Lutar por um rio passa por onde corre a cultura de suas comunidades

A Escola de Ativismo têm há alguns anos a sorte de trabalhar ao lado das comunidades quilombolas do Vão Grande, no Mato Grosso, em uma luta pela preservação do Rio Jauquara, ameaçado pela construção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). Centenas de barragens desse tipo são previstas no Mato Grosso, o que pode levar ao colapso do Pantanal.

 

Inspirado e amparado pela Escola de Militância Pantaneira e seus Comitês, surgiu, em 28 de abril, o Dia do Rio Jauquara. A festividade protegeu, deu força, uniu a comunidade e ajudou a manter viva a rica cultura local, com suas histórias, rezas, canções e modos de viver.

 

Tudo isso, é claro, foi essencial para conseguir barrar, até o momento, a construção de uma PCH que acabaria com a pesca, a água, a vida e a cultura local. Tivemos a sorte também de contar com a reportagem de Julia Dolce para contar como cantar parabéns para um curso de água pode salvá-lo. Olha como ela resumiu aqui:

 

Não é novidade para ninguém que a preservação dos rios garante a sobrevivência e identidade dos povos e comunidades tradicionais que vivem nas suas margens. Afinal, água é vida. No Pantanal, bioma caracterizado pelo alagamento de planícies, essa relação entre povo e rios é ainda mais intensa. Assim, não é novidade também que ameaças às águas pantaneiras representam um ataque direto ao modo de vida dos povos da região. Nos últimos anos, esses mesmos povos têm entendido o quanto a recíproca pode ser verdadeira: preservar sua cultura tradicional pode salvar a vida dos seus rios. 

 

De modo que é com alegria que abrimos a primeira newsletter de 2023 indicando a leitura do texto: Como uma comunidade pode comemorar o aniversário de um rio e impedir sua destruição

Para ler, refletir e aprender

A jovem ativista Vitória Rodrigues era uma estudante da Escola Politécnica da Fundação Oswaldo Cruz, localizada em Manguinhos, no Rio de Janeiro. Durante seus estudos, viu sua vida e tranquilidade ameaçada inúmeras vezes por invasões da Polícia Militar. A partir disso, ela construiu um Programa de Redução dos Impactos da Violência Urbana nas Escolas e aproveitou a experiência para ensinar outros ativistas como fazer um Projeto de Lei. 

 

Leia aqui: E se você quisesse fazer um projeto de lei acontecer?

 

Pesquisadores observaram que as escolas das regiões afetadas pelo crime ambiental de Brumadinho tinham dificuldades em lidar não só com o tema do rompimento, mas também com o tema das práticas minerárias. “Das regiões que são diretamente impactadas com o rompimento até as que podem ser impactadas a longa distância, as escolas discutem o tema da mineração de uma forma muito simplificada, o que não permite que crianças e jovens compreendam suas consequências. A isso dá-se o nome “silêncio pedagógico”.

 

A Izabella Bontempo conversou com pesquisadores e elaborou, quatro anos após o crime socioambiental de Brumadinho, sobre o papel da educação nisso tudo.

A Luh Ferreira, colunista da Escola de Ativismo, escreveu um texto sobre o brutal genocídio dos Yanomami, pensando nos 570 mundos interrompidos pelo pesadelo bolsonarista e garimpeiro.

 

Olha que reflexão necessária nesses tempos inominavelmente tristes: 

 

"Costumo dizer na minha família que se alguma acontece com alguém mais novo que a gente, a culpa é de todo mundo, de todos os mais velhos que estavam ali para cuidar de um mais novo. Se algo der errado com uma criança, a responsabilidade é de todo mundo. Espero que o aparato disponibilizado para socorrer os Yanomami funcione e torço para que haja a possibilidade de corrigir o mal feito e que os indígenas possam criar as suas crianças e viver com dignidade e autonomia.  De todo modo, chamo a atenção para as infâncias. Elas são sim capazes de reencantar o nosso dia, e muito mais do que isso, elas são as responsáveis pela renovação do mundo. Se não tivermos as crianças por perto e junto conosco, não há mundo porvir."

 

Leia aqui: "Quando morre uma criança — e quando morrem 570"

E terminamos com imagens de luta para impulsionar nossas batalhas. Todo mês publicamos em nossas redes sociais e no pé do site da Escola de Ativismo a série Olhares Ativistas. Neste mês, contamos com Ingrid Barros. Confira uma palhinha aqui abaixo e clique aqui para conferir a série completa no nosso Insta.

 

Se cuidem e boas lutas!

Até a próxima.

Escola de Ativismo

A Escola de Ativismo é um coletivo independente constituído em 2011 com a missão de fortalecer grupos ativistas por meio de processos de aprendizagem em estratégias e técnicas de ações não-violentas e criativas, campanhas, comunicação, mobilização, e segurança integral, voltadas para a defesa da democracia e dos direitos humanos.

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