Mas a questão não se encerra com o voto: “É preciso construir e participar de atos e manifestações sociais, se engajar em campanhas e tuitaços em torno de reivindicações alinhadas aos direitos humanos, promover atividades culturais para mobilizar e convocar a juventude para o debate eleitoral”, disse.
A advogada lembra que, apesar do calendário eleitoral, a política é realizada todos os dias com decisões e processos políticos que afetam efetivamente nossas vidas. Por isso as fiscalizações, cobranças e incentivos aos políticos devem ser feitos antes, durante e depois do período eleitoral.
“É possível cobrar durante o processo eleitoral e, inclusive, organizar formas participativas e populares de construção das propostas e práticas políticas com as quais os/as/es candidatos/as/es podem se comprometer para as eleições. É nosso papel erguemos nossas vozes para construir futuros, traçar cenários políticos que possibilitem a adoção de medidas prioritárias para resolução dos problemas sociais e o enfrentamento a desigualdades e opressões”, explicou Brisa.
Agendas comuns
Outra forma muito eficiente de pressionar candidatos é apoiando agendas e plataformas de propostas e práticas políticas. O Instituto Marielle Franco, que defende o direito de mulheres negras em ocupar a política e realiza ações de pesquisa e incidência sobre violência política de gênero e raça no Brasil, lançou neste ano uma agenda programática. No material constam práticas e políticas antirracistas, feministas, populares e LGBTQIA+ para as eleições de 2024, com foco no legislativo e executivo municipais.
Geralmente essas agendas apresentam conjunto de políticas públicas prioritárias fundamentais para determinados públicos, grupos, comunidades ou localidades (cidades, estados ou países). Com detalhes, justificativas, formas de implementação e exemplos do que já deu certo, o material é uma excelente forma de mostrar aos candidatos o que é básico, fundamental e urgente e que não pode ser negligenciado.
Outro exemplo interessante é o da Casa Fluminense, que pensa ações públicas com foco na redução das desigualdades e desenvolvimento sustentável para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A iniciativa lançou a Agenda Rio 2030 propondo pautas prioritárias para as eleições e construção de políticas públicas.
O material reúne 10 propostas pautadas nos diagnósticos e dados apresentados no Mapa da Desigualdade a partir das justiças climáticas, de gênero, racial e econômica. A sistematização foi feita a partir do diálogo com os territórios, lideranças sociais, especialistas, conselheiros, associados e toda a rede da Casa Fluminense. Acesse aqui