Para maioria dos sete jurados, motorista assumiu risco ao dirigir bêbado e em alta velocidade
Foto: Reprodução via LabCidade
José Maria da Costa Júnior, que dirigia embriagado, em alta velocidade quando atropelou em 8 de novembro de 2022, a ativista feminista e cicloativista, Marina Harkot, foi condenado a 12 anos de prisão pela maioria do juri na madrugada do 24/1, no Fórum da Barra Funda.
Costa Júnior poderá recorrer em liberdade da pena por homicídio doloso qualificado por dolo eventual (ter colocado a vida da pessoa em risco ao assumir certas ações), embriaguez ao volante e omissão de socorro (fugir sem prestar auxílio à vítima).
“A gente segurou uma onda muito pesada, muito doída, muito forte. E a gente pode se considerar vitorioso e muito agradecido. Considero que foi uma vitória. Treze anos [de prisão] é um número baixo, mas a batalha continua. A gente quer realmente que esse caso seja significativo”, disse Maria Claudia Kohler, mãe da vítima, após o julgamento.
Para a acusação, a pena aplicada, que é a mínima, foi insuficiente. O Ministério Público irá recorrer da pena.
“Foram longos quatro anos e três meses de luta por justiça e nós, família e amigos, só temos a agradecer pelo suporte e carinho da incrível rede que a Marina nos deixou. Não temos palavras para expressar a importância de cada pessoa que esteve junto. Muito obrigado!”, disse a página Pedale com Marina.
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Marina foi colaboradora da Escola de Ativismo e uma amiga querida para tantas, tantos e tantes de nós. Da mobilidade ao feminismo, da pesquisa ao ativismo, ela foi uma presença brilhante e comprometida, que deixa um buraco imenso. Também nos juntamos ao clamor por justiça para Marina Harkot e lembramos que não foi acidente. Que esse julgamento seja um passo para o fim da guerra no trânsito e de suas mortes plenamente evitáveis.
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