Escola de Ativismo

Rumo à COP30: Confira 12 ferramentas para sua bagagem ativista

Engaje-se com materiais importantes construídos por ativistas para ativistas sobre mudanças climáticas que poderão auxiliar nas mobilizações no Pará.

Montagem de publicações sobre resistência climática e sobre COP 30 / Escola de Ativismo

A COP 30 em Belém não será apenas um espaço de negociação entre governos. Será também um território de disputa. Um momento no qual será possível chamar a atenção do mundo para os desafios que envolvem as realidades locais, comunidades originárias e tradicionais, emergência climática, risco para ativistas, entre outras pautas urgentes. Afinal, para falar de adaptação e mitigação climática é necessário pautar os lugares que pisamos todos os dias. É preciso colocar no centro da conversa as realidades do nosso bairro, da nossa cidade, da nossa comunidade, onde o impacto da crise climática já é vivido, sentido e resistido.

É um momento crucial para destacar a urgência das transformações necessárias que representam um espaço de encontro entre diferentes povos e comunidades. Será possível compartilhar não apenas os desafios, mas também experiências, inspirações e possíveis soluções. Embora as negociações sejam, em grande parte, conduzidas por autoridades governamentais e influenciadas por interesses corporativos, os movimentos em defesa da justiça climática buscam pressionar os tomadores de decisão para assegurar a autonomia dos territórios e promover  reparação.

Para quem comunica a partir dos biomas, das periferias e das vozes de povos e comunidades tradicionais, um dos desafios durante a Conferência das Partes é tornar visíveis histórias que enfrentam a lógica da destruição ambiental e da desinformação climática. Desde o anúncio da COP 30 no Brasil, ONGs, ambientalistas, ativistas, militantes, defensores/as e povos de comunidades originárias e tradicionais têm produzido e consumido materiais sobre comunicação e clima que podem ser insumos importantes para quem deve percorrer os pátios da Conferência em novembro e quer estar preparado para possíveis discussões. 

Não é simples a tarefa de narrar o que os grandes projetos tentam silenciar. Mas se isso for feito de forma coletiva e organizada, a chance de alcançar os objetivos é muito maior. E foi com a ideia de colaborar nesse processo que a Escola de Ativismo resolveu reunir materiais de leitura. 

São cartilhas, manifestos, NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas, que são os planos de ação climática de cada país para cumprir os objetivos do Acordo de Paris), plataformas que são voltados para ativistas que se somarão às mobilizações em Belém e querem ampliar conhecimentos sobre mudanças climáticas e sobre a COP 30. 

Boa leitura. Aproveite as ferramentas!

NDC Indígena

Lançado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), o documento reivindica o reconhecimento específico da demarcação, regularização e proteção dos territórios indígenas como política de mitigação climática. A Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) Indígena reafirma o papel dos povos indígenas como guardiões de conhecimentos ancestrais e parceiros-chave na construção de um futuro sustentável e justo para todos. 

Apesar de representarem apenas 0,8% da população brasileira, a diversidade cultural e os modos de vida ancestrais dos mais de 300 povos indígenas do país são elementos centrais para conter o ponto de não retorno da mudança do clima global. 

Clique aqui para acessar o documento completo da NDC Indígena 

NDC dos Quilombos do Brasil

O documento apresenta demandas dos povos quilombolas do Brasil para as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) brasileiras, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). O documento publicado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) apresenta compromissos e eixos sobre ordenamento territorial e fundiário, transição energética justa e consulta prévia e desenvolvimento sustentável com justiça social, ambiental e climática, além de incentivos e meios de implementação. 

O texto afirma que “a inclusão formal da NDC Quilombola como um anexo detalhado da contribuição brasileira é uma oportunidade para o Brasil demonstrar ao mundo um compromisso com uma ação climática que é, ao mesmo tempo, ambiciosa, justa e baseada em evidências” e que as medidas propostas são “concretas, mensuráveis e diretamente alinhadas com os objetivos nacionais de redução do desmatamento e das emissões”. 

Clique aqui para acessar a NDC dos povos quilombolas

Nossa chance: uma NDC ambiciosa para adiar o fim do mundo

O Comitê COP30 – uma coalizão da sociedade civil brasileira composta por organizações não governamentais, coletivos e grupos de pesquisa – divulgou materiais muito ricos.O “caderno de atividades para adiar o fim do mundo”  oferece conteúdos acessíveis e atividades que incentivam o pensamento crítico, apoiam o trabalho das organizações da nossa rede e fortaleçam a capacidade de atuação das pessoas como agentes de transformação social. O material, que pode ser utilizado na sala de aula, com o seu coletivo e até, quem sabe, com a roda de amigos, reforça a necessidade de tornar mais simples e acessível a conexão entre os temas da agenda climática internacional e a nossa vida cotidiana, nossos sonhos, lutas e esperanças. Acesse aqui: “Caderno de atividades para adiar o fim do mundo” 

Durante a COP30, acontecerá a terceira rodada de NDCs. Os compromissos atuais têm se mostrado tímidos diante da urgência da crise climática. Nesse sentido, outro documento do Comitê propõe recomendações a serem incorporadas na NDC do governo brasileiro. 

Leia aqui: “Nossa chance: uma NDC ambiciosa para adiar o fim do mundo”.

A resposta somos nós!

A campanha “A Resposta Somos Nós” nasce do chamado dos povos indígenas da Amazônia e do Brasil como um grito global por justiça climática e defesa da vida rumo à COP30. A campanha foi criada pela COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) em junho de 2024 e nasce com o propósito de ser abrangente e inclusiva entre povos indígenas, povos e comunidades tradicionais, movimentos sociais, ativistas e organizações parceiras de todas as regiões do planeta, com o objetivo de unificar e visibilizar nossas pautas comuns contra a crise climática. 

Saiba mais e junte-se à campanha na luta contra a crise climática!

Eunice - plataforma do Observatório do Clima

O Espaço Unificado de Informação Climática e Engajamento (Eunice) é uma iniciativa do Observatório do Clima criada para ajudar o público a entender as mudanças climáticas. Na página você vai descobrir como e por que o planeta está esquentando, a origem dos eventos extremos, as soluções possíveis e as ações da sociedade para enfrentar a crise. 

Clica aqui para acessar a Eunice 

Aliança dos Povos pelo Clima

A Aliança dos Povos pelo Clima é uma rede de luta ancestral articulada a partir de uma proposta de envolvimento pela defesa da floresta, da Amazônia e da vida, em tempos de colapso climático. O manifesto lançado pela rede apresenta propostas de envolvimento pela defesa da floresta, da Amazônia e da vida. 

Acesse aqui o manifesto da Aliança dos Povos Pelo Clima.

LabNarra

O Movimento Amazônia de Pé, composto por mais de 20 mil ativistas e mais de 300 organizações e coletivos de norte a sul do país, lançou o LabNarra – um material sobre como trabalhar diálogos sobre a Amazônia e o clima em diferentes regiões do país. O guia narrativo traz destaques da escuta de cada região e sugestões de argumentos, frases de mobilização e elementos visuais para mobilizar os territórios regionalmente. 

Acesse o material LabNarra clicando aqui

Rumo à COP 30

A publicação “Rumo à COP 30 – Como a sociedade civil do Sul Global pode participar das negociações climáticas e fazer história no Brasil?” é uma publicação do Fundo Casa Socioambiental que reúne informações essenciais sobre o funcionamento das COPs, o Acordo de Paris, as agendas prioritárias em disputa e dicas práticas para quem vai participar da conferência – especialmente organizações comunitárias, quilombolas, indígenas, ribeirinhas, mulheres, juventudes e outros movimentos sociais que historicamente têm pouca presença nesses espaços. Mais que um guia técnico, a publicação é um instrumento de fortalecimento da  democratização da informação. 

Acesse aqui o material “Como a sociedade civil do Sul Global pode participar das negociações climáticas e fazer história no Brasil?”

“Mudanças Climáticas e Conferência do Clima: qual o nosso papel?”

A cartilha “Mudanças Climáticas e Conferência do Clima: qual o nosso papel” é um material informativo e formativo voltado à mobilização da sociedade brasileira diante das emergências climáticas. O material inclui artigos, roteiros de oficinas e propostas de rodas de conversa, fomentando a construção coletiva do conhecimento e a educação popular. Além de informações didáticas sobre mudanças climáticas e sobre o processo histórico das COPs, a publicação oferece sugestões práticas de uso nos territórios. 

Acesse aqui a cartilha “Mudanças Climáticas e Conferência do Clima: qual o nosso papel”

Carta da Pré-COP dos Povos e Comunidades Tradicionais ao Presidente Lula

Uma carta da Pré-COP dos Povos e Comunidades Tradicionais ao Presidente Lula assinada pela Rede de Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil – Rede PCTs do Brasil e pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) tornou público um um conjunto de propostas e reivindicações para a Conferência das Partes sobre o Clima (COP30).  Além de exigir que o governo garanta participação direta de povos e comunidades tradicionais nas negociações da COP30, a carta é um importante documento para deixar evidente a todas as pessoas o que querem e como pensam os povos tradicionais sobre os seguintes temas:

  • Direitos territoriais 
  • Financiamento climático direto 
  • Sociobiodiversidade como política de estado 
  • Transição energética 

 

Leia aqui: Carta da Pré-COP dos Povos e Comunidades Tradicionais ao Presidente Lula

“O que povos e comunidades tradicionais precisam saber sobre a política climática e a COP30?”

Ainda na biblioteca virtual da Terra de Direitos – organização de Direitos Humanos que atua na defesa, na promoção e na efetivação de direitos, especialmente os econômicos, sociais, culturais e ambientais – há disponível a cartilha “O que povos e comunidades tradicionais precisam saber sobre a política climática e a COP30?”. O material propõe reflexões importantes e busca auxiliar na formação e na participação desses povos e comunidades nos espaços de discussão climática. O objetivo é fortalecer a voz e a luta coletiva de povos e comunidades tradicionais. 

Acesse a aqui  “O que povos e comunidades tradicionais precisam saber sobre a política climática e a COP30?

Dicionário de Direito Climático - Laclima

Este é o primeiro Dicionário de Direito Climático do Brasil, elaborado por Direito Internacional sem Fronteiras, com apoio da LACLIMA e de Latinas por el Clima. O material apresenta 36 conceitos atinentes ao Direito das Mudanças Climáticas, escritos por juristas, advogados e professores, e também por pesquisadores de outras áreas do conhecimento. Assim, reconhecemos que o estudo das mudanças climáticas é inerentemente transdisciplinar. O documento tem como objetivo oferecer um guia acessível e didático para estudantes, pesquisadores e todos os interessados, contribuindo para a disseminação de informação de qualidade sobre a mudança do clima. 

Acesse aqui o Dicionário de Direito Climático do Brasil

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