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[Todas as fotos, vídeos e posts estão com o link para as postagens originais, com créditos]

[Foto de capa por MPL-SP]

Janeiro l Fevereiro l Março:

Soam, para quem quiser ouvir, os sinais de 2013

Janeiro:

Haddad adia aumento da passagem para junho / Na Grande São Paulo, Mauá se mobiliza para conter um aumento, manifestantes em São Bernardo do Campo e Santo André sofrem repressão pesada / Prefeitura do Taboão revoga aumento / Comitê Olímplico Brasileiro (COB) processa Olimpíadas de Conhecimento pelo uso do nome / Remoções no Morro da Providência (RJ)

1º de janeiro

@passelivresp: Luta contra o aumento da passagem de ônibus é vitoriosa em Niterói: Prefeito decreta a revogação do aumento.

5 de janeiro

@passelivresp: Protesto contra o aumento da passagem em Mauá-SP reúne quase mil pessoas. A passeata teve início em frente à estação da CPTM, e seguiu até a entrada do Terminal Central, bloqueando o fluxo de ônibus por quase duas horas. No terminal, seguranças à paisana (capangas do empresário de ônibus Baltazar de Souza) agrediram alguns manifestantes. Organizado por vários grupos locais, o ato contou também com o batuque da Fanfarra do M.A.L, intervenções teatrais, cartazes, apoio da população e radicalização! O Movimento Passe Livre São Paulo esteve presente, e um novo ato já está marcado para o próximo sábado.

Protesto convocado para Joinville, Santa Catarina / Por Movimento Passe Livre Joinville 

10 de janeiro

@passelivresp: São Bernardo do Campo se mobilizou hoje contra o aumento. A partir das 14h, manifestantes se reuniram na Prefeitura, de onde partiram em passeata pela Jurubatuba, ocupando e bloqueando por algum tempo o terminal de ônibus municipais. Em seguida, retrornaram em passeata debaixo da chuva.
O ato, convocado pelo grupo Anonymous pelas redes sociais, contou com o apoio de entidades e correntes do movimento estudantil e o Movimento Passe Livre São Paulo, junto com a bateria Fanfarra do M.A.L. A região do ABCD continua mobilizada contra os aumentos nas passagens, e o próximo ato está marcado para este sábado em Mauá

11 de janeiro

 @passelivresp: ESTE SÁBADO tem o 2º ato contra o aumento das tarifas em Mauá! Às 14h em frente ao Terminal Metropolitano de Mauá.
O primeiro ato, organizado por grupos locais, aconteceu sábado passado, e quase mil pessoas, bloqueando o fluxo de ônibus no terminal por quase duas horas. A luta contra o aumento nas tarifas na região do ABCD continuou ao longo da semana, e mais um ato aconteceu em São Bernardo na última quinta-feira.

12 de janeiro

@passelivresp: REPRESSÃO POLICIAL EM ATO CONTRA O AUMENTO EM MAUÁ – O 2º ato contra o aumento das tarifas de ônibus em Mauá reuniu cerca de 800 pessoas marcharam pela cidade e, por mais de duas horas, bloquearam o trânsito em frente ao Terminal Central. De repente, a Guarda Civil, munida de escudos e cassetes, atacou os manifestantes. Do outro lado da avenida, a Polícia Militar atirou bombas de estilhaço e balas de borracha, ferindo as pessoas que se dispersavam. Guardas Civis montados à cavalo também reprimiram a manifestação com espadas.
Após alguns minutos, cerca de 200 pessoas reagruparam em frente ao Terminal, e foram contabilizadas 20 feridos e pelo menos 3 presos. Em marcha e sob intensa chuva, o ato seguiu pelas ruas do Centro – onde o comércio fechara as portas e os moradores saíram na rua expressando solidariedade ao movimento – até a delegacia, exigindo a liberação dos detidos. Embalados pela bateria da Fanfarra do M.A.L, gritávamos: “Ou soltam os três! Ou prendem todos de uma vez!”. Uma viatura da Força Tática estacionou na esquina e policiais apontaram armas contra os manifestantes, que recuaram, mas não dispersaram. Em seguida, os companheiros que estavam na delegacia saíram com a notícia de que os detidos seriam liberados.
O ato chegou ao fim mostrando que a repressão não conseguiu calar o movimento. Nas ruas de Mauá, a população que recebeu panfletos repudiava o preço da passagem e condenava a violência policial – abuso de autoridade – em seus comentários.
Um novo ato, unificado para toda região do ABC+Mauá está marcado para a próxima sexta-feira, dia 18, em Santo André.
TODO AUMENTO É INJUSTO PORQUE COBRAR TARIFA É INJUSTO! POR UM TRANSPORTE VERDADEIRAMENTE PÚBLICO!
ABAIXO A REPRESSÃO E CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA LUTA SOCIAL!
Amanhã vai ser maior!

13 de janeiro

@passelivresp: NÃO ESQUECEMOS!
Há exatos dois anos – 13/janeiro/2011 – saímos em 1500 pessoas pelas ruas do Centro de SP contra o aumento do ônibus para 3 reais. A resposta foi a repressão brutal da PM, que deixou pelo menos 30 feridos e mais de 20 presos. Após dispersar a passeata, naquele dia os policiais saíram pelas ruas empreendendo uma perseguição aos manifestantes que tentavam se reagrupar em diferentes lugares. As cenas de violência dessa caçada, em que a PM atacou grupos isolados no anoitecer, quase não foram registradas. Resta como denúncia o vídeo gravado pelo cartunista Carlos Latuff.

Dois anos depois, vemos que pouca coisa mudou. Ontem, a manifestação contra o aumento em Mauá foi reprimida de modo igualmente violento, não só pela PM mas também pela GCM montada à cavalo – 20 manifestantes saíram feridos e 3 presos. […]

POR UMA VIDA SEM CATRACAS! ABAIXO A REPRESSÃO!

15 de janeiro

@passelivresp: Haddad afirma que o aumento da tarifa deve acontecer ainda no primeiro semestre. Sobre o valor, garante apenas que estará abaixo da inflação acumulada do período – 12,7%, o que significaria um aumento abaixo de R$3,38. Mas não importa: acima oun abaixo da inflação, todo aumento é injusto. Todo aumento é injusto porque é injusto cobrar pelo uso do transporte público, que deveria ser um direito de toda população e, portanto, de acesso universal. Em 2010, eram 37 milhões de brasileiros que não tinham dinheiro para pagar pelo transporte diariamente. De lá pra cá, as tarifas só subiram, e com isso, o número de pessoas excluídas do transporte só cresceu.
SE A TARIFA AUMENTAR, A CIDADE VAI PARAR! Quando a tarifa subiu em 2005, 2006, 2010 e 2011, saímos para protestar e exigir a revogação do aumento. Em 2013 não será diferente: vamos lutar até a tarifa cair.
Todo aumento é um roubo!
Por um transporte verdadeiramente público!
Por uma vida sem catracas! […]

M.A.: Mas que merda. E o pior é que isso já tinha sido fechado ano passado, mas a ‘culpa’ vai cair em cima do senhor nosso prefeito.

V.P.: Tudo é culpa do PT.. Queria ver só se o prefeito fosse o Serra o quanto essa gente ia reclamar.

16 de janeiro

@passelivresp: PREFEITURA DO TABOÃO DA SERRA REVOGA AUMENTO DA TARIFA DE ÔNIBUS!! Após dois protestos populares na semana passada, o prefeito Fernando Fernandes anunciou hoje que o preço da passagem cairá de R$ 3,30 para 3,00.
Segundo a Prefeitura, o aumento foi revogado pois o contrato com a empresa prevê um prazo de 12 meses entre um aumento e outro – prazo que, neste caso, não foi respeitado. Porém, mais do que qualquer motivo técnico ou legal para a reversão do aumento, sabemos que ela só aconteceu porque a população se organizou, saiu às ruas para lutar, e assim conquistou essa vitória. Na semana passada, o movimento R$ 3,30 Eu não pago – Taboão da Serra realizou dois atos e se reuniu com representantes do poder executivo. O Movimento Passe Livre São Paulo esteve presente nessas mobilizações junto com a Fanfarra do M.A.L – afinal, nossa luta pelo direito ao transporte é uma só em toda região metropolitana.
Essa conquista no Taboão é muito importante porque mostra que é possível lutar e vencer. O Taboão é mais uma das muitas cidades – como Florianópolis/SC, Vitória/ES, Teresina/PI, Porto Velho/RO, Natal/RN, Guarapuava/PR, Niterói/RJ – em que, nos últimos anos, a população lutou e conseguiu reverter um aumento na tarifa. Essa experiência também é muito importante porque mostra que, diferente daquilo que muitas vezes está enraizado no senso comum, as tarifas não “precisam aumentar sempre”. Cobrar pelo transporte – mais, menos, ou nada – é uma decisão fundamentalmente política. E, se a tarifa está cara, é só a nossa luta que pode transformar isso.
POR UMA VIDA SEM CATRACAS!
POR UM TRANSPORTE VERDADEIRAMENTE PÚBLICO, SEM TARIFA!
SÓ A LUTA MUDA A VIDA! […]
PARABÉNS A TODOS OS QUE LUTARAM E VENCERAM!

D.S.: […] se vc acha que pular catracas é lutar por algum direito, acho que vc deve rever seus conceitos.

Não estou entrando no mérito de “peso” criminal, é óbvio que um bandido é um criminoso muito pior do que um “pulador de catracas”, no entanto, querer tirar da polícia a função de instrumento repressor e mantenedor da ordem, é sim, oferecer aos bandidos liberdade para práticas ilegais.

Enquanto todos manifestavam sem perturbar a ordem pública, não houve repressão alguma. Acho que temos que deixar isso bem claro, a repressão não foi ao protesto pacífico, mas sim, contra a baderna e as tentativas de perturbação à ordem que ocorreram.”

18 de janeiro

@passelivresp: Panfleto que o Movimento Passe Livre São Paulo esteve distribuindo nos atos contra o aumento na Região Metropolitana de São Paulo nas últimas semanas. Amanhã estaremos presentes no Ato Unificado contra o aumento do ABC, em Santo André. Como sempre, juntos da bateria rebelde Fanfarra do M.A.L. Convocatória pro ato […]

@passelivresp: ALERTA: REPRESSÃO POLICIAL AGORA EM ATO CONTRA O AUMENTO EM SANTO ANDRÉ!!
Na tarde desta sexta-feira, dia 18, cerca de 500 pessoas se reuniram em frente à estação Santo André da CPTM para protestar contra os aumentos na tarifa de ônibus em toda região do ABC (incluindo Diadema, Mauá e Ribeirão Pires). Em todas essas cidades, o preço das passagens subiu para R$3,30 no início do ano (com exceção de Diadema, onde o valor está em R$ 3,20). Os manifestantes marcharam até a sede do Consórcio Intermunicipal das empresas de ônibus da região, que no fim de 2012 teria proposto aos prefeitos eleitos uma tarifa única para todo ABC. O protesto se encerrou na estação de trem, onde manifestantes tentaram pular as catracas. A Polícia Militar imediatamente iniciou a repressão, atacando-os com balas de borracha, cassetetes e bombas de estilhaço. Neste momento, há 9 detidos e 15 feridos.
ABAIXO A REPRESSÃO! PELO DIREITO DE LUTAR E NÃO SER REPRIMIDO!!
CONTRA TODOS OS AUMENTOS! POR UMA VIDA SEM CATRACAS!! […]

@ComitePopularCopaRJ: O Comitê Olímpico Brasileiro continua notificando organizadores de diversas olimpíadas de conhecimento (matemática, história, astronomia) por causa do uso da palavra “Olimpíadas”. O COB detém o direito de uso exclusivo da “marca”, registrada no INPI (Inst. Nacional de Propriedade Industrial). Parece lógico ou justo que uma palavra tão antiga como “Olimpíadas” e que não foi inventada pelo COB ou pelo COI seja considerada uma marca e de propriedade de alguém?

@ComitePopularCopaRJ: A Secretaria de Habitação do Rio de Janeiro desalojará 832 famílias do Morro da Providência. Algumas casas já caíram, mesmo assim a comunidade segue resistindo. […]

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

@FórumComunitáriodoPorto [via Youtube]: Gostaríamos que o povo da cidade do Rio de Janeiro soubesse que os moradores da Providência não são invasores nem contra a urbanização! Somos mulheres e homens que moramos aqui porque temos uma história aqui e precisamos sobreviver! A maioria dos moradores está aqui há mais de 20 anos, toda nossa vida é aqui, a dos nossos filhos, dos nossos netos! Tudo é perto, escola, hospitais, trabalho, mercado, lazer etc.

Acreditamos a Prefeitura é a principal responsável por todo esse transtorno e estamos unidos para garantir que nenhuma casa mais seja derrubada e que as melhorias nos beneficiem! Para finalizar, o legado social da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 que queremos é permanência na Providência e a garantia de que também poderemos viver nesta cidade maravilhosa! Pedimos à população carioca que nos ajude a divulgar o que está acontecendo com a nossa cidade! Comissão de Moradores da Providência e Fórum Comunitário do Porto

Leia a carta na integra.

19 de janeiro

@passelivresp: REPRESSÃO POLICIAL EM ATO CONTRA O AUMENTO EM SANTO ANDRÉ!! A imagem é de um militante ferido por uma barra de borracha atirada por Policiais Militares, que atacaram a manifestação também com cassetetes e bombas de estilhaço cortante. Sobre o ato:
Na tarde da sexta-feira dia 18, cerca de 500 pessoas se reuniram em frente à estação Santo André da CPTM para protestar contra os aumentos na tarifa de ônibus em toda região do ABC (incluindo Diadema, Mauá e Ribeirão Pires). Em todas essas cidades, o preço das passagens subiu para R$3,30 no início do ano (com exceção de Diadema, onde o valor está em R$ 3,20). Os manifestantes marcharam até a sede do Consórcio Intermunicipal das empresas de ônibus da região, que no fim de 2012 teria proposto aos prefeitos eleitos uma tarifa única para todo ABC. O protesto se encerrou na estação de trem, onde manifestantes tentaram pular as catracas. A Polícia Militar imediatamente iniciou a repressão, atacando-os com balas de borracha, cassetetes e bombas de estilhaço. Há notícia de pelo menos 15 feridos e 9 detidos, que após a meia-noite foram liberados.
Reportagem da TVT, antes da repressão:

23 de janeiro

@passelivresp: Senhoritas, senhoras, senhores e senhorxs,
A Cracolândia segue uma zona de esculacho contra a população de rua, com a notícia recente de que a internação compulsória será uma ferramenta utilizada com freqüência. A especulação imobiliária continua tomando conta de tudo, promovendo, além de ações infundadas de despejo, incêndios em favelas: tudo cai como uma luva para preparar o país para receber a copa do mundo de 2014, a qual fez surgir a Lei Geral da Copa. Lei que permite que os governantes cometam qualquer tipo de crime contra a população e saiam ilesos, mais ou menos como aconteceu com os torturadores da ditadura e outros tipos de apoiadores do regime que seguem livres e contentes – e, no caso dos militares, ainda recebendo aquela grana que só quem é militar recebe, mesmo depois de morto.
O Novo Código Florestal e a quase certa usina de Belo Monte prometem um futuro mega antiecológico, com a continuidade do extermínio da população indígena que começara em outros tempos com nossos ilustres colonizadores. Além disso, as tarifas de ônibus da grande São Paulo estão aumentando na razão de uma nova cidade com ônibus a 3,30 a cada 10 minutos – dados do IBGE, pra quem quiser acreditar!… Aqui na capital, o excelentissíssimo prefeito Haddad também já prometeu tarifa mais cara pra toda população!
Mas ufa: tem gente lutando contra a corrupção, ainda bem! Se não fosse por eles estaríamos caindo nas armadilhas daqueles duendes e gnomos que defendem a corrupção, afinal de contas, se existe corrupção até hoje é porque ainda não havia um movimento contra ela, e agora sim ela vai sumir. Outra notícia boa é a ciclo-faixa que permite todas as bicicletas circularem livremente, sem impedimentos ou inseguranças, só nos domingos entre as 7h e 16h. No resto da semana? Que explodam! Enquanto isso, o imposto para os carros continua baixando e o espaço das ruas ignora, além dos ciclistas, o grosso da população que se desloca a pé e por transporte público. Pior para as mulheres, que além de todos os constrangimentos pelos quais passam, ainda serão por mais algum tempo encoxadas diariamente nos ônibus e trens. Agora responda com sinceridade: você acreditou mesmo naquela ladainha de que o mundo não acabou?
Senhorxs e etc, já disse o alemão Bertold que “a nossa época é triste, mas como não adianta deixar de rir” convidamos a todos para o Bloco do M.A.L. que será lançado no dia 2 de fevereiro de 2013, sábado, para quem quiser curtir enquanto ainda houver humor o suficiente pra isso!
Concentração as 18h, no Largo da Batata (ou Largo de Pinheiros)!
Fanfarra do M.A.L.

25 de janeiro

@passelivresp: Artigo sobre as lutas contra o aumento na grande SP, escrito por um militante do Movimento Passe Livre São Paulo. 

@passelivresp: Vídeo sobre o estado e a luta por transporte em Aracaju! 

26 de janeiro

@ComitePopularCopaRJ: COPA PÚBLICA
Vendidas como o principal legado da Copa de 2014 para população, obras de mobilidade urbana são abandonadas; só no mês passado foram seis. Leia a reportagem.

@ComitePopularCopaRJ: CAVEIRÃO PARA COPA DO MUNDO E OLIMPÍADA? As mesmas práticas de militarização, violência e controle da pobreza agora justificadas pelos grandes eventos esportivos.

28 de janeiro

@passelivresp: A luta por transporte é internacional! A população de Tomé, no Chile, também se mobiliza por transporte público: “A construir un transporte digno!”
Sobre a foto: “A Unidad Muralista Ernesto Miranda (UMLEM) pintou em uma das paredes de Tomé um mural sobre a situação do transporte que oprime, tanto por seu custo quanto por sua qualidade, os moradores de Tomé que precisam se deslocar diariamente aos centros de trabalho ou estudo, fora da comunidade.”
Chile, Brasil, por um mundo sem catracas! Passe livre já!

29 de janeiro

@passelivresp: MOVIMENTO PASSE LIVRE COMPLETA 8 ANOS NA LUTA! Em 29/01/2005, no V Fórum Social Mundial, foi realizada a “Plenária Nacional pelo Passe Livre”, reunindo militantes que em todo país se organizavam para lutar pelo passe-livre estudantil, inspirados pela experiência da Revolta do Buzú (Salvador, 2003) e pelas conquistas da Revolta da Catraca (Florianópolis, 2004). Ali foi fundado o Movimento Passe Livre (MPL): uma federação nacional de coletivos municipais que, sob os princípios da autonomia, apartidarismo, independência e horizontalidade, lutam por um transporte público sem catracas.
Ao longo dos anos, o MPL abandonou sua reivindicação inicial – o passe livre só para estudantes -, e passou a defender um novo modelo para o sistema de transportes como um todo: o fim da cobrança de tarifa (“Tarifa Zero”) e o controle do sistema pelo poder público, com participação popular.
8 anos depois, a luta continua […] Por uma vida sem catracas!! […]

30 de janeiro

@passelivresp: Gratuidade nas tarifas de ônibus é possível: leia aqui.
“Essa iniciativa, pela primeira vez, ocorreu em uma capital de um país europeu. Tallinn, capital da Estônia com cerca de 420 mil habitantes, oferece desde 1º de janeiro de 2013 a gratuidade do transporte público mediante referendo. Os objetivos são conhecidos: reduzir a quantidade de automóveis; evitar congestionamentos e acidentes; e facilitar o deslocamento das pessoas mais pobres.”
“Outras cidades ao redor do mundo também já implementam essa medida, como é o caso de Changning e Changzhi na China, Hasselt na Bélgica, Gibraltar na Península Ibérica, Corvallis no Oregon-EUA. Mesmo no Brasil, algumas pequenas cidades no estado de São Paulo já praticam a ausência de cobrança nos ônibus como, por exemplo, Agudos e Potirendaba.”
POR UMA VIDA SEM CATRACAS, TARIFA ZERO JÁ. […]

Fevereiro:

Remoções de famílias no Largo do Tanque, no Rio / Novo Mineirão não tem espaço para população /

O banco imobiliário olímpico de Eduardo Paes / Luta contra o aumento da passagem no ABC 

12 de fevereiro

@ComitePopularCopaRJ: A vergonha que foi a reinauguração do Minerão demonstra o que se pode esperar dessas novas arenas: alto preço de ingressos e serviços, proibição da tradicional festa da torcida, fim dos ambulantes que prestavam um serviço para os torcedores e assim ganhavam a vida… nem água para o filho esse torcedor conseguiu comprar! Veja aqui.
ARENA PRA QUEM? VAMOS DEIXAR QUE ISSO ACONTEÇA COM O MARACANÃ? O MARACA É NOSSO! NÃO À PRIVATIZAÇÃO!

Leia o relato abaixo:
A ESTREIA DO NOVO MINERÃO: UMA EXPERIÊNCIA DESASTROSA
por Pedro Americo
em 10/02/2013
Nota do autor: segue um relato da experiência no Novo Mineirão, um dos principais estádios da Copa do Mundo de 2014, construído com dinheiro público e privado, que está sendo administrado pela empresa Minas Arena.
Dois anos e meio após o fechamento do Mineirão para a reforma para a Copa de 2014, o Novo Mineirão abriu as portas para o torcedor mineiro que estava morrendo de saudades do “Gigante da Pampulha”. Mesmo os atleticanos que fizeram do Estádio Independência a sua nova casa sentiam falta do Mineirão.
E a abertura não podia ser melhor: seria um clássico entre uma das maiores rivalidades do Brasil. Atlético e Cruzeiro. “Imagina sô!” – é como dizemos por aqui. Mineirão reformado. Tudo do bom e do melhor. Nível europeu. Clássico com duas torcidas meio a meio no nosso amado estádio. “Imagina!”
O que ninguém imaginou foi a inacreditável sucessão de erros protagonizados pela nova administração do Mineirão, feita pela empresa constituída pelas construtoras Construcap, Egesa e HAP Engenharia, que financiou e executou as obras do estádio. Não é o que se espera depois de tanto tempo de obras e com o custo aproximado de 700 milhões de reais […] [clique aqui para continuar lendo]

13 de fevereiro

@passelivresp: Grupo hacker Anonymous invade o site da CPTM e ameaça derrubar o sistema eletrônico das estações caso o governo decida aumentar a tarifa. “O transporte deveria ser público, mas nós pagamos e não toleraremos mais isso”, dizia a mensagem deixada pelo grupo. […]
Nas ruas ou na rede, tamo juntos na mesma luta: por um transporte verdadeiramente público e por uma vida sem catracas!
Passe livre para todos já!

17 de fevereiro

@passelivresp: Queima e pula a catraca! É na luta que se faz um transporte público de verdade.

18 de fevereiro

@passelivresp: No sábado, dia 02/03, o Movimento Passe Livre São Paulo realizará uma atividade aberta para discutir os problemas do atual sistema de transporte (e de cidade), e pensar em formas de lutar para transformá-lo.
Convidamos todos os interessados em conhecer o movimento e em se somar à luta para comparecer à essa atividade, que esperamos servir como um espaço de formação e troca de experiências. Por isso, estendemos também o convite àqueles que desde o início do ano vem lutando contra aumentos em suas cidades na Grande São Paulo: Comitê de luta pelo transporte público Cotia SP, R$ 3,30 Eu não pago – Taboão da Serra, OCA, Anonymous ABC, Contra o aumento da passagem em Franco da Rocha, etc. […]
Por uma vida sem catracas!
MPL-SP

21 de fevereiro

@passelivresp: Comitê de Luta Contra o Aumento Unificado da Região ABC chama manifestação em São Bernardo do Campo amanhã!
Por uma vida sem catracas!
MPL-SP

22 de fevereiro

@ComitePopularCopaRJ: GRAVES VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS NO LARGO DO TANQUE, EM JACAREPAGUÁ
Cerca de 50 famílias estão sendo despejadas de suas casas pela Prefeitura do Rio, com indenizações irrisórias e sem ter seus direitos respeitados no Largo do Tanque, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O processo de remoção começou na semana anterior ao Carnaval e o assessor da sub-prefeitura da Barra e Jacarepaguá, Igor Guerrato, pressiona os moradores dizendo que até o dia 28 de fevereiro todas as casas têm que estar no chão. O argumento é a construção da Transcarioca, mas o projeto nunca foi mostrado para o moradores.
Famílias com crianças de colo, outras que têm filhos com necessidades especiais, estão desesperadas. As opções da Prefeitura são: indenização (foram relatados casos de 7 mil até 30 mil reais apenas das benfeitorias, sem considerar a posse que é de mais de cinco anos), mini-apartamento do Minha Casa Minha Vida em Campo Grande, a 30km dali, ou aluguel social de R$ 400. A situação é grave e os relatos são de tortura psicológica com os moradores. Todo apoio é necessário às cerca de 10 famílias que ainda estão resistindo! Por favor, repasse a informação!
POR UM RIO SEM REMOÇÕES FORÇADAS!! […]

F.S.R.: Infelizmente quando se constroi uma habitaçao sem documentaçao de propriedade as pessoas estao sujeitas a isso. A Transcarioca eh um projeto muito importante para a cidade. Para nao me estender mto, posso dizer que ela vai favorecer o giro de dinheiro, pois enquanto as pessoas estao presas no transito, etao deixando de produzir valor para suas empresas, consequentemente para sua cidade, e assim vai. Nesses momentos eh preciso pensar no progresso, e nao em determinado numero de moradores. 

23 de fevereiro

@ComitePopularCopaRJ: A PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO MENTE

Não é verdade que os moradores do Largo do Tanque estão sabendo da remoção desde julho, não é verdade que conhecem o projeto e não é verdade que a família de Rosilene aceitou um imóvel na Colônia Juliano Moreira. Aceitaria se fosse para mudança imediata, chave por chave, mas não é o caso. É para esperar meses ou anos no aluguel social de R$ 400, valor insuficiente com os altos preços do Rio de Janeiro. Mesmo se aceitasse dá para acreditar que o acordo seria cumprido com uma Prefeitura que mente?

25 de fevereiro

@ComitePopularCopaRJ: URGENTE! A remoção do Largo do Tanque continua nesta segunda-feira e as notícias são da mesma postura da Prefeitura do Rio: intimidação para que as famílias aceitem as baixas indenizações. Moradores que ainda não negociaram são pressionados com a ação de tratores na derrubada de outras casas.
QUEM PUDER VÁ AO LOCAL PRESTAR A SUA SOLIDARIEDADE: Rua Cândido Benício, 4300 – Largo do Tanque, Jacarepaguá – próximo à cabine de polícia da praça.
POR UM RIO SEM REMOÇÕES FORÇADAS!

Março:

Caveirão na Aldeia Maracanã, no Rio / Porto Alegre na luta contra o aumento / FIFA quer “reeducar” torcedor / Lançamento do Mídia Ninja

04 de março

@ComitePopularCopaRJ: Cidade olímpica rumo a passagem de metrô e barca mais cara do universo! A Agetransp aprovou o aumento de 8,5% de acordo com o IPCA. As regras servem quando são convenientes para a concessionária, porque quando houve atraso de anos na entrega de novos trens o contrato que previa multa de R$ 500 mil por mês não foi cumprido. Não adianta só assinar petição, ou a população se mobiliza para ir à ruas ou vai continuar sendo assaltada oficialmente. Leia mais.

@ComitePopularCopaRJ: As remoções forçadas têm sido o grande drama das famílias brasileiras desde o início das obras para a Copa do Mundo e às Olimpíadas. Estima-se que pelo menos 170 mil pessoas estejam passando por despejos relacionados aos eventos. O tema estará presente na sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Leia mais. 

05 de março

@ComitePopularCopaRJ: “Depois que meu pai me deu a notícia, não parava de pensar na minha família sendo despejada. Meu rendimento caiu muito nos treinos. Tinha horas em que eu ficava disperso, olhando para o nada. Minha meta é disputar os Jogos, representar o país. Estou me preparando para isso e a própria Olimpíada atropela meu caminho, minha evolução”.

Matéria de Ary Cunha no jornal O Globo de hoje repercute as remoções no Largo do Tanque. Ravel Mendonça, promessa olímpica, está sendo despejado por causa das Olimpíadas em sua cidade em 2016.

@ComitePopularCopaRJ: A prefeitura disse que o Banco Imobiliário – Cidade Olímpica “auxilia o aluno no aprendizado da história e geografia da cidade ao mostrar que a cidade não é algo estático, mas construído e em processo de transformação constante”. Será que é isso?
A dinâmica do jogo é leva à criação de grandes monopólios, o enriquecimento exagerado de um jogador, em detrimento dos demais. É essa a cidade que queremos? Uma cidade para poucos, em detrimento de muitos? O enriquecimento de alguns, às custas da negação de serviços e direitos aos cidadãos?

08 de março

@ComitePopularCopaRJ: Imagens do ato de denúncia realizado na manhã de hoje na Avenida Tronco, em Porto Alegre, pelas mulheres da Via Campesina, Levante Popular da Juventude e Movimento dos Trabalhadores Desempregados. No ato, as mulheres dos movimentos se uniram às moradoras do leito da Avenida Tronco para denunciar as violações dos direitos humanos ocorridas na ocasião das obras da Copa. A atividade integra a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres do Campo e da Cidade. Crédito: Assessoria de comunicação da Jornada Nacional de Mulheres do Campo e da Cidade.

10 de março

@ComitePopularCopaRJ: ÚLTIMAS NOTÍCIAS DA ALDEIA MARACANÃ!
via P.K.:
“Com o intermédio da Fundação Darcy Ribeiro, os indígenas da ALDEIA MARACANÃ conseguiram abrir diálogo com o Governo e conforme a última reunião realizada na quinta-feira com a Superintendente de Proteção Social Básica e Especial, Heloisa Maciel, e da Subsecretaria de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos, Andréa Sepúlveda, ambas da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos – SEASDH.
Neste reunião, que foi realizada com o Conselho Indígena da Aldeia Maracanã, ficou acertado que o antigo Museu do Índio, não abrigará somente o tal Museu Olímpico. O espaço será dividido com a causa indígena, com espaços para compartilhar as tradições indígenas. Ficou acertado também que o Governo irá ceder moradia para os atuais residentes em uma área próxima ao Maracanã. Os índios já estão fazendo visitas aos possíveis locais.
O que resta agora é FICAR DE OLHO e garantir que estas promessas sejam cumpridas. Tanto da divisão do espaço do antigo Museu do Índio, quanto da moradia para os indígenas que ali moram há 6 anos.
QUE NÃO FIQUE DA BOCA PRA FORA E QUE CABRAL CUMPRA ESSA PROMESSA.
ESTAMOS DE OLHO!”

11 de março

@ComitePopularCopaRJ: Porto Maravilha para que e para quem?

@ComitePopularCopaRJ: A Associação de Moradores da Vila Autódromo entregou ao prefeito Eduardo Paes o Plano Popular, que comprova que a urbanização custaria apenas 20% do previsto com a remoção da comunidade, preservando os vínculos sociais construídos no local há décadas sem prejudicar a realização dos Jogos Olímpicos. O prefeito se comprometeu a responder aos moradores com uma avaliação técnica do Plano em 45 dias, mas isso nunca aconteceu. Agora entidades profissionais avaliarão a proposta

@passelivresp: CONQUISTA DA LUTA: POPULAÇÃO DE PORTO ALEGRE (RS) BARRA O AUMENTO!!
Desde o início do ano centenas de pessoas saíram às ruas em Porto Alegre [vide foto] quatro vezes para protestar contra o aumento de R$0,45 exigido pelas empresas de ônibus à Prefeitura. No último dia 6, o Tribunal de Contas do Estado determinou que a Prefeitura da cidade não poderá decretar esse aumento devido à irregularidades em seu cálculo. Sabemos que essa determinação não é pouca coisa, é na verdade uma grande vitória da população de Porto Alegre que não cruzou os braços, se organizou e mostrou que só a luta muda a vida!
TODO AUMENTO É INJUSTO!
POR UMA VIDA SEM CATRACAS!
SÓ A LUTA MUDA O TRANSPORTE!
Compartilhamos abaixo a nota publicada no site dos nossos companheiros do Movimento Passe Livre Joinville, que noticia também a vitória da população de Jaraguá do Sul (SC) contra um aumento de tarifa:
“Porto Alegre
Desde fevereiro o Sindicato das Empresas de Ônibus (Seopa) pede um reajuste de 15,8% na tarifa de ônibus de Porto Alegre, o que significaria um aumento de R$ 0,45 no valor das passagens, totalizando R$ 3,30. Porém, antes mesmo do pedido das empresas, o Bloco de Luta em Defesa do Transporte Público, que reúne diversas entidades como DCEs, partidos políticos e movimentos populares, se mobilizava contra o aumento. De 21/01 até o dia 06/03 foram quatro manifestações de rua, que reuniram centenas de pessoas.
No último dia 06/03 veio a primeira vitória do movimento. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovou a medida cautelar do Ministério Público de Contas (MPC), que pede a revisão do cálculo da tarifa dos ônibus devido a irregularidades no modo como é calculado o reajuste. Segundo o MPC, a prefeitura contabiliza no cálculo da tarifa a frota total de veículos, incluindo ônibus de reserva que não estão em circulação. Incluindo apenas a frota operante, o valor da tarifa cairia cerca de 10%. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) ainda pode recorrer da decisão, mas enquanto isso, a prefeitura de Porto Alegre não poderá definir o valor da tarifa pela antiga metodologia, que incluía a frota reserva de veículos.
Jaraguá do Sul
No dia 11 de dezembro de 2012 foi decretado um aumento de 8% na passagem de ônibus de Jaraguá do Sul, que passaria assim de R$ 2,75 para R$ 3,00. A população não deixou mais esse aumento passar em branco, e foi às ruas protestar. Foram três manifestações, sendo a última ocorrida no dia 14 de janeiro e reunindo cerca de 200 pessoas. Os manifestantes reivindicaram, além da revisão do preço da tarifa, mais linhas em horário de pico e integração entre as linhas. A mobilização popular surtiu efeito, e no dia 25 de janeiro o prefeito anunciou a revogação do aumento para seu valor anterior, R$ 2,75. Um dos argumentos contra o valor requisitado pelas empresas foram as desarmonias nos números sobre os custos e contratos de publicidade apresentados pela concessionária à administração anterior.”

@ComitePopularCopaRJ: “Enquanto treinava com a seleção brasileira sub-19 de vôlei de praia, Ravel Mendonça, de 17 anos, recebia a notícia de que sua casa, no Largo do Tanque, ia ser destruída pela Prefeitura do Rio. Mais um exemplo do legado olímpico que nossos governantes estão deixando, na reportagem de Gabriela Moreira para a ESPN.

16 de março

 @ComitePopularCopaRJ: Quem é a Fifa pra dizer como o brasileiro deve torcer no Maracanã? Não aceitamos! O MARACA É NOSSO! […]

@ComitePopularCopaRJ: Demian Castro, integrante do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas: “Nós estamos questionando a forma como a cidade está sendo vendida. O Maracanã ser entregue a uma empresa por um valor que não vai recuperar nem 15% do que foi investido em sua reforma. Não paga nem o juros do empréstimo. E ainda sob a alegação de tornar o estádio multiuso, ele já é multiuso”. […]

17 de março

@ComitePopularCopaRJ: Imagens da caminhada do dia 16 de março da Praça Saens Peña ao Maracanã, que terminou na Aldeia!

@ComitePopularCopaRJ: Ontem foi dia de ato também na Zona Oeste, organizado pelo movimento É Colônia RJ e pela Associação de Moradores Entre Rios. Eles protestaram contra a construção da Transolímpica na região e a Internação Compulsória na Colônia Juliano Moreira. Veja o vídeo: 

22 de março

@ComitePopularCopaRJ: Caveirão na porta da Aldeia Maracanã, é assim que o Estado brasileiro trata os povos originários. Vergonha nacional!

25 de março

@ComitePopularCopaRJ: Texto de L.M., professor do Colégio Pedro II, direcionado a seus alunos sobre a remoção da Aldeia Maracanã:
SOBRE ALDEIAS E PONTES
Vocês lembram no 7º ano quando levei uma apresentação dos índios Fulni-ô lá para o auditório do CPII-Humaitá? Aqueles índios costumavam vir ao Rio de Janeiro todos os anos entre março e abril para fazerem gratuitamente atividades em escolas e espaços culturais com a finalidade de divulgar um pouco da cultura que eles ainda mantêm em suas aldeias no município de Águas Belas, em Pernambuco. Traziam objetos de artesanato para vender, cantavam, dançavam e contavam um pouco de sua história. Quando vinham para o Rio, sem apoio de nenhuma instituição, ficavam acampados no pátio do Museu do Índio, batizado de “Aldeia Maracanã” em 2006 depois que índios de diversas tribos do Brasil resolveram ocupar o prédio do Museu que estava abandonado, em ruínas, parece que desde 1978. Quem passava do lado podia pensar que era uma casa mal assombrada, plantas crescendo no cimento, janelas quebradas, a cara do abandono. Mas de 2006 para cá os índios resolveram dar um novo uso para aquele lugar: transformar uma casa vazia numa grande aldeia que se tornasse uma ponte entre a cidade grande e as tribos espalhadas por todo Brasil, uma ponte entre dois mudos completamente distintos, entre a memória de um passado quase sem registro e a grande metrópole do futuro, entre os pequenos grupos de índios remanescentes em terras de lugares distantes de nós e os milhões que formam a multidão da cidade do Rio, entre duas velocidades de pensamento e dois olhares diferentes sobre, por exemplo, o que é um rio.
Como é possível brotar uma planta entre as fendas de uma construção de cimento? É mais ou menos como brotar uma aldeia indígena em plena Radial Oeste, aquela avenida com várias pistas onde carros passam em alta velocidade quando está sol e boiam quando chove, um símbolo da insensatez da vida urbana carioca.
A ponte imaginária que seria construída pelos índios na Aldeia Maracanã não era um megaprojeto, não tinha empreiteira envolvida. Não tinha prazo de entrega, nem se sabia ao certo se ficaria pronta algum dia. Provável até que não se concretizasse. Mas também não seria motivo para desvios de verba, nem para a superexploração dos peões de obra, nem ajudaria o Brasil a aumentar seu número de bilionários (atualmente são só 53, mas até 2022 serão 136). Não precisariam construir milhares de vagas de estacionamento em torno da ponte imaginária, pois as pessoas que por ela passam geralmente usam trem, ônibus, bicicleta ou vão a pé mesmo. Não seria motivo para mais remoções de pobres, paisagens e passados.
Imaginem em pleno Rio de Janeiro, do lado do palco onde acontecerá um dos maiores eventos do próximo ano, com todas as câmeras fotográficas voltadas para esse lugar, parlamentares, advogados, estudantes e toda a sorte de simpatizantes em volta. Justamente onde os índios reunidos na Aldeia Maracanã poderiam esperar estar protegidos pela “opinião pública” do mundo inteiro. Se nesse lugar é possível acontecer uma violência como a que ocorreu hoje na desocupação do Museu do Índio sem que nenhuma consequência seja tomada. O que esses mesmos índios podem esperar nos recônditos onde vivem, muitas vezes ameaçados por latifundiários, empreiteiros e grandes projetos? É ou não é desesperador viver nessa tensão? Não é à toa que o suicídio é uma das principais causas de morte dos índios no Brasil, principalmente na faixa etária entre 12 e 20 anos.
Existem várias maneiras de ser índio, embora a imagem predominante seja a de que o índio é um selvagem que vive nu na floresta caçando e pescando. Essa imagem é ambivalente, serve tanto para elogiar a beleza e a suposta ingenuidade da vida indígena ao mesmo tempo em que retira a legitimidade das diversas outras maneiras de ser índio que são assimiladas ou inventadas no Brasil e no mundo. Uma dessas maneiras poderia estar sendo inventada na Aldeia Maracanã.
Quando vocês foram ao Museu Nacional de Belas Artes, lembram-se do quadro da primeira missa que as professoras Jaqueline e a Juliana mostraram? A história é contada várias vezes, a cada vez ela se reedita, cada um coloca naquela história narrada um pouco do próprio tempo em que está vivendo. Podemos fazer o mesmo com o tempo em que estamos vivendo? Colocar um pouco das narrativas históricas para interpretar um acontecimento que estamos vivendo? Cada bomba lançada hoje poderia contar a história da pólvora, cada escudo da PM a história das cercas, cada ordem do governador Cabral a história de todas as ordens imperiais, e cada notícia do RJTV a primeira missa em tempo real.
Pode ser que, nos próximos anos, menos jovens da cidade grande como vocês conheçam índios que visitam escolas para falarem de sua cultura. São muitas mediações necessárias para que isso ocorra. Mas pode ser também que outras pontes sejam imaginadas e cultivadas fora do que tentam nos impor goela abaixo. Existe um encontro secreto, marcado entre as gerações precedentes e a nossa, disse o filósofo Walter Benjamin. Para chegar nesse encontro é que construímos pontes imaginárias, que nos conectam não aos grandes eventos, mas àquelas plantas que brotaram no meio do cimento. Espero que vocês sempre consigam ver essas plantas por aí.
Licio
Foto: Fernanda Rabelo

26 de março

@ComitePopularCopaRJ: Caveirão na porta da Aldeia Maracanã, é assim que o Estado brasileiro trata os povos originários. Vergonha nacional!

@passelivresp: Ao propor aumentar a tributação sobre a gasolina para segurar o aumento ou abaixar a tarifa de ônibus, Haddad aparenta interesse em uma inversão de prioridades na mobilidade urbana, privilegiando o transporte coletivo em detrimento do carro individual.
No entanto, o que significa essa inversão, da forma como ela está sendo proposta? Como afirmamos antes, a lógica do transporte como mercadoria se mantém. O transporte coletivo ainda não é entendido como um direito e a ampliação do acesso ao ônibus será feita às custas da elitização do uso do carro, e não distribuindo os custos do serviço à toda sociedade.
Nesse sentido, seguimos no debate e compartilhamos aqui artigo publicado no site TarifaZero.Org, que levanta questionamentos importantes à essa proposta da Prefeitura. E reafirmamos que um novo modelo de transporte, público e sem tarifa, só será conquistado com a luta e organização da população. […]
“(…)O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, cogita aumentar o preço da gasolina para subsidiar o sistema de transporte e impedir um aumento nas tarifas de ônibus no curto prazo. Coloco desde já este ‘curto prazo’ porque seria impensável que, devido à lógica do sistema, a tarifa nunca mais viesse a ser majorada. Só por aí já valeria uma pergunta: a gasolina seria constantemente reajustada? E outra: se é possível pensar na tarifa politicamente agora (não aumenta-la não tem uma base técnica, mas política) por que não expandir o pensamento?
Bom. Pode soar estranho o que vou dizer, mas não concordo com esta medida. Obviamente não busco uma conciliação com a chamada sociedade do automóvel. Defenderei sempre um custeio público para o sistema de transportes e, consequentemente, estarei sempre contra aumentos nas tarifas. É que neste caso a solução seria uma não-solução, seria um ataque à classe trabalhadora. Se a melhor forma de impedir a deterioração do transporte coletivo é taxar os mais pobres, deveríamos parar e pensar noutra coisa.
A maior parte do custo do transporte é pago pelas tarifas, ou seja, pelos usuários, e este subsídio via gasolina apenas repetiria este modelo, em que os mais pobres arcam com as contas de toda a sociedade. A gasolina tem um preço único, igual, e afeta as classes de maneira desigual. Quem tem mais sofre um impacto reduzido no seu orçamento, ao passo que quem tem pouco gasta proporcionalmente mais. É injusto socialmente (não nos esqueçamos de toda a política governamental de incentivo ao uso do carro pelas classes populares, as facilidades para obter financiamento, a redução dos impostos para as montadoras etc.). Em última análise, teríamos uma medida paliativa para o transporte e ruas mais livres para os mais ricos se deslocarem em seus carros particulares. Algo semelhante à ideia dos pedágios urbanos, que não veriam o orçamento de cada um e cada uma antes da cobrança, eliminando a quantidade de carros nas ruas por um recorte de classe. Lógica abominável, no meu entender.
Acredito que a tarefa de quem se importa não só com a redução dos congestionamentos e medidas midiáticas/eleitoreiras, mas prioritariamente com a redução da desigualdade e a justeza da distribuição de riquezas, deveria ser a luta pela divisão progressiva dos custos: quem tem mais paga mais, quem tem menos paga menos, quem não tem nada, não paga nada. Este é o X da questão, não só sobre transporte coletivo, mas sobre a sociedade no geral. Eu não gostaria de ver apenas os pobres pagando por tudo. Quero que o pobre tenha todos os direitos também.”

27 de março

@ComitePopularCopaRJ: De Belo Monte à Aldeia Maracanã, eles estão acabando com a cultura indígena no Brasil!
From Belo Monte to Aldeia Maracanã, they are destroying the indigenous culture in Brazil!
COMPARTILHE PARA DENUNCIAR AO MUNDO!

@ColetivoCatarse: Noite de terça-feira, 27 de março de 2013. Estudantes tomam a Prefeitura no maior protesto já realizado contra o aumento da passagem do transporte público em Porto Alegre. O valor do ônibus passou de R$ 2,85 para R$ 3,05. O Ministério Público de Contas havia apontado, em estudo prévio, redução da tarifa para R$ 2,60. O transporte é público, mas o lucro é privado. E, a quem se revolta, a opressão do Estado.