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A COP é um espaço possível de luta contra a crise climática? Oito ativistas opinam

Após a COP 29 mais uma vez não responder à altura aos desafios da crise climática, ativistas pensam sobre o espaço à luz da COP 30, a primeira a ser realizada no Brasil em 2025

Ellen Monielle, Muriel Saragoussi, Thuane Nascimento, Nathália Purificação, Marcos Wesley, Mariana Belmont, Letícia Camargo e Marina Guião

Foto: Reprodução

A Conferência das Partes (COP), também conhecida como Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, terminou na última semana. O espaço é importante para o diálogo sobre o aumento da temperatura global e atitudes necessárias para enfrentamento do problema que afeta todo o planeta, principalmente pessoas em vulnerabilidade social, povos e comunidades tradicionais e pessoas pretas. Mas o evento mundial recebe fortes críticas de ativistas ambientais. Para ambientalistas, falta senso de urgência, ações imediatas e participação popular. 

Ativistas afirmam que a COP não cumpre o que promete e algumas escolhas que envolvem o evento até parecem ironia, como a decisão de realizar a COP 29 em Baku, no Azerbaijão – lugar conhecido pela expansão da produção de combustíveis fósseis e por ter uma economia baseada na exportação de petróleo. Além disso, permitir lobistas do agronegócio a não só participarem do evento, mas também terem acesso privilegiado a espaços de negociações, conhecido como Zona Azul, onde circulam autoridades e tomadores de decisão, é colocar no mesmo lugar quem desmata e polui e quem sofre e luta contra a degradação do ambiente.

Quem faz trabalho de base nos territórios e resiste constantemente por mudanças para a sobrevivência do planeta entende que o evento precisa de reformas urgentes e que não tem sido eficaz na luta contra as mudanças climáticas como deveria ser. Pelo contrário, muites sentem que ele tem sido um verdadeiro exemplo de greenwashing. 

Leia também: Greenwashing no governo, nas empresas e na COP: o que é e como identificar?

Pensando em ativismo, incidência e resistência, a Escola de Ativismo entrevistou oito ativistas para saber o que tem funcionado na COP do Clima, o que é negativo e o que deveria mudar para ser a COP ideal. As opiniões e ideias são de pessoas ativistas na causa ambiental que participam ou já participaram de COPs. 


Thuane Nascimento (Thux) – Diretora executiva da PerifaConnection

Há muitas coisas que não funcionam na COP para quem é jovem, para quem quer fazer incidência, mas é um espaço muito importante quando a gente pensa que é aqui que as nossas decisões sobre a nossa vida são tomadas. Então, ocupar esses espaços, fazendo ativismo e incidência para que os países do Norte Global vejam que, sim, nós estamos incomodados, nós queremos mais, nós queremos avanço, é muito importante porque é esse lugar que reúne o mundo todo. É uma convenção, é uma grande briga de condomínio para ver quem é que vai assumir essa responsabilidade. Então eu acho que participar para poder lutar para que tanto os países que são responsáveis, mas também nosso próprio país que muitas vezes não têm ambição nessa área, como por exemplo a NDC [Contribuições Nacionalmente Determinadas] do Brasil esse ano, que foi lançada, mas faltou juventude, faltou ambição. Então dentro do nosso próprio país, por mais que se diga um líder climático, nós precisamos pressionar — e a COP é um importante ponto nisso. O Brasil tem um tamanho continental, então não é sempre que a gente consegue encontrar as pessoas, a juventude que muitas vezes não tem financiamento, consegue ir até a Brasília. Então esbarrar nos corredores para os chefes de Estado, ministros, governadores, é uma oportunidade que temos na COP de Clima. 

Uma grande limitação que tem acontecido nas últimas três COPs especialmente é a de poder protestar, fazer ativismo mesmo e marcar espaço. É um impedimento da gente realmente fazer o que a gente precisa. Eu acredito que nós somos sociedade civil nós não podemos ter impedimento para poder cobrar se não a gente ficar rendido a mão dos governos.

E uma coisa que as COPs de Clima não têm, mas precisam ter, é mais povo, mais espaços para participação social. Mas eu vou falar uma coisa bem específica. As COPs têm as constituintes, hoje tem um avanço, nós temos a constituinte de juventude, a constituinte de mulheres e gênero, tem o campo de indígenas, mas hoje a COP não tem um espaço para pessoas afrodescendentes. A gente não tem esse espaço para que as pessoas da diáspora global, os negros, consigam colocar suas demandas, que não são demandas do continente africano apenas, não são demandas dos países. As pessoas negras, elas estão espalhadas ao redor do mundo e elas formam uma população muito grande, numericamente, maior que até outras, entre muitas aspas, minorias. Em alguns países, como no caso do Brasil, elas são maiorias populacionais, apesar de serem minorias de direito. Então, eu acho que na Conferência de Mudança Climática da ONU falta um espaço para o povo afrodescendente. Esse espaço está em falta, nós ainda não temos, e é uma luta que é muito difícil, pois não se entende essa negritude como um lugar para poder demandar, para poder lutar pelas mudanças climáticas, mas nós somos os mais afetados.


Muriel Saragoussi⁩, socioambientalista, Escola de Ativismo

Apesar de ter participado de algumas COPs, eu estou cada vez mais descrente dessa incidência nas COPs, porque o que aconteceu ao longo dos anos é que foi se criando um espaço para a sociedade civil ficar ocupada com o mínimo de incidência e pressão em cima dos governos. Foram várias as tentativas e as mudanças feitas no desenho das COPs para tirar a sensação de fracasso de cima dos organizadores. 

Então, primeira coisa, antigamente os presidentes iam no final das COPs, porque eles iam para assinar os acordos. Então, existia uma pressão em cima dos negociadores para que houvesse acordos minimamente significativos. Hoje os presidentes vão no comecinho, fazem promessas, vão embora e deixam os negociadores lá. Então, em vez de avançar as negociações, elas ficam estagnadas. A segunda coisa é o espaço físico. As COPs se tornaram grandes eventos, grandes negócios para as cidades que recebem elas. Tem um monte, um milhão de atividades acontecendo e nenhuma atividade efetivamente pressiona os governos a fazerem alguma coisa. Então, a sociedade é mantida ocupada durante o tempo da COP. 

A COP, as últimas, foram às vezes cujo nível de democracia é bem, vamos dizer, questionável. Então, tem cada vez menos possibilidade de você fazer grandes manifestações, cada vez menos possibilidade de você impactar a sociedade, seja localmente, seja a sociedade mundial. Tem uma participação de faz de conta, uma participação educada, em que as pessoas têm os dois lugares para ficar, cada um no seu canto e ninguém atrapalha o outro de fazer aquilo que ele faz, mas também ninguém influencia o outro para tomar as decisões que efetivamente precisam ser tomadas, porque nós já não estamos na beira do abismo, nós estamos caindo no abismo e nem tivemos paraquedas, nem fizeram paraquedas, a gente tá fazendo. Então, eu estou bastante desacreditada desse modelo. 

Eu acho que a gente precisa, como ativistas, conseguir fazer impacto no mundo ao mesmo tempo com grandes movimentos, se não for um movimento mais forte, mais impactante, tanto do ponto de vista da comunicação, quanto do número de pessoas ao redor do mundo que entende o que está acontecendo, nós não vamos conseguir parar esse trem desenfreado que está caindo no abismo a toda velocidade.

E o que as COPs precisam ter, eu acho que é um senso de urgência. Eu acho que precisa efetivamente entender que esse nosso planeta está mal. Está com febre alta e que a febre se livra dos vírus. E os vírus hoje somos nós, espécie humana. E a gente está criando condições para que o planeta se livre da gente. E aí o planeta vai continuar em outros termos. Então, o que as COPs precisam ter, não só as de clima, mas todas elas, é um senso de urgência e é um senso de preservação da vida humana no planeta e não só dos ricos, que esses vão sair do planeta e morar em Marte.


Nathália Purificação – quilombola, coordenadora do coletivo de comunicação da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ)

O que funciona é a mobilização social. A COP do Clima não era espaço para movimentos sociais participarem. A incidência e as várias frentes dos movimentos sociais dentro da COP do Clima trazem o debate para mesa da população de fato. É o povo falando por meio do povo e para o povo. 

Apesar de ter nossa participação, ainda é pouco. Em termos de ativismo o que falta é a maior participação de lideranças indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais. Se a resposta da justiça climática está nos modos de vida desses povos, a participação dentro de espaços como as COPs Climáticas é essencial. Além de participarem ativamente, mobilizam a população pelo interesse no tema, por serem pessoas que trabalham com ativismo social na base. Se concordamos que a participação da sociedade civil impacta nas negociações, então que ocupemos esses espaços. 


Marcos Wesley – Assessor Político e Institucional do Comitê COP30

Quando falamos de COP de Clima, acredito que os pontos positivos estão na capacidade desses encontros de reunirem líderes globais, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil em um espaço de diálogo e tomada de decisão. O maior valor da COP está na criação de acordos multilaterais, como o Acordo de Paris, que definem metas globais para limitar o aquecimento e responsabilizam os países a apresentarem planos nacionais ambiciosos. Outro aspecto positivo é a amplificação de vozes que, historicamente, não tinham espaço nas discussões climáticas. Nas COPs mais recentes, temos visto maior participação de povos indígenas, comunidades tradicionais e jovens ativistas, o que traz mais diversidade e urgência para o debate. Isso ajuda a pressionar os tomadores de decisão a incorporarem justiça climática e soluções baseadas em conhecimento local. Além disso, as COPs oferecem uma plataforma para a troca de ideias e o fortalecimento de coalizões. Muitas vezes, as mudanças mais significativas surgem de alianças que se formam nesses eventos, tanto entre países quanto entre movimentos sociais e organizações da sociedade civil.

O que não funciona nas COPs é a distância entre o discurso e a prática. Muitas vezes, os compromissos assumidos pelos governos acabam sendo vagos ou condicionados, sem mecanismos claros de monitoramento e responsabilização. Isso cria uma sensação de inércia, onde acordos são assinados, mas os avanços reais no combate à crise climática são lentos ou inexistentes.Outro ponto problemático é o espaço limitado para influenciar as negociações formais. Embora haja uma presença crescente da sociedade civil, suas demandas frequentemente ficam restritas às margens dos eventos principais, sendo mais simbólicas do que efetivas. As decisões críticas continuam sendo tomadas em salas fechadas, com pouca transparência e mínima participação daqueles que mais sofrem os impactos das mudanças climáticas. Além disso, a presença massiva de lobistas de indústrias poluentes nas COPs mina os esforços de ativismo. Eles atuam para diluir compromissos e impedir avanços significativos, tornando o evento, em alguns casos, um palco para greenwashing em vez de uma arena de transformação concreta.

A COP do Clima ideal precisaria balancear compromissos de longo prazo com ações imediatas e verificáveis. Muitas decisões são postergadas para prazos que, realisticamente, não enfrentam a urgência da crise climática. Essas mudanças poderiam transformar a COP de um espaço de negociações muitas vezes burocráticas em um verdadeiro motor de ação climática global.


Ellen Monielle  – pesquisadora climática e alimentar 

Eu acho que o que está funcionando na COP está fora dos espaços oficiais. A COP consegue reunir muita gente, sociedade civil, muitas organizações do mundo todo. Eu acho que são esses debates que não estão no centro das chamadas de decisões, mas são debates acessíveis em sua grande maioria. Ainda tem várias barreiras idiomáticas e logísticas, mas são acessíveis para muita gente da sociedade civil, muita gente que trabalha em organizações, que está ali representando alguém que vai levar o que foi discutido fora dos grandes espaços de tomadas de decisão para suas comunidades, para suas organizações, para ideias de implementação de projetos nas suas nos seus territórios. Então eu acho que isso a COP entrega bem.

A COP está virando cada vez mais uma feira de ciência. Não sei se foi ano passado e que eu vi que uma plataforma social levou vários criadores de conteúdo lá para a COP e tinha conteúdos assim “ai olha a COP é muito legal”. Legal para quem? Porque estar numa COP para mim, como ativista, traz uma sensação contrária. Não é legal estar ali, debatendo clima e sabendo que as decisões que vão ser tomadas, principalmente decisões de alto nível, não vão ser totalmente implementadas. Não vão chegar na comunidade no território que eu vivo. Acho que a COP está virando cada vez mais feira de ciência. Estão indo menos ativistas e mais criadores de conteúdo e também muitas pessoas despolitizadas e aí isso acaba empacando essa questão de ação e incidência efetiva dentro de debates que a gente vai ter fora do alto nível e a influência que a gente pode ter em debates de alto nível também.

A COP poderia ter povos indígenas como uma parte. Eu acho que povos indígenas teria que ter uma representação como uma parte oficial nas tomadas de decisões.


Mariana Belmont – jornalista, pesquisadora e organizadora do livro “Racismo Ambiental e Emergências Climáticas no Brasil” 

Eu acho que o que tem funcionado é que a gente tem visto nesses espaços mais movimento social, mais movimento indígena, mais movimento negro, inclusive reivindicando, dentro das agendas e dentro dos textos de negociação pautas sociais de direitos, de combate às desigualdades, a visibilidade para os povos indígenas, população afrodescendente. Acho que o acesso a esses lugares, mesmo ainda caro, mesmo ainda precário, longe, muito dinheiro, apesar de várias barreiras, a ampliação de pessoas que não são só pessoas brancas, homens brancos, isso tem sido ampliado. E acho que, de novo, essa conta que os países ricos não querem pagar, essa pressão para que eles paguem, está vindo da sociedade civil internacional.

 A sociedade civil internacional tem impressionado muito e eu acho que é isso, no fim o futuro vai ser esse. A gente pode voltar de uma COP da biodiversidade, onde os povos afrodescendentes foram incluídos na agenda, os povos indígenas também, reconhecendo e cada vez mais os espaços reconhecem e devem reconhecer e devem falar de financiamento, de recurso para essa população que é quem preserva, está na ponta e preserva a biodiversidade, as florestas, as cidades e que segura o céu.

Para mim esses espaços também funcionam como lugares onde a gente aprende, faz conexão, faz articulação com o governo e sociedade civil, especialmente para a gente olhar dentro dos nossos países, como a gente faz incidência para a política pública em casa, como a gente conecta essas agendas e garantia de direitos. 

O que não funciona muitas vezes é esse espaço, os espaços que não funcionam no ativismo. Os ativistas da sociedade civil não têm espaço de fala nas mesas de negociação, só os governos podem falar e decidir. Isso limita a participação social, isso limita o olhar ampliado de participação e de garantia de direitos, não só do Brasil, mas de vários países.  

A COP do Clima não tem mais movimento negro, mais movimento indígena, mais movimento social, mais movimento de trabalhadores, mais movimento de mulheres. A COP do Clima ainda não tem esses movimentos que olhem, de fato, coletivamente para garantia de direitos. Isso precisa ser ampliado. Apesar de mais gente acessar esse espaço, mais e mais gente precisa estar nesse espaço, inclusive com mecanismos de participação mais claros, metodologias mais claras de participação e decisão nas mesas. 


Letícia Camargo – gestora ambiental, ativista socioambiental e militante ecossocialista

O que é positivo? Difundir o tema, pautar a juventude, popularizar a pauta, pressionar politicamente. O que é negativo? Autopromoção de ativistas, ativistas influencers pagos por empresas sem responsabilidade socioambiental. E o que precisa mudar? Participação popular, espaços de negociação para além de chefes de estados e seus representantes.


Marina Guião – Ativista por justiça climática, estudante de Ciência Política e Relações Internacionais

Eu estou bem desesperançosa atualmente no sistema e nas COPs de clima. Mas eu acredito que o que tem funcionado é quando a gente consegue conversar na língua deles. Para uma ação ser significativa, ela tem que ser muito grande, tem que fazer muito barulho. Mas quando a gente faz uma reunião bilateral e a gente leva um texto específico, com demandas específicas, com linguagens específicas que se encaixam dentro do texto, eu acho que, infelizmente, às vezes a gente tem que aprender a falar a língua dessa galera.

Mas essas pequenas vitórias que a gente ainda tem dentro dos textos, a gente consegue manter opções boas por mais tempo para os países debaterem, acredito que seja quando a gente faz essa pressão organizada, conversa na língua deles. Isso não significa que não seja válido fazermos ações dentro das COPs, mas é porque nos últimos anos as ações estavam muito reduzidas, a gente estava em países não democráticos, a gente não podia fazer as grandes marchas do lado de fora. Então, às vezes ficava um pouco difícil só se mobilizar dentro do lugar das COPs. 

Mas a sociedade civil conseguiu se mobilizar dentro das COPs e teve ações bem impactantes, que são lembradas até hoje. Até que ponto isso foi sentido dentro dessa aula de negociação, não dá para dizer que o impacto foi nulo, mas fica um pouco difícil de medir. Mas eu acredito que é essa combinação, a gente conseguir conversar na língua deles, apresentar texto, enfim, às vezes se sentar na mesa para conversar diretamente sobre questões que estão sendo negociadas, mas não dá para negar a pressão da sociedade civil do lado de fora com ações. 

Sobre o que não funciona, acredito que são ações que não são bem pensadas, ou eventos em pavilhões. A COP tem lugares específicos para você fazer ações. Eu acredito que pra você fazer uma ação dentro da COP, ela precisa ou ter um objetivo muito claro de mídia, e ter muita gente, ou ter muita coisa que possa ser fotografada, ou ela precisa acontecer em momentos estratégicos em que os negociadores vão estar passando. Então não é só fazer por fazer. E uma coisa que eu acredito que não funciona são os eventos em pavilhões para incidir nas negociações. 

Isso pode ter outros objetivos midiáticos. Isso pode ter outros objetivos de levar demandas para outros atores que, por algum motivo, possam estar nos pavilhões, mas dentro da COP, os pavilhões são muito desconectados da sala de negociação, e não adianta nada a gente falar sobre as nossas demandas para adaptação, para mitigação, para financiamento, qualquer coisa, no pavilhão, porque isso não vai refletir de forma nenhuma nas negociações.

Eu acho que uma coisa muito incrível que a COP do Clima tem é a People’s Plenary, é a plenária das pessoas. Só que ela é desconectada com as negociações, de certa forma. Ela é dentro de uma plenária, mas ela é um pouco desconectada. Eu acredito que uma COP do Clima ideal teria mais espaço para a Sociedade Civil, para as pessoas que estão na linha de frente falarem, se articularem dentro ou em colaboração ou ligadas com os processos das negociações. Eu gostaria que a gente tivesse mais essa plenária como protagonista porque os países não estão entregando nada. 

Naquela manhã, a programação havia começado com uma sessão solene no Senado Federal, homenageando a Marcha. No mesmo dia, foi finalmente aprovado o Projeto de Lei que indicava a inclusão de Margarida Maria Alves no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.

Foi assim, que após 40 anos de um assassinato bárbaro na frente de sua casa, a grande homenageada do encontro teve sua luta em vida por ser mulher, sindicalista e trabalhadora rural que ameaçava os interesses de poderosos, reconhecida. Para além disso, suas sementes se espalharam mais longe do que ela jamais ousou imaginar. A resistência está firmada.

TEXTO

Letícia Queiroz

jornalista quilombola, repórter da Escola de Ativismo

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