociedad civil para aquellos que quieren ayudar y todavía no saben cómo:

Página de difusión de las acciones de los movimientos populares urbanos en lucha por derechos y en solidaridad.

Sepa cómo ayudar a indígenas y pueblos de la floresta en el combate al coronavirus en la página web de ISA.

Conozca las campañas que recaudan dinero para poblaciones indígenas en medio a la pandemia en la página web De Olho nos Ruralistas.

Colectivos lanzan campañas de apoyo a grupos y territorios más amenazados por la pandemia vea en Marco Zero.

Psicoanalistas ofrecen atención gratuita online; sepa dónde encontrar en la página web de Folha.

Frena la curva, juntxs somos más fuertes. Para proporcionar ayuda mutua entre vecinos [es].

No Corre Local, hecho para promover el consumo local y fortalecer el apoyo de la galera autónoma.

Equipos de protección individual (EPIs) para los profesionales de salud en la línea de frente del combate al COVID-19.

Tuíra – Expediente

Tuíra é uma revista anual produzida pela Escola de Ativismo

Edições anteriores: tuíra n. 01 __ jan. 2019. tuíra n. 02 __ jan.2020

Equipe editorial: Arthur Dantas Rocha, Cássio Martinho, Diogo Costa Gomes, Luciana Ferreira, Maria Tereza de Arruda Campos e Silvio Munari.

Arte: Olívia Ferraz de Almeida.

Tiragem: 500 exemplares, impressão com certificação FSC.

ISSN 2675-9047

Redação e administração: Escola de Ativismo.

Rua Desembargador Eliseu Guilherme, 292, 9o andar, Paraíso – São Paulo – SP – CEP 04004-030

As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade exclusiva das pessoas autoras.

Para colaborações, envio de textos e contato: revistatuira@ativismo.org.br

Tuíra – Uma breve apresentação

Uma revista que é muitas. Que não faz contar o que acontece na hora em que acontece. Que toma distância, mas não é distante. Que faz avaliação, que faz análise, mas que (quase) não faz citação. Que extrapola a situação. Que faz paradoxo, que transita pelo arco do devir.

Uma revista que é muitas. Que não faz contar o que acontece na hora em que acontece. Que toma distância, mas não é distante. Que faz avaliação, que faz análise, mas que (quase) não faz citação. Que extrapola a situação. Que faz paradoxo, que transita pelo arco do devir. 1968, 2018. 50 anos de paradoxos. Nada mudou, nada está no (mesmo) lugar.

Anarco-situacionista-caiapó. Facão na cara do desenvolvimentismo. Violência é o que cometem contra nós. Inundam nossa história, matam nossa comida, nos expulsam de tudo aquilo que somos nós: nossa terra, nossa vida. Para gerar luz que não ilumina nossas casas. Que nos joga diretamente nas sombras. Não nos enganemos: do coração das trevas, e não da pacificação, nasce a rebelião.

Não só Tuíra, mas tantas tuiragens: múltiplas vozes – da aldeia para o mundo – fazem das lutas poesia e revolução. Colocar a revolução a serviço da poesia!

Quando vozes negras, indígenas, trans, das bordas se levantam, o mundo estremece! Fazem ruir o mundo de mentiras erigido pelos kubēn. E não nos peça para termos calma! Amplificaremos nossas vozes por todos os meios necessários. O que pode uma ação?

Somos tantos ativistas, tantos são os ativismos. Um mosaico. Não tem encaixe perfeito. Perfeito é o encaixe que buscamos no sentido de multiplicar essas lutas e essas vidas que se encontram na vida e nas lutas. Qual é a sua forma de lutar?

Corpos ativistas. Co-fundimos e confundimos: corpos e prazeres. Somos experimentação, atravessamento tecno-ciência-xamã, acelerando as partículas do pensamento. Transformar o mundo segundo nosso desejo: eis a carne da teoria!

Quanto custa entregar o cuidado de nossos corpos aos impérios? Quanto custa entregar o tempo a uma causa? Quanto custa manter a opacidade disso que chamamos civilização?

Ocupar, ou desocupar, as terras, as casas, as escolas, as ruas, os imaginários e os corações. Inventar outra gramática. Destruir a organização dominante da vida. Criar outro mundo – um mundo onde caibam muitos mundos.

Boletim #29

Bem-vinde ao Boletim de Notícias do Núcleo de Cuidados da Escola de Ativismo. ☺ ☻

Se você preferir ler isso no seu navegador, ou acessar os edições anteriores, clique aqui: https://ativismo.org.br/boletim

* Versión en español a continuación.

Resistências ♥

Eu sou Cora”, a revolução cotidiana de uma menina trans

Desde muito cedo sentiu que o sexo e o nome que lhe foram atribuídos no nascimento não correspondiam à sua identidade. Disse e repetiu isso diversas vezes até que um dia entenderam e começaram o delicado processo de romper na infância com o mais primário dos esquemas sociais. Leia matéria completa no El País.

Nós que se unem: Conheça as mulheres que constroem redes comunitárias no interior do Brasil [en, pt]

O vídeo mostra a jornada das mulheres em uma comunidade rural que compartilham curiosidade e vontade de aprender sobre tecnologia. Assista ao vídeo na APC.

Mapa de Conflitos

Nosso objetivo é tornar públicas vozes que lutam por justiça ambiental de populações frequentemente discriminadas e invisibilizadas pelas instituições e pela mídia, muitas são ameaçadas e vítimas de violência e buscam exercer sua cidadania, ao defenderem seus direitos pela vida. Navegue pelo Mapa de Conflitos.

Notícias

Furto de carro por hackers vira epidemia em Londres e deve chegar ao Brasil

Os veículos se tornaram alvo da ação de criminosos, capazes de encontrar brechas de segurança ou vulnerabilidades para acessar dados pessoais, controlar remotamente funções do veículo e até furtá-lo. Leia mais no UOL.

“O golpe de inteligência do século” [en]

Por décadas, a CIA leu as comunicações criptografadas de aliados e adversários. A empresa suíça faturou milhões de dólares vendendo equipamentos para mais de 120 países até o século XXI. Mas o que nenhum de seus clientes jamais soube foi que a Crypto AG era de propriedade secreta da CIA em uma parceria altamente classificada com a inteligência da Alemanha Ocidental. Veja matéria completa no WashingtonPost. Leia o que saiu na Gismodo. [pt]

Pela primeira vez os ataques a MacOS são maiores do que do Windows [es]

O resultado é baseado nos dados do antivírus do Malwarebytes, enquanto no Windows foram detectados “malwares tradicionais”, já o MacOS tem ataques por ‘adware’ e os denominados programas potencialmente não desejados. Veja no site RT.

Companhia sigilosa pode acabar com a privacidade na forma que conhecemos

A empresa, Clerview AI, desenvolveu um app revolucionário de reconhecimento facial. Com a foto de uma pessoa, ele compara fotos públicas da mesma e links para os sites em que tenham aparecido. Com banco de mais de três bilhões de imagens que a companhia afirma ter recolhido no Facebook, YouTube, Venmo e milhões de outros sites. Leia matéria completa na Folha.

Complemento: Empresa Clerview AI, tinha bilhões de fotos nossas, e agora hackers levaram tudo. Saiba mais no site da UOL.


Artigos e Análises

Um mergulho profundo na tecnologia da vigilância corporativa [en]

As empresas construíram uma sala de espelhos unidirecionais: por dentro, você pode ver apenas aplicativos, páginas da web, anúncios e você mesmo refletidos pelas mídias sociais. Mas nas sombras atrás do vidro, os rastreadores silenciosamente tomam notas de quase tudo que você faz. Baixe o relatório completo no EFF.

Pago por clique

A promessa de trabalho remoto da era digital se transformou numa servidão contemporânea. Na ânsia de automatizar processos, a indústria da tecnologia criou uma série de trabalhos precários. Analistas correm para analisar o impacto social e psíquico dessas mudanças. Matéria completa no UOL.

Relatório anual sobre tecnologia e direitos humanos [es]

O novo relatório da Derechos Digitales sobre tecnologia e direitos humanos. Já pode ser baixada, trazendo os aspectos mais relevantes, as amenidades emergentes, as leis das políticas públicas e o rol das organizações da sociedade civil. Baixe o relatório no site da APC.


Privacidade

Dados sigilosos: programa do governo federal expõe até agentes secretos

Clube de descontos disponibilizado pelo Ministério da Economia a empresas dá acesso a dados sensíveis de todos os servidores federais. O sistema revela informações consideradas ultrassigilosas, como o local onde estão infiltrados agentes secretos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), policiais federais e detalhes do trabalho de policiais rodoviários federais responsáveis por combater o tráfico de drogas nas estradas. Leia mais no Metrópoles.

Passamos a década deixando a tecnologia nos definir. Está fora de controle [en]

As pessoas acordaram com o fato de que nossas plataformas digitais estão sendo codificadas por pessoas que não têm os melhores interesses no coração. Esta é a década em que, finalmente, a “reação tecnológica” começou. Mas é um pouco tarde… Matéria completa no The Guardian.

As perguntas que o metrô de São Paulo não respondeu antes de vender seu rosto por R$ 58 milhões

O Metrô de São Paulo decidiu instalar um sistema de câmeras com reconhecimento facial. Ao instalar um sistema de vigilância em massa, que submete todas as pessoas à análise e reconhecimento de informações, o metrô viola o princípio constitucional da privacidade. E sistemas desse tipo, nós sabemos, são enviesados e reforçam estereótipos. Saiba tudo no The Intercept.


Política

Democracia e liberdade de expressão estão ameaçadas no Brasil [en]

As instituições democráticas do Brasil estão sob ataque. Desde que assumiu o cargo, o governo Jair Bolsonaro, ajudado por seus aliados na extrema direita, minou sistematicamente as instituições culturais, científicas e educacionais do país, assim como a imprensa. Leia mais no The Guardian.

Os IDs digitais tornam o viés sistêmico ainda pior [en]

Programas nacionais de identificação biométrica de regimes como o Quênia ameaçam cortar – ou impedir – milhões da sociedade. Todos devemos estar preocupados. Os esquemas técnico-utópicos não fazem desaparecer o viés sistêmico. Matéria completa na Wired.


Racialidades

A distopia chegou: pensar nas tecnologias de reconhecimento a partir de pessoas da periferia [es]

Inteligência artificial e algoritmos estão sendo usados para segregação social, criminalização de reivindicações e estigmatização ad infinitum dos movimentos de massa de pessoas. A distopia chegou. Construir, entender e operar a partir da periferia é necessário. Leia mais no Pikara Magazine


Feminismos

Antropóloga Debora Diniz recebe prêmio internacional por seu trabalho na área de igualdade de gênero

A antropóloga e colunista do El País, Debora Diniz venceu o prêmio Dan David na categoria igualdade de gênero. A iniciativa reconhece pesquisas interdisciplinares que “quebram paradigmas e fronteiras” em sua área, promovendo “impacto social e cultural”. Saiba tudo na Agência Patrícia Galvão.

Centros antiaborto enganam mulheres vulneráveis na América Latina

Desinformação, financiada por grupos estadunidenses antiaborto, alveja mulheres da América Latina em busca de interrupção legal da gravidez. Leia no Último Segundo. Matéria investigativa completa no Open Democracy. [en]

Autocuidado para defensoras [es]

Veja 1º episódio da história em quadrinhos #AutocuidadoParaDefensoras de direitos humanos. Devido às crescentes ameaças que enfrentam no México, estamos comprometidos em defender aquelas que defendem e cuidam daqueles que se importam. Veja no twitter do Fondo Semillas. Baixe aqui.


Arte e Jogos

Hack do Google Maps

99 smartphones de segunda mão são transportados em um carrinho de mão para gerar engarrafamento virtual no Google Maps. Veja vídeos e fotos da performance no site de Simon Weckert.

A neutralidade da rede está em risco!

Está aberta consulta pública no México para garantir a neutralidade da rede, que é o princípio pelo qual os provedores de acesso à Internet (PAI) – como Telmex, Izzi ou AT&T – devem transportar o tráfego de dados sem bloquear, favorecer ou prejudicar determinados aplicativos, conteúdos ou serviços, que está em perigo. Nós precisamos agir! Veja o vídeo em Salvemos a Internet. Acompanhe a campanha CriptoMiau.

Pegadas (Huell@s) [en]

Huell@as é um jogo de tabuleiro onde cada jogadora tenta encontrar e identificar uma variedade de cenas cotidianas da vida de uma ativista. Em cada cena, é utilizado algum tipo de tecnologia da informação e comunicação, para que o jogador identifique os riscos e boas práticas em cada situação. Baixe no site da Cooperativa Sula Batsu.


Mídias

Ola Bini: “Privacidade é algo que precisamos como sociedade”

Entrevista com Ola Bini, onde o ativista faz sérias queixas sobre o processo que o Estado equatoriano tem contra ele. Além disso, reflete sobre as implicações dos direitos digitais, software livre e privacidade no desenvolvimento da sociedade. Assita no Open Tube.


Guias e Ferramentas

O fim da senha de oito caracteres: HashCat pode decifrá-las em menos de 2,5 horas

HashCat demonstrou, uma ferramenta de recuperação de senha de código-fonte aberto capaz de decifrar qualquer senha de oito caracteres para o sistema Windows NTLM independentemente da complexidade em menos de 2,5 horas. Leia mais em Xataka.

Documentos vazados expõem o mercado secreto dos dados de navegação na web [en]

Uma subsidiária de antivírus da Avast vende todas as pesquisas, cada clique, cada compra; Seus clientes incluem Home Depot, Google, Microsoft, Pepsi e McKinsey. Leia mais na Vice.

Pulseira bloqueia microfones para evitar espionagem

Pesquisadores criaram uma pulseira capaz de desativar microfones próximos. A pulseira é composta por 24 alto-falantes que emitem uma frequência ultrassônica inaudível para humanos, mas que é capaz de interferir no funcionamento dos receptores de som. Veja o vídeo no Tech Break.

Finalmente Signal está levando suas mensagens seguras para as massas

Signal está alcançando o público de massa – e não apenas os dados confidenciais, ativistas e nerds da segurança cibernética que formaram sua base de usuários por anos – graças em parte a um esforço conjunto para tornar o aplicativo mais acessível e atraente. Saiba mais na Wired.

Como encontrar e remover suas informações pessoais da internet

Um guia passo a passo para encontrar e remover suas informações pessoais da Internet. Veja no NY Times.


Financiamentos

CryptoRave 2020

Apoie o maior evento aberto e gratuito de criptografia e segurança do mundo que acontece em Maio em São Paulo! Apoie e veja as recompensas no Catarse.

[Versión en español]


Boletín #29


Bienvenido al boletín de noticias del Núcleo de Cuidados de la Escuela de Activismo. ☻


Resistencias ♥

Soy Cora”, la revolución cotidiana de una muchacha trans

Desde muy temprana edad sintió que el sexo y el nombre que le dieron cuando nació no correspondían a su identidad. Dijo y repitió esto diversas veces hasta que un día la entendieron y comenzaron el delicado proceso de romper, todavía en la infancia, el más primario de los esquemas sociales. Lea la materia completa en El País.

Nós que se unem (Nosotras nos unimos): Conozca a las mujeres que construyen redes sociales comunitarias en el interior de Brasil [en, pt]

El video muestra la jornada de las mujeres de una comunidad rural que comparten su curiosidad y ganas de aprender sobre tecnología. Mire el video en APC.

Mapa de Conflictos

Nuestro objetivo es hacer públicas voces que luchan por la justicia ambiental de poblaciones frecuentemente discriminadas e invisibilizadas por las instituciones y por los medios, muchas son amenazadas y víctimas de la violencia, que tratan de ejercer su ciudadanía al defender su derecho a la vida. Navegue por el Mapa de Conflictos.


Noticias

Robo de carro por hackers se convierte en una epidemia en Londres y debe llegar a Brasil

Vehículos se han convertido en el blanco de la acción de criminales, capaces de encontrar brechas de seguridad o vulnerabilidades para acceder a datos personales, controlar remotamente funciones de los vehículos y robarlos. Lea más en UOL.

“El golpe de inteligencia del siglo ” [en]

Por décadas, la CIA leyó la comunicación encriptada de aliados y adversarios. La empresa suiza facturó millones de dólares vendiendo equipos a más de 120 países hasta el siglo XXI. Pero lo que ninguno de sus clientes jamás supo es que Crypto AG era propiedad secreta de la CIA en una alianza altamente clasificada con la inteligencia de Alemania Occidental. Vea la materia completa en WashingtonPost. Lea lo que salió en Gismodo. [pt]

Por primera vez los ataques a MacOS son más que los de Windows [es]

El resultado está basado en los datos del antivirus de Malwarebytes, mientras que en Windows fueron detectados “malwares tradicionales”, MacOS recibe ataques por ‘adware’ y denominados programas potencialmente no deseados. Vea en la página web RT.

Compañía sigilosa puede acabar con la privacidad de la forma que la conocemos

La empresa, Clerview AI, ha desarrollado una app revolucionaria de reconocimiento facial. Con la foto de una persona, esta compara las fotos públicas de la misma y enlaces de las páginas web donde haya aparecido. Con un banco de más de tres mil millones de imágenes que la compañía afirma haber recolectado de Facebook, YouTube, Venmo y millones de otras páginas web. Lea la materia completa en Folha.

Complemento: Empresa Clerview AI, tenía miles de millones de fotos nuestras, y ahora hackers se llevaron todo. Sepa más en la página web de UOL.


Artículos y Análisis

Una profundización en la tecnología de vigilancia corporativa [en]

Las empresas construyeron una sala de espejos unidireccionales: por dentro, usted solo puede ver aplicaciones, páginas web, anuncios y a uno mismo reflejado por los medios sociales. Pero en las sombras, atrás del vidrio, los rastreadores silenciosamente toman nota de casi todo lo que usted hace. Descargue el informe completo en EFF.

Pago por clic

La promesa del trabajo remoto de la era digital se ha transformado en trabajo servil contemporáneo. Con el ansia de automatizar procesos, la industria de la tecnología ha creado una serie de trabajos precarios. Analistas se apresuran para analizar el impacto social y psíquico de esos cambios. Materia completa en UOL.

Informe anual sobre tecnología y derechos humanos [es]

El nuevo informe de Derechos Digitales sobre tecnología y derechos humanos. Ya puede descargarse, trae los aspectos más relevantes, amenidades emergentes, leyes de políticas públicas y el rol de las organizaciones de la sociedad civil. Descargue el informe en la página web de APC.


Privacidad

Datos sigilosos: programa del gobierno federal expone hasta agentes secretos

El Club de descuentos puesto a disposición por el Ministerio de Economía a empresas da acceso a datos sensibles de todos los servidores federales. El sistema revela informaciones consideradas ultra sigilosas, como el lugar donde están infiltrados agentes secretos de la Agencia Brasileña de Inteligencia (Abin), policías federales y detalles del trabajo de policías de carretera federales responsables por el combate contra el tráfico de drogas en las carreteras. Lea más en Metrópoles.

Pasamos la década dejando que la tecnología nos defina. Está fuera de control [en]

Las personas despertaron con el hecho de que nuestras plataformas digitales están siendo codificadas por personas que no tienen las mejores intenciones. Esta es la década en que, finalmente, la “reacción tecnológica” comenzó. Pero es un poco tarde… Materia completa en The Guardian.

Las preguntas que el metro de São Paulo no respondió antes de vender su rostro por R$ 58 millones

El metro de São Paulo decidió instalar un sistema de cámaras con reconocimiento facial. Al instalar un sistema de vigilancia en masa, que somete a todas las personas a análisis y reconocimiento de informaciones, el metro viola el principio constitucional de privacidad. Y sistemas de ese tipo, nosotros sabemos, son sesgados y refuerzan estereotipos. Sepa todo en The Intercept.


Política

Democracia y libertad de expresión están amenazadas en Brasil [en]

Las instituciones democráticas de Brasil están bajo ataque. Desde que asumió el cargo, el gobierno Jair Bolsonaro, ayudado por sus aliados en la extrema derecha, ha minado sistemáticamente las instituciones culturales, científicas y educacionales del país, así como la prensa. Lea más en The Guardian.

Los IDs digitales tornan el enfoque sistémico mucho peor [en]

Programas nacionales de identificación biométrica de regímenes como Kenia amenazan cortar – o impedir – a millones de la sociedad. Todos debemos estar preocupados. Los esquemas técnico-utópicos no hacen desaparecer el enfoque sistémico. Materia completa en Wired.


Racialidades

La distopia ha llegado: pensar en tecnologías de reconocimiento a partir de personas de la periferia [es]

Inteligencia artificial y algoritmos están siendo usados para la segregación social, criminalización de reivindicaciones y estigmatización ad infinitum de los movimientos de masa de personas. La distopia llegó. Construir, entender y operar a partir de la periferia es necesario. Lea más en Pikara Magazine


Feminismos

Antropóloga Debora Diniz recibe premio internacional por su trabajo en el área de igualdad de género

La antropóloga y columnista de El País, Debora Diniz, venció el premio Dan David en la categoría igualdad de género. La iniciativa reconoce estudios interdisciplinares que “rompen paradigmas y fronteras” en su área, promoviendo “impacto social y cultural”. Sepa todo en Agência Patrícia Galvão.

Centros antiaborto engañan a mujeres vulnerables en América Latina

Desinformación, financiada por grupos estadunidenses antiaborto, toma como blanco a mujeres de América Latina en busca de la interrupción legal del embarazo. Lea en Último Segundo. Materia investigativa completa en Open Democracy. [en]

Autocuidado para defensoras [es]

Vea 1º episodio de la historieta #AutocuidadoParaDefensoras de derechos humanos. Debido a las crecientes amenazas que se enfrentan en México, estamos comprometidos en defender a aquellas que defienden y cuidan de aquellos que se importan. Vea en el twitter de Fondo Semillas. Descarga aquí.


Arte y Juegos

Hack de Google Maps

99 smartphones de segunda mano son transportados en un carrito de mano para generar embotellamiento virtual en Google Maps. Vea videos y fotos del desempeño en la página web de Simon Weckert.

¡La neutralidad de la red está en riesgo!

Está abierta la consulta pública en México para garantizar la neutralidad de la red, que es el principio por el cual los proveedores de acceso a Internet (PAI) – como Telmex, Izzi o AT&T – deben transportar el tráfico de datos sin bloquear, favorecer o perjudicar determinadas aplicaciones, contenidos o servicios, que están en peligro. ¡Necesitamos actuar! Vea el video en Salvemos a Internet. Acompañe la campaña CriptoMiau.

Pegadas (Huellas) (Huell@s) [en]

Huell@as es un juego de mesa donde cada jugadora intenta encontrar e identificar una variedad de escenas cotidianas de la vida de una activista. En cada escena, se utiliza algún tipo de tecnología de la información o comunicación, para que el jugador identifique los riesgos y buenas prácticas en cada situación. Descargue el material de la página web de Cooperativa Sula Batsu.


Medios

Ola Bini: “La privacidad es algo que necesitamos como sociedad “

Entrevista con Ola Bini, donde el activista hace serias quejas sobre el proceso que el Estado ecuatoriano tiene contra él. Además de eso, reflexiona sobre las implicaciones de los derechos digitales, software libre y privacidad en el crecimiento de la sociedad. Mire en Open Tube.


Guías y Herramientas

El fin de la contraseña de ocho caracteres: HashCat puede descifrarlas en menos de 2,5 horas

HashCat demostró, una herramienta de recuperación de contraseña de código-fuente abierto capaz de descifrar cualquier contraseña de ocho caracteres para el sistema Windows NTLM independientemente de la complejidad en menos de 2,5 horas. Lea más en Xataka.

Documentos filtrados exponen el mercado secreto de los datos de navegación en la web [en]

Una subsidiaria de antivirus de Avast vende todas las investigaciones, cada clic, cada compra; Sus clientes incluyen Home Depot, Google, Microsoft, Pepsi y McKinsey. Lea más en Vice.

Pulsera bloquea micrófonos para evitar espionaje

Investigadores han creado una pulsera capaz de desactivar micrófonos cercanos. La pulsera está compuesta por 24 altavoces que emiten una frecuencia ultrasónica inaudible para humanos, pero que es capaz de interferir el funcionamiento de los receptores de sonido. Vea el video en Tech Break.

Finalmente Signal está llevando sus mensajes seguros a las masas

Signal está alcanzando el público de masa – y no solo datos confidenciales, activistas y nerds de la seguridad cibernética que formaron su base de usuarios durante años- gracias en parte a un esfuerzo conjunto para tornar la aplicación más accesible y atrayente. Sepa más en Wired.

Como encontrar y remover sus informaciones personales de internet

Una guía paso a paso para encontrar y remover sus informaciones personales de Internet. Vea en NY Times.


Financiaciones

CryptoRave 2020

¡Apoye el mayor evento abierto y gratuito de encriptación y seguridad del mundo que se lleva a cabo en mayo en São Paulo! Apoye y conoce las recompensas en Catarse.


plugins premium WordPress

Coletivo independente constituído em 2011 com a missão de fortalecer grupos ativistas por meio de processos de aprendizagem em estratégias e técnicas de ações não-violentas e criativas, campanhas, comunicação, mobilização e segurança e proteção integral, voltadas para a defesa da democracia e dos direitos humanos.

Assine Nossa Newsletter

Material de aprendizagem, reflexões, iniciativas, resistências. Um conteúdo exclusivo e analítico sobre o cenário, os desafios e as ferramentas para seguir na luta.

E mais: Vem de Zap! Recebe em primeira mão ferramentas, editais, notícias e materiais ativistas! 

assine nossa NEWSLETTER

Material de aprendizagem, reflexões, iniciativas, resistências. Um conteúdo exclusivo e analítico sobre o cenário, os desafios e as ferramentas para seguir na luta.

Pular para o conteúdo