de.sa.pa.re.cer

“verbo intransitivo, deixar de ser visível, sumir”

Sentimento que se repete no meio ativista, entre professores, entre trabalhadores, escuto cada dia mais gente dizendo – quero sumir daqui.

Talvez por termos vivido situações tão difíceis nos últimos anos? Talvez porque as coisas vão mal no país? Violência, crise econômica, fakenews, polarização, morte, mortes, pandemia que não passa… excessos, insônia, ansiedade…

Tudo isso fazendo parte da nossa vida.

E viver ainda é o que nos resta.

Mas e quando você não quer sumir?

E quando você quer permanecer, lutar. Quando você quer comunicar, dizer ao mundo que algo precisa ser feito por um território e isso se torna um impulso para viver.

Aqui ao contrário de sumir, de desaparecer, se quer afirmar, permanecer. Lutar.

Bruno Araújo, indigenista e Dom Phillips, jornalista. Parceiros de expedição pelo Vale do Javari, segundo maior território indígena do país, mais de 8 milhões de hectares DE.MAR.CA.DOS; maior concentração de povos isolados – isolados minha gente, é por opção! Indígenas que preferem não fazer contato com essa coisa que chamamos de civilização -; acesso extremamente restrito, pelo rio Javari ou Jutaí e pelo ar; território riquíssimo de isolados, marubos, korubos, kanamaris, matis, e tantos mais, fronteira com o Peru e Colômbia. É palco de diferentes conflitos, tráfico, desmatamento, pesca e caça ilegal, invasões de terras indígenas. Conflito armado.

Quem mandou matar Bruno e Phillips? Quem permitiu que isso acontecesse? Quem não investigou a morte de Maxciel, Ari Uru-eu-wau-wau, Emira Waiãpi e tantos outros na floresta e no campo?

Governo Federal? Ministério da Justiça?

Este lugar está ou deveria estar sob a vossa proteção!

Essas pessoas não podem simplesmente de.sa.pa.re.cer.

Vocês são sim responsáveis por tudo o que acontece em uma região de fronteira e nos territórios indígenas.

É guerra! Não leitoras-es, não aquela constitutiva dos povos indígenas, a guerra que forma um guerreiro, que luta pelo seu povo, pela sua cultura, por seu território, para ser indígena e assim seguir.

A Amazônia vive uma guerra armada, desigual, suja. É pelas costas, é com aliciamento, na base da ameaça, é imagem e semelhança do sujeito, que governa pelo medo, pela confusão, do banditismo.

Sabemos nesta batalha quem precisa desaparecer. Não sabemos?

 

Texto adaptado do escrito por Luh Ferreira, da Escola de Ativismo

Especial: Lutar é uma questão de fé?

As jornalistas Marília Parente e Danielle Louise tentaram nos ajudar a responder essa pergunta. 

Marília foi conversar com quem luta dentro das religiões de confissão cristã. São pastores, padres, freiras, devotos e devotas e pessoas de fé que desafiam os dogmas da intolerância e lutam por igualdade de gênero, contra o racismo e contra a LGBTQIA+fobia.

Você confere aqui o resultado na matéria “Movimentos cristãos progressistas: quando a fé é impulso na luta por justiça social”

Já Danielle foi atrás de entender porque as casas de reza no Mato Grosso do Sul estão queimando. Foram queimados 7 desses templos dos Guarani Kaiowá entre 2020 e 2021. E ela nos ajudou a mostrar que cada uma dessas casas guarda saberes, medicinas e a fé de um povo. Que os ataques a elas são uma forma de enfraquecer a resistência indígena e avançar sobre o território. E o agro sabe disso muito bem.

Leia a matéria Território é cultura e fé: como a intolerância religiosa anti-indígena é instrumentalizada em disputas de terra

Meu perfil nas redes foi invadido. E agora?

Imagine que um certo dia você acorda e suas contas ou as do seu coletivo nas redes sociais foram invadidas. As pessoas que invadiram têm acesso a todas as suas mensagens privadas, à lista de amigos, aos conteúdos arquivados e, claro, à sua senha. Aquela que você não liga muito e usa em vários outros sites e serviços rede afora pra economizar tempo e cabeça.

Mas palma, palma. Não criemos cânico. A Gyssele Mendes preparou um material aqui com tudo que você precisa saber para salvar o seu dia - e o do seu coletivo [bate três vezes na madeira]

 

A saúde mental é coletiva: como o movimento antimanicomial ajudou a criar uma rede de cuidado público

A Alicia Lobato, bolsista de comunicação na Escola de Ativismo, aproveitou que 17 de maio é Dia Nacional de Luta Antimanicomial para ajudar a contar a história desse movimento. Quando começou? Que impactos teve no sistema público de saúde? E na forma com que o sofrimento mental é encarado.

 

Vêm de histórico - e de presente - com a gente.

Torcidas antifascistas organizam lado popular do futebol para combater opressões e a extrema-direita

Ter uma foto do Bolsonaro com a camisa do seu time é uma experiência dolorosa para qualquer pessoa que ame seu time [e não coadune com genocídio]. Mas tem gente que leva isso pras ruas e arquibancadas e até ajudou a mobilizar, em 2020, as maiores manifestações contra o presidente e em repúdio ao racismo.

Quem são as torcidas antifascistas e como se organizam? O Coletivo Baru tentou responder aqui pra gente.

Como o garimpo e a mineração agravam as mudanças climáticas em cinco passos?

Pecuária extensiva derrubando florestas. Queimadas liberando toneladas de CO2 na atmosfera. Carros queimando gasolina. Poluição industrial. Peido de vaca. Esses são alguns dos vilões costumeiros que nos vêm à cabeça quando pensamos em mudanças climáticas.

No entanto, outras atividades, que à primeira vista podem parecer de menor impacto, estão deixando uma pegada cada vez mais crítica. Esse é o caso da mineração e do garimpo, atividades econômicas que explodiram durante o governo Bolsonaro. Só em terras indígenas, o crescimento foi de 500% nos últimos dez anos.

A Nayara Almeida listou cinco modos de como a mineração e o garimpo impactam as mudanças climáticas.

Escola de Ativismo

A Escola de Ativismo é um coletivo independente constituído em 2011 com a missão de fortalecer grupos ativistas por meio de processos de aprendizagem em estratégias e técnicas de ações não-violentas e criativas, campanhas, comunicação, mobilização, e segurança da informação, voltadas para a defesa da democracia, dos direitos humanos e da sustentabilidade.

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